Brasil dos velórios não reportados. Brasil da canalhada armada como se silvícolas fossem os outros que a ameaçam, quando de tão ameaçada a plebe nem sabe para onde atira. Brasil das balas perdidas, do Supremo ínfimo. Brasil do mal social com números positivos nos anúncios das assessorias de imprensa. Brasil de artistas e coleguinhas covardes, frágeis em corpos sãos, equânimes na tibieza, na falta de solidariedade. Brasil de quem trabalha numa grande corporação privada e mantém empreguinho público, bico na autarquia ou fundação, ou assessoria, mas mantém, não deixando espaço para outrem. Brasil de artistas como você, que chegou a esta linha sem saber porque vai seguir adiante. Brasil dos funcionários que não abrem mão da velha greve corporativa. Brasil dos contos de réis, 10, 20, 30, dos 40 pontos de ibope no programa da audiência cativa. Brasil dos convites e áreas vips, castas que pagam a segurança particular para garantir a confraternização com os nomes famosos.