Lula mata e vai ao enterro
O deputado Ciro Gomes (PSDB-CE) só saiu por aí se dizendo aspirante a candidato a presidente da República em 2010 depois que Lula o liberou para fazê-lo.
Foi durante uma conversa dos dois no Centro Cultural Banco do Brasil testemunhada pelo governador de Pernambuco Eduardo Campos, presidente nacional do PSB.
Ainda não haviam sido aplicadas as duas recentes pesquisas de intenção de voto dos institutos Sensus e Ibope que dariam Ciro na frente da ministra Dilma Rousseff.
A ascensão de Ciro assustou Lula, que despachou Dilma à luta para repetir aos partidos aliados do governo o que Lula vem dizendo há muito tempo: pessoal, a eleição terá de ser plebiscitária.
Nada de dois ou mais candidatos da base de apoio do governo. Só há lugar para um. E esse candidato se chama Dilma. Entenderam? Então parem com a gracinha de flertar com Ciro.
Dilma não poderia ser mais explícita: "Temos de garantir o terceiro mandato para o projeto de Lula", pediu em reunião com a cúpula de um desses partidecos.
O que Lula jamais disse, nem Dilma, e o que eles jamais dirão por desnecessário: os dois têm um acerto. Uma vez Dilma eleita e caso Lula queira, ela governará só por quatro anos. Em seguida Lula se reapresentará como candidato.
Imagina se Ciro ou qualquer outro nome do PT com vôo próprio (Tarso Genro, por exemplo, Marta Suplicy, Jaques Wagner, e mais alguns poucos), imagina se algum deles toparia um acordo desses.
É por isso que a candidata tem que ser Dilma, Dilma, Dilma, e estamos conversados.
Lula faz o estilo de pistoleiro de antigamente, de muito antigamente, que matava e comparecia ao enterro de sua vítima.
É o que ele fará com Ciro. Esperem para ver.
Quanto a Ciro, resta saber se irá para o buraco como um cordeirinho manso.