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Um Tributo:
Eu Odeio Hugo Chávez
Por Alfredo Herkenhoff
Eu Odeio Hugo Chávez
Por Alfredo Herkenhoff
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E se um dia Chávez ameaçar uma guerra com o Brasil? Onde? Na fronteira onde só há a imensa mata instransponível? Bobagem. A guerra já existe e é de midia. O objetivo de Chávez é ganhar corações e mentes dos milhões de eleitores pobres nas maiores cidades de toda a América do Sul.
No domingo, Hugo Chávez empunhou uma Kalash, nesta quarta-feira, 5 de agosto, voltou a falar em "guerra" com a Colômbia e EUA e segurou uma senhora bazuca. Nesta quinta-feira, este Correio da Lapa rende um modesto tributo-troco ao ditador.
Vinte anos atrás, o ditador Manuel Antonio Noriega pegou um enorme facão (foto) e o ergueu na Cidade do Panamá
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Saddam Husseein, em três ou quatro ocasiões, empunhou um rifle, no começo deste milênio, e até deu tiro para o alto, dizendo a mesma coisa em árabe; Americano, pode vir quente que estou fervendo. O Iraque hoje é um horror, com mais morte do que fios de cabelo havia na cabeça do enforcado.
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Apesar da diplomacia do apaziguamento, apesar da diplomacia de ponte-aérea, apesar dos mediadores de plantão, dos diplomatas pacifistas, neste Mundo cada vez mais pop, com imagens cruzando fronteiras na velocidade da luz e alcançando lares de todo o planeta, insultar no estilo Youtube uma nação militarmente poderosa é complicado e, como no passado, ainda hoje costuma terminar mal.
Hugo Chávez age claramente para internacionalizar tensões, que são preâmbulos de um conflito que ninguém
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Quem pensar que os 2 mil homens que Obama está prestes e enviar à Colômbia representem uma ameaça ao Brasil ou à região se ilude. O Brasil é inexpungável por terra ao Norte porque, pior do que os 2 mil metros da camada de sal no Pré-sal, existem lá uns 2 mil quilômetros de Pré-Salada Virgem, mata fechada, com malária, índio, quase nenhuma estrada, ou seja, só exuberância e problema, incluindo ecologistas, garimpeiros, guerrilheiros e ongs chatas.
A diplomacia brasileira, que já foi tão serena, já costurou a grandeza do território, hoje está dividida em duas seções. Uma é da cota pessoal de Lula, com aquele assessor especial Marco Aurélio Garcia, e a outra é a do tradicional Instituto Rio Branco, relegada porém a um segundo plano. Reconheça-se que Lula ampliou o comércio externo e faz um bom trabalho de aproximação com grande número de nações na Ásia, Europa e África. Tem seu méritos e são muitos nesse sentido.
Apenas aqui na nossa América é que Lula dá uma de rico e bonzinho com os vizinhos sacanas, todos pedindo mais e mais, mudanças bruscas nos contratos, como se o Brasil nadasse em ouro e fosse culpado de tudo, o pecador geopolitico, apenas por ser a nação mais unida e menos erodida.
E cada nação que pediu na marra, levou, Paraguai pediu e levou, Bolívia pediu e levou, Argentina pediu e levou, Uruguai está pedindo. Já a Colômbia não nos pede nada, só se explica. A Venezuela também nada nos pede, exige tudo, nada material, apenas dita normas para Brasília, que ou aquiesce ou dá vexame com silêncio ou omissão. O governo Lula cala a boca diante do boquirroto do Chávez. A popularidade do ditador parece estar crescendo muito mais depressa do que imaginam os liberais que o detestam. Chávez cresce na miséria que não é devidamente enfrentada nos países vizinhos.
Qualquer semelhança entre Noriega, Saddam e Chávez não será coincidência no futuro. Os americanos na Colômbia não vão entrar em combate, vão lá para fazer fofoca contra Chávez, vão lá com radares, satélites, hackers e experts em produção de mídia tipo youtube. A loucura pessoal ou personalista de Chávez agora será exibida em slow motion, alta definição e tempo real, com edição feita pelos Obama boys em Hollywood.
O Correio da Lapa passou a chamar formalmente Chávez de ditador porque perdeu a paciência. Ele era um desconhecido tenente-coronel quando, no início dos anos 90, deslanchou um fracassado golpe de estado dentro dos quartéis. Ficou uns dois anos na cadeia pela Intentona. Mas mesmo no xilindró militar passou a mandar no pais. Chávez, que agora pode ser eleito ad eternum, manda de fato na Venezuela há cerca de 15 ou 16 anos. A democracia que ele defende é tudo isso que ele espalha: ódio, tensão, falta de educação, intimidação, censura e espancamentos de adversários em plena luz do dia e nas ruas.