No post a seguir deste Correio da Lapa (SÓ CORRER O MOUSE PARA BAIXO), está a reportagem do jornal o Estado de S. Paulo sobre o vazamento das questões do Enem e a decisão do governo de adiar a prova que seria realizada neste domingo, 4 de outubro de 2009.
EDITORIAL
Exame Nacional de Ensino Médio, Enem, vira Constatação Nauseabunda de Exabundância de Safadeza
A prova vazou.... E quem tentou extorquir dinheiro do Estadão - e até ameaçou cobrar mais alto fazendo a mesma extorsão junto a uma emissora de TV - queria apenas dinheiro em troca de um furo de reportagem? Ou queria causar um constrangimento no MEC? Haverá política nessa parada? Foi um vazamento eivado de interesses pessoais? Raivas, perseguições e outros sentimentos estranhos? Ou foi apenas mais um caso de roubalheira nacional?
Parabéns para a repórter do Estadão por pegar de memória - não confie na sua, anote tude - a questão do exame do Enem vazado, mesmo sem ter tomado posse do papel com a prova do crime. Santa memória, jornalismo diplomado, vitória do profissionalismo, da competência, da ética.
A fiscalização falha é uma desmoralização do Ministério da Educação. As explicações do governo federal não satisfazem. Alguém precisa pagar com cadeia. Outros perderão cargos ou ficarão desmoralizados enquanto gestores. Cadeia para o ladrão? Ou demissão em massa no setor? Qual o melhor remédio?
O que fazer? Nada, aos estudantes cabe estudar mais, esperar a nova data do exame suspenso e aproveitar as próximas horas para relaxar, torcer para o Rio de Janeiro virar sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Pior teria sido se a prova do Enem já tivesse sido realizada. E como ficam os prejuízos de quem viajou para a cidade onde seria realizado o exame? Quem banca essa conta criminosa?
O governo diz que todo o processo de impressão foi rigidamente controlado para evitar vazamento e que até houve filmagem deste processo de confecção da prova adiada por vazamento e por questão de justiça.
Será que alguém vai em cana?
O vazoduto tão comum na história da corrupção republicana chegou ao Enem pela primeira vez; antes se circunscrevia a vestibulares e, principalmente, concursos de juiz, aqueles em que a parentada dos meritíssimos sempre chegava lá antes do tempo justo.
No Mundo a Justiça procura ser cega; no Brasil se faz um esforço para que seja amolada. (Por Alfredo Herkenhoff)