Bolinhas
Uma... duas ... três... leia a bula e pegue o amanhã. Emaranhado em suas veias... huuummmm...
Pacientes atravessando a rua sem olhar para os lados. O hospital está repleto de doentes. E todos são pacientes. Esperando pacientes por uma página virada. eu sinto os meus olhos virando e tornando-se sangue. eu sou um coágulo inteiro. E li as instruções.
Manter fora do alcance das crianças
Cante as harpas e tralalás para os olhares dopados da civilização, doce rei do demerol! Cante antibiótico! Cante cocaína! Cante aspirina! Cante antigripal! E desobstruidor nasal! Pois você é o rei e nós somos seus súditos solenes!
Toda a minha circulação é um mar de raiva. O mar andrônico nas alucinações de Kafka. Servindo filhos alheios ao jantar. Esperando em portas de colégio. Com ofertas e morte.
Tomai morte duas vezes ao dia, após as refeições, em pequenas colheres de chá, dissolvida em água OU leite desnatado
Manter fora do alcance das crianças... de até 12 anos.
A primeira e a terceira idade... o seu exército químico. Fazendo dinheiros & corpos nas férias de verão. Vocês verão com seus próprios olhos.
Pequeno anjo
Pequeno anjo
Pequeno anjo de asinhas quebradas
Por que voas tão baixo?
Por que tens preces medicadas?
A estabilidade está prescrita na bula do seu remédio diário.
Um gole ou dois... fazem você se sentir o mesmo. De antes. & antes.
Cristo cristalizado em crisálidas de cristal.
Onde estão os glóbulos brancos quando você chora? Sangrando em algum recanto manchado.
Crianças de inverno. Cachorros uivando. Garotas sanguíneas. Papas sangrentos. Carros alegóricos. Líquidos pisados em cor-de-rosa. Veias ressecadas ao sol. Tudo baila numa ciranda.
Cirandinha, vamos todos cirandar
now. now. now? now! no!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
É inútil... como já lhe foi dito antes... tudo está prescrito.
e todos são proscritos. Pró-semcausa.
Procriando estupidez. em cópula profunda profanando a produção. Produtos asmáticos.
Vinde a mim as criancinhas
fala a perversão da religião.
& ela vende doença envidraçada.
VITAMINA C. contamina a inocência.
Eu quero vomitar a razão nas latrinas do status quo.
QUO VADIS
COVARDES
alatrinados em patéticas prevenções. Mas como os manuscritos sabem, as prevenções escondem as perversões.
Vendendo almas e moldando corpos
fisiculturismo
bombando a idiossincrasia idiota
& anacrônica
para tudo terminar numa fileira de quartos hospitalares.
Num futuro próximo, teremos um oceano de doentes fortinhos.
com fígados chacinados. Genocídio orgânico. E expelindo bile sobre seus abdomens divididos.
Poema com outras imagens e formatação avistado no >
http://www.beatbblearg.hpg.com.br/bolinhas.htm