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Coluna do Alfredo (*)

Obama Independence Day

Comparações: EUA e Brasil

O presidente Barack Obama, num mega spam para milhões de eleitores, simpatizantes e curiosos cadastrados no seu serviço de comunicação via internet, que aliá foi fundamental para sua campanha vitoriosa, enviou mensagem saudando este 4 de julho, dia da independência dos Estados Unidos. Obama lembrou o início da histórica data: um grupo de pessoas abnegadas que sacrificaram vidas, fortunas e honra para fazer deste país uma terra em que hoje todos nascem livres e com direitos iguais.

Obama desejou aos americanos um fim de semana de paz com muito churrasco - é verão - e confraternização entre amigos e famílias. Mas frisou que ninguém pode estar totalmente contente enquanto jovens soldados americanos enfrentam condições difíceis, longe de casa, combatendo para garantir os ideais de liberdade.

No fim, Obama sugeriu que procurem, só os que puderem, preencher algumas de suas horas de ócio com trabalho comunitário, havendo para isso um serviço na internet que exibe atividades possíveis no endereço mais próximo da cada casa de quem acessa o endereço com ofertas de ajuda voluntária.

O endereço é> http://www.serve.gov.

COMUNIDADE LÁ, FAVELA CÁ

Comentário do Correio da Lapa: Independence Day, escravidão, a sanguinária guerra civil pela abolição total da escravidão, a resistência de preconceitos raciais, avanços nos direitos civis, retrocessos, sacrifícios militares como a guerra para libertar a Europa dos nazifascistas, não importa o número de voltas dos ponteiros da história dos Estados Unidos. Entre contradições, heroísmos e covardias, admirações e ódios, trata-se de um país sempre marcado por um sentido de responsabilidade comunitária.

Já no Brasil comunidade virou sinônimo de pobreza, eufemismo ao se falar de favela sem saneamento e com violência. Nos Estados Unidos, comunidade é a origem da nação, os primeiros colonizadores, os peregrinos, crianças aprendendo a ler dentro de casa 400 anos atrás, com a Bíblia cuja tradução do latim Henrique VIII autorizara décadas antes na Inglaterra, primeiro país do mundo a fazê-lo.

Com o gelo do inverno, não há coisa melhor do que ficar em casa, no quentinho e afeto da família aprendendo a ler. As escolas só apareceriam depois.

ESCOLAS SEM DEMAGOGIA

E as escolas americanas não são resultado de demagogia. Criança e adolescentes saem de casa às 7h da matina e voltam às 5h da tarde, com boa refeição no meio, quadras de esportes, teatro, canto, bibliotecas, cadeiras opcionais já para a garotada, coisa que no Brasil só se oferece a universitários.

É gigantesca a distância do nosso atraso. Ou o Brasil acaba com o Maranhão ou o Maranhão engolfa o Brasil na pobreza e desesperança, ou desespero de não ter a quem pedir socorro em São Luís.

Os Estados Unidos têm muito o que aprender para de forma mais eficiente ajudar a melhorar o mundo. A eleição de Obama é um sinal de que o ponteiro deles começou a girar de novo em compasso com o de muitas nações amigas.

Até numa simples mensagem de Dia da Independência você vê a diferença de quem tem muito poder e não perde a simplicidade. Comemorem, mas a felicidade não é tanta, pois tem gente nossa matando e morrendo no Iraque e no Afeganistão.


VIOLÊNCIA EM NOVA IORQUE É NADA PERTO DO RIO DE JANEIRO

Nova Iorque, metrópole, registra em média 17 homicídios a cada dez dias.

Só neste fim de semana, o Rio de Janeiro, metrópole, vai registrar mais 25 assassinatos, por baixo. Em Nova Iorque, a Máfia italiana já foi a milícia, quase não é mais. Agora é CSI, sigla dos enlatados incensando a eficiência da lei. Apesar dos exageros, a sigla reflete o espírito comunitário americano: C, de Crime, S, de scenarium, cenário, e I, de Investigation.

Mais da metade das palavras da língua inglesa tem raiz latina.

SARNEY É SÓ UMA PEÇA

Sarney não pode ser demonizado. O Correio da Lapa concorda com a ministra Dilma Rousseff neste sentido. Não que o presidente não deva ou não possa ser punido. Mas o seu massacre pessoal é cortina de fumaça. O problema é cultural. Embora do Congresso só o marimbondo tenha cadeira cativa na Academia Brasileira de Letras, o Senado inteiro está bem aculturado. Não adianta CPI da CPI. Lobos não investigam lobos nos prados. Galinha não investiga galinha no galinheiro. Senador não investiga senador. Joga só para a mídia. Comissão no Congresso é ilusão.

Se o Brasil pudesse, contratava uma investigação particular, de preferência detetives estrangeiros, porque aqui tudo nasce do compadrio e termina com casamento de sogros e genros.

PAOLO CONTE, O CHICO BUARQUE DA ITÁLIA, NÃO VEM AO BRASIL

video de 21 anos atrás (1988), ao vivo em Lugano: Dancing, uma rumba

Nova Iorque, com maior população italiana do mundo, São Paulo, a segunda mais italiana, terceira é Roma, Milão etc. Mas somos todos oriundi. Então por que o cantor e compositor Paolo Conte, uma espécie de Chico Buarque da Itália, é tão desconhecido no Brasil? Parece que só fomos apresentados ao também maravilhoso Pepino di Capri. Mas Paolo Conte é sucesso nas plateias de Milão, Paris, Berlim e Bruxelas. Com setenta e cacetada de idade, ele nunca cantou no Rio de Janeiro,. Que pena! Uma vez apresentei o artista em minha casa ao Chico Caruso, que o apresentou ao Paulo Caruso, que o apresentou ao Miguel Paiva, que o apresentou sei lá a Aguinaldo, Amélia, Amando, Armínio, Adílio, Archibald, Loredano, Sarney....

Hoje formamos um fã clube orgulhoso. Augusto Herkenhoff tem todos os CDS, uns 10 ou 15. Um CD de Paolo Conte na loja Modern Sound custa mais de 70 reais... Quem aguenta isso? Se ao menos os chineses o conhecessem e o pirateassem...


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alfredoherkenhoff@gmail.com