Jornais de domingo em Buenos Aires destacam a classificação da Seleção de Dunga e o vexame de uma ameaçada Argentina sob o comando de Diego Maradona. Fonte: agência AFP
"Tristeza não tem fim"
A contundente vitória do Brasil por 3-1 no sábado sobre a Argentina deixou a imprensa deste país dividida entre os elogios à seleção de Dunga e as críticas ao técnico Diego Maradona, ao mesmo tempo que a imprensa começa a temer a classificação do país à Copa do Mundo da África do Sul-2010.
"O Brasil pegou duro e deixou a Argentina gravemente ferida. A Argentina sempre buscou, mas sofreu a derrota mais dolorosa: perdeu de 3-1 para um Brasil que não brilhou, mas foi contundente e se classificou", afirma o jornal Clarín.
"Um treinador destroçado, doído, incrédulo, foi para os vestiários cabisbaixo", completa o jornal a respeito do técnico e ídolo argentino Maradona ao fim da partida disputada no estádio Gigante de Arroyito em Rosario (300 km ao norte de Buenos Aires).
O Clarín lembra ainda que a derrota no clássico aconteceu no mesmo dia, 16 anos depois, da goleada de 5-0 sofrida para a Colômbia também nas eliminatórias.
A publicação também afirma que o astro Lionel Messi (Barcelona) perdeu a disputa para Kaká (Real Madrid) em sua cidade natal: "No duelo de craques, Kaká deu gosto de ver e ganhou de Messi".
"Um duro golpe para a seleção. A derrota para o Brasil complicou mais o caminho ao Mundial da África do Sul", destaca o La Nación, para o qual uma "desorientada Argentina sucumbiu ao instinto assassino do Brasil.
Sobre as expectativas geradas pela atuação de Messi, favorito para o prêmio da Fifa de melhor jogador do ano, o jornal é enfático: "sonhou com a partido de sua vida, mas tudo terminou em um pesadelo".
"A seleção não é uma equipe e Diego não encontra o caminho. O Brasil foi superior e se classificou com o 3-1. O Brasil foi implacável e nos deu uma lição de hierarquia e jogo coletivo", afirma o jornal esportivo Olé.
"Tristeza não tem fim", destaca o Página 12 na capa. "A equipe de Maradona saiu para jogar às cegas e se chocou com um rival tranquilo, que esperou seu momento e aproveitou os presentes da defesa local".
O Crônica conclui: "a partida foi um pesadelo, uma decepção gigante", em relação ao apelido do estádio de Rosario.