Disparidades, separatismo e envelhecimento
Na Copa de 1990, Maradona, sabendo das disparidades entre pessoas e regiões na Itália, tentou dividir a torcida do país falando dessas questões de discriminação. Claro, foi uma furada. O craque, que fizera sucesso jogando pelo Napoli, quis dar uma de separatista para conseguir torcida do Sul para a sua Argentina. Quebrou a cara. Mas o fato é que a Itália tem desigualdades regionais, sem porém nem de longe viver clima de separatismo, como se tem por exemplo na Espanha. Mas em política italiana, como no glorioso Botafogo, tudo pode acontecer. Se deixarem Berlusconi muito à vontade, a democracia vai começar a agendar questões separatistas, com o Norte da elite econômica desprezando o Sul dos severinos sicilianos, calabreses etc.
Hoje, com as hordas de migrantes de nações em crise, do Leste Europeu, América Latina, Ásia e África, a Europa está fechando o cerco a essa movimentação demográfica. O problema envolve paradoxos. Os europeus não querem funções menores, adoram que estrangeiro lave suas privadas e enterre os velhos defuntos. Os europeus estão tão hedonistas que não querem nem fazer filhos, ou só fazem poucos. A população envelhece.
Quase não fazem mais filhos as jovens mulheres europeias por causa de camisinha, tabelinha, diu, pílula, pouca transa ou futebol. Não importa a causa, fazem pouco. Para se ter uma ideia, na Itália, 50 anos atrás, a população era quase igual a do Brasil, que hoje tem quase três vezes mais gente do que lá.