sábado, 4 de abril de 2009

Isolda Cresta morre aos 79 com teatro e convicções


Quando se vai um grande nome...

Morreu neste sábado a atriz Isolda Cresta aos 79 anos de idade, de infarto, no Hospital do Carmo, no Rio de Janeiro. Deixou filha, quatro netos e três bisnetos. Deixou muitos amigos e admiradores na classe. Segundo o jornal O Globo, Isolda da Costa Pinto, ou Isolda Cresta, nome artístico, teve importante participação na vida teatral e na resistência contra o regime militar instalado em 1964. Ela foi colega de palco de estrelas como Paulo Autran e Procópio Ferreira. Entre outros trabalhos, Isolda atuou na TV em O Bem Amado, Pecado capital, Capitães de areia, O feijão e o sonho, Duas vidas, entre outras novelas. No teatro, atuou em Gota d´água, Bocage, Electra, Romanceiro da Inconfidência, O burguês fidalgo; e no cinema, em Viagem aos seios de Duilia, Os Inconfidentes, A Rainha Diaba, O segredo da rosa, A noiva da cidade e O Homem da Capa Preta.
Isolda está sendo velada na capela 6 do Cemitério São João Batista. O enterro foi marcado para domingo às 11h.


Eis o que diz o site Dramaturgia Brasileira sobre a atriz Isolda Cresta

(endereço: http://ondeanda.multiply.com/photos/album/400# )

Formada pela Fundação Brasileira de Teatro - FBT, escola de artes cênicas fundada em 1955 pela atriz Dulcina de Morais, responsável pela profissionalização de várias gerações de artistas.

No ano de 1965, Isolda participava do espetáculo "Electra", com o Grupo Decisão. Em certa tarde o teatro é invadido pela polícia, que vem prender o autor por incitação contra o regime, cumprindo ordens dos militares. O ridículo do episódio complica-se semanas após, quando Isolda Cresta é detida pela polícia após uma apresentação. Ela foi presa por ter lido na véspera um manifesto contra a intervenção na República Dominicana.

Participou de importantes trabalhos, como as peças "Gota D´Água", "Bocage", "Electra", "Romanceiro da Inconfidência", "O Burguês Fidalgo"; e os filmes "Viagem aos seios de Duilia", "Os Inconfidentes", "A Rainha Diaba", "O Segredo da Rosa", "A Noiva da Cidade" e "O Homem da Capa Preta".

Na TV participou de "O Bem Amado", "Pecado Capital", "Capitães da Areia", "O Feijão e o Sonho", "Duas Vidas", entre outras novelas.

Em 2005, participou do vídeo "Chá!!! ou Compota mas não Breca", ao lado de suas amigas Maria Lúcia Dahl, Maria Regina e Thaís Portinho. O vídeo foi uma produção de Carolina Teresa Zampar, José Marques Neto e Ayrton Luiz Baptista Junior.

Uma reflexão sobre morte e fama

Do teatro milenar à internet, com cinema, rádio e televisão, a fama é passageira. Celebridade num dia, nudez cósmica no outro, flash de uma notícia a caminho do esquecimento. Alguns artistas morrem no auge da fama. A maioria, entretanto, experimenta o esquecimento ainda em vida. Isolda é mais uma estrela que se perde na engrenagem cruel da indústria do entretenimento, quase sempre exigindo rostos bonitos e corpos saradaos.

Em meio a paparazzi no Leblon e vaidades a mil por hora, que essas jovens estrelas globais compreendam que logo estarão neste limbo em vida, no esquecimento completo diante da máquina do tempo que fabrica monstros, matéria de memória, indigentes do futuro.

Jornalistas bem sabem que um ator e uma atriz quase sempre são simpáticos quando dão entrevistas. Se a profissão é a arte de encenar, de representar, por que não representar a simpatia para o profissional que lhe dedicará tempo e espaço numa mídia qualquer?

Estes jovens que protagonizam a vaidade excessiva, que pensem um pouquinho quando morre uma grande atriz e vejam como foram seus últimos dias...

A propósito do mesmo sentimento que aqui motiva este texto, pouco tempo atrás morria a atriz carioca portenha Irma Alvarez. Segue na postagem abaixo a republicação do que se experimentou com a passagem desta mulher que trocou a Argentina pelo Brasil, os palcos de Buenos Aires pelos palcos do Rio de Janeiro, até atingir o auge do esquecimento: