sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Crítica da ombudsman da Folha - Amaury Ribeiro fala do livro Privataria Tucana




Crítica interna

(de 15/12/2011 - Vazamento do texto da ombudsman Zuzana Singer, da Folha de São Paulo ocorreu na internet hoje, 16, sexta-feira...)


ANTES TARDE DO QUE NUNCA

Por Suzana Singer

Ainda bem que a Folha deu a notícia sobre o livro “A Privataria Tucana” (A11). A matéria está correta, com o destaque devido, mas o jornal deveria continuar no assunto, porque há mais pautas no livro.

Exemplo: por que Verônica Serra e o marido têm offshores? Não deveríamos investigar e questioná-los? É já publicamos que Alexandre Bourgeois, marido de Verônica, foi condenado por dever ao INSS? É verdade que as declarações que ela deu na época das eleições, sobre a sociedade com a irmã de Daniel Dantas, eram mentirosas? Fomos muito rigorosos com o caso Lulinha, por exemplo.

Outra frente é a o tal QG de dossiês anti-Serra na época da eleição presidencial, que a Folha deu com bastante destaque. O livro conta coisas de arrepiar a respeito de Rui Falcão. Ao mesmo tempo, sua versão de roubo dos seus arquivos parece inverossímel. Seria bom investigar, já que ele faz acusações graves contra a imprensa, especialmente “Veja” e “Folha”.

Teria sido bom editar um “acervo Folha conta a história da privatização” para lembrar ao leitor que o jornal foi muito duro com o governo FHC. É um erro subestimar a capacidade da internet – e da Record – de disseminar a tese do “PIG”. E também seria bom esclarecer, com mais detalhes, o que é novidade no livro sobre esse período.

O Painel do Leitor só deu hoje uma carta cobrando a cobertura do livro. Eu recebi 141 mensagens. Quem escreveu hoje criticou a matéria publicada por:

1) ter um viés de defesa dos tucanos;

2) não ter apresentado Amaury Ribeiro Jr. devidamente e não tê-lo ouvido;

3) exigir provas que são impossíveis (ligação das transações financeiras entre Dantas e Ricardo Sérgio e as privatizações);

4) não ter esse grau de exigência em outras denúncias, entre as mais recentes, as que derrubaram o ministro do Esporte (cadê o vídeo que mostra dinheiro sendo entregue na garagem?);

5) não ter citado que o livro está sendo bem vendido

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Amaury lançou o livro

sábado, 10 de dezembro de 2011

Ama me ama como minha mãe que me fez fazendo amor



Aos nossos pais

Alfredo Herkenhoff

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

2 de dezembro de 2011 Dia do Samba



Conexão Jornalismo - Homenagem ao Dia Nacional do Samba

Texto e narração de Fabio Lau à frente do programa Conexão, que o jornalista produz no Rio de Janeiro, desde o primeiro semestre deste ano. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira ao meio-dia pela Rádio Metropolitana AM 1090.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Primavera Árabe, Flamengo em 2011 e Países Emergentes de 2012 em diante


Mengão daqui pra frente é só porrada. Zum! Zum! Zum! Zumzumzumzum! Tá faltando um. Tirem-me tudo, menos a liberdade.
A internet revoluciona o mundo, distribuindo saberes e oportunidades. Mas inicia uma carnificina no mundo árabe, com essa onda de muçulmanos querendo direitos democráticos. A Síria, meu Deus, quantos riscos no dia de hoje! Apelidar essa onda de Primavera Árabe é mau agouro. A Primavera de Praga esperou 20 anos para ver realizado o sonho de ser uma nação com liberdade de pensamento e expressão. A Primavera de Pequim, com massacrezinho da Praça da Paz Celestial, vai precisar de mais uns 20 anos, ou 40 no total, para ver o sol da liberdade raiar no Grande Palácio do Povo e levar a China à liderança mundial não nessa guerra de foice para ver quem falsifica e polui mais no planeta, mas, justo ao contrário, ver quem inicia melhor e vence a corrida para produzir mais e despoluir mais. Pequim tem as armas: o mercado, a disciplina, pena que ainda sob ditadura.
Brasil, China, Índia, Argentina e Austrália: Uni-vos.
Porque em verdade vos digo: o agrobusiness e a industrialização com alta competividade, nesses países emergentes com populaçao vasta de um lado e vastas terres ferteis do outro, vão dobrar os serviços e os armamentos sofisticados produzidos pelos pesquisadores do MIT, Stanford e univesidades congêneres na Europa. Os velhos ricos ainda pesquisam mais, mas isso não vai durar.
Commodities e apartamentos no Leblon.... Os preços estão só começando a subir. Depois da Fifa 14 e dos Jogos 16, vão subir ainda mais.
E a água? Esta então vale ouro... E o Flamengo? Este não tem preço, daqui pra frente é só porrada. Rumo à Libetadores, rumo a Abu Dabi.
Em Lisboa, quando estão zangados comigo, ouço-os a ralhar mas sem som algum: Lisboa é tua, não deites Brasil na rua. Em Roma, quando estão com fome, vejo-os a repetir Millôr: A Roma faça como os romanos, coma os canibais. Em Paris, quando uma concierge reclama do meu francês, respondo em tom de festa, é sempre uma, agravando o mau humor da velha zeladora: Sei que não sei que sei que nada. Na Velha Albion, não produzem bons vinhos, mas bebem os melhores que há no mundo. E no Rio de Janeiro, quando o clima está ruim, prefiro não levar nada a sério.
Tirem-me tudo, menos a liberdade. A internet revoluciona o mundo, distribuindo saberes e oportunidades... (Por Alfredo Herkenhoff, a uma rodada para o encerramento do Brasileirão de 2011).

Rebaixamento: Cruzeiro, a maldição dos oito anos no Brasileirão de probabilidades e lembranças

Maldição dos oito anos. O Coritiba foi  campeão do Brasil em 1985 e rebaixado em 1993, ou oito anos depois. O Palmeiras, campeão em 1994, foi rebaixado oito anos depois, em 2002. O Grêmio, campeão em 1996, foi rebaixado em 2004, sim, oito anos depois. O Vasco, do mesmo modo, campeão em 2000, mergulhou na Segundona em 2008. O Corinthians,  titulo em 1999, rebaixado oito anos depois em 2007. Os supersticiosos creem que esta maldição vai atingir oito times campeões. O Cruzeiro, no limiar do Z4, Zona dos Quatro Ferrados, foi campeão brasileiro em 2003. Tudo leva a crer que vai cair oito anos depois, agora, em 2011, domingo, quando enfrenta o Atlético Mineiro.  Talvez o Cruzeiro não caia pela maldição, mas apenas pelo fato de ser a pior performance no Segundo Turno. O Cruzeiro disputa o mais desastroso dos desastres com outros dois ameaçados: Ceará, que pega o Bahia em Salvador, e Atlético Paranaense, que recebe, em seu caldeirão curitibano, a Arena da Baixada, o arquirrival Coritiba, em excelente fase, só duas derrotas em casa nas 17 que jogou no Couto Pereira. O Atlético Mineiro, bem, foi rebaixado outro dia aí, mas não ganha o Brasileirão há 40 anos. Donde se conclui que o Galo, a exemplo do Urubu, está imune a essa maldição. O Galo não cai oito anos depois porque nunca conquista nada. O Flamengo já ganhou seis vezes o Brasileirão e vai ganhar muito mais nos próximos oito anos. Sim, nós, rubro-negros, já jejuamos por 16 anos, de 1993 a 2008. Mas cair não combina com o nosso estilo.Vencer, vencer, vencer...
Ainda no campo das boas lembranças, só cinco grandes clubes nunca caíram para a Segunda Divisão: Mengão, Santos, São Paulo, Internacional e Cruzeiro. Tudo leva a crer que essa elite vai rir da Raposa chorando diante das uvas que já estão maduras.   (Por Alfredo Herkenhoff - Correio da Lapa)

sábado, 26 de novembro de 2011

A mulher de Nem, uma perspectiva, um show de ilusão e mil tragédias


Danúbia 


Mulher de Nem














Aqui de rostinho colado estão Danúbia Souza Rangel e Claudinha Leitte






Mãe, jovem vaidosa, um show de ilusão e mil tragédias

 Ela é mulher, não parece ter tido ingerência no tráfico, apenas se locupletou, muy loquita, mãe de dois filhos, Nem por isso pai, mas nem por isso garantidores, ele e a mãe, da felicidade que homens e mulheres desejam aos filhos que geram e entregam ao mundo.

 Dizem que antes de Nem a jovem beldade, turbinada com silicone, roupas lindas, ela própria uma forma de elegância global, envolveu-se com dois preeminentes varejistas da droga andina no Morro da Rocinha. Ambos já falecidos pela força das balas.


 Passeio da Natal porque existe Papai Nem Noel. Existe Helicóptero


 
Mas não parece que ela soubesse do crime que estaria cometendo - associação ao tráfico -  por se associar apaixonadamente pelo homem. E pela quantidade de jóias que ostentou em fotos que ela mesmo postou no Orkut, Danúbia Azul não via o horizonte sombrio que a aguardava,  a mulher não teria vocação para participar diretamente do mercado ilegal no meio de uma guerra envolvendo quadrilhas brasileiras rivais, quadrilhas estrangeiras e as diversas polícias do Brasil.

Gata Romântica



  
















 






Danúbia Souza Rangel, louraça Belzebu, mais se assemelha a essas meninas popozudas que Pedro Bial e Boninho escolhem para tornar o ambiente BBB mais cintilantemente calipígio. 

Ao prendê-la depois que ela aceitou sair da Rocinha e prestar depoimento na 15 DP, na Gávea, o delegado viu a mulher em toda a sua fragilidade, o policial a viu chorar e, num lance a que Danúbia tinha direito, ele compreendeu que ela então só falaria em juízo, ou seja, na frente de um juiz. 




A bordo do barco


A mulher que gostava de luxo, sonhava vida de princesa, que vivia um simulacro de reino, um reinado do pó de alta rotatividade, foi levada neste sábado, 26 do 11 de 2011, para bem pertinho de onde esteve dias atrás o marido, outrora um bom funcionário (o Nem chegou a ganhar um prêmio como o assalariado do ano na firma em que operava). 



 Black Label 

Triste história que se repete. Com o filho doente, Nem aceitou grana emprestada do chefe da boca de fumo para salvar a vida de uma criança e, de incidente em incidente, foi alçado ao comando da bandidagem, tudo tendo começado quando ele já estava com 25, ou 26 anos de idade, ou seja, entrou para o crime uma década atrás. Não confiava na saúde do Estado, não confiava no SUS. Você confia?

Tempos e Templos Dourados  



 
Não acredito que Danúbia tenha importância nenhuma para o tráfico, ela era apenas um troféu. Mas era mãe, é mãe, e não me agrada ver que lhe tiram este direito. O CV que ela faz na imagem acima tem a mesma importância que teve o gesto idêntico de Adriano Imperador, o artilheiro com cabeça de passarinho, qual Garrincha, qual cabeça de cambuxirra. Esta mulher é pura mãe e pura vaidade. Não tem nada a ver com o pó, só com purpurina, mas o que lhe resta agora é o glamour fétido de Bangu.  Esta mulher pode voltar para a liberdade e aprender a levar uma vida modesta como mãe. 

O Estado, o delegado, o juiz de plantão talvez estejam inventando uma lei: menina bonita que se apaixonar por um traficante automaticamente vira associada ao tráfico e vira criminosa. Mas onde está escrito que se apaixonar por um criminoso é crime? 






Presa com jeans delavê e camisa de madras. Seios foram turbinados pelo silicone, como faz a mulherada sonhando em preencher os requisitos ou estilos aprovados pelos globais Pedro Bial e José Bonifácio, o Boninho


 Já o Nem vai passar muitos anos preso, mas há sinais, incluindo do próprio secretário Beltrame, de que o ex-chefe da Rocinha pode usar a própria intrepidez, a mesma que o levou já meio velho a descobrir o mundo do crime, para ajudar a sociedade a reduzir os erros nessa guerra social envolvendo tráfico de droga e polícia. Nem pode ter a pena reduzida se colaborar, insinuou o secretário das UPPs. 

Pena que a proximidade que une Nem e seu amor a partir de hoje seja uma mansão em Gericinó, pena que seja uma pena, seja apenas um elo. Nem saiu do complexo de mansões e foi levado para uma longa lua de mel com a sua solidão de distância máxima no interior do Brasil. 

Mas de Danúbia, pressente-se, o erro maior não foi um crime hediondo, como mandar bater numa popozuda por ciúmes do marido, ou, pelo mesmo motivo,  proibir outra funkeira de voltar a botar os pés no morro do seu amor. O erro maior foi amar, amar demais: o homem e seu dinheiro.

 Não me rejubilo com a prisão de uma mãe, de nenhuma mãe com filhos pequenos. A linda Danúbia Souza Rangel está presa por amor. Que seus dois filhos com Nem possam ter uma vida mais digna. (Por Alfredo Herkenhoff - Correio da Lapa)










Bethânia declamando "Abenção" no Canecão, áudio inédito gravado por fã




Belíssima declamação Canecão, show de 2004 ou 2005 em que Maria Bethânia homenageava Vinicius de Moraes e cantava canções de outros grandes compositores. Saravá.
Peço desculpas pelas seis cervejas e 18 salgados sussurrados na mesa... Era o encerramento do espetáculo, e a garçonete fechava a conta da mesa.

Abenção Maria Bethânia, maior intérprete do Brasil hoj

terça-feira, 15 de novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

Partiu Lapa?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Freddie Mercury & Montserrat Cabballé - Anna Netrebko & Caetano Veloso


Praticamente daqui a cinco anos teremos as Olimpíadas no Rio de Janeiro. Quando faltava mais ou menos esse tempo para os Jogos de Barcelona (1992), o mundo viu o cantar pop e o lírico juntos numa bela performance. Esta apresentação foi a primeira ao vivo de Fred Mercury e Montserrat Caballé. Eu me pergunto se não estou sonhando, mas... Roberto Medina, Andre Midani ou gente do mesmo alto coturno: Uni-vos para convocar quem sabe Caetano Veloso e Anna Netrebko para fazer uma performance em torno da Cidade Maravilhosa... O mundo de novo ficaria mais feliz... Concorda comigo?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A laringe de Lula

 (Chegado ao editor do Correio da Lapa por email enviado pelo colega do Estadão)


Oi, aqui está meu sueltinho mensal para a página 2 do Jornal da Tarde amanhã, terça-feira, 1º de novembro:
A opinião de José Nêumanne
Jornalista, escritor e editorialista do Jornal da Tarde

O câncer na laringe
e o futuro de Lula

Quem se regozija com o câncer na laringe de Lula e quem imagina que poderá se aproveitar do aumento de seu prestígio por causa da dor que ele  enfrentará poderão não se dar bem como pensam
A notícia de que Luiz Inácio Lula da Silva tem na laringe um câncer de agressividade média, seja lá o que queira dizer isso, surpreendeu a todos. É como se, de repente, se tomasse conhecimento de que é falível o titã da política, o semideus da administração pública, o maior ídolo popular que já subiu em palanques neste País. Alto lá, gente fina! O homem é gente, como você, o recordista mundial dos 100 metros rasos, a pobre mulher sertaneja que serve farinha com água para matar a fome da imensa prole desvalida e eu.
Bem, vamos convir que ele foi presidente da República e, nesta condição, se submeteu aos exames de tecnologia mais sofisticada em check ups periódicos em que sua garganta foi vasculhada por sensores poderosos e radiação nuclear que desvenda mistérios que tato e vista não alcançam. E daí? A medicina é falível como o aparelho, o médico e o paciente.
Então, por que este susto todo? O ex-presidente da República não é propriamente um ser humano regrado, morigerado e aplicado. Ao contrário, é sanguíneo, explosivo, indisciplinado e ingere toxinas a granel. O que isso tem a ver com o câncer na laringe? Vai saber! Um dos mistérios dolorosos da vida é que de certo mesmo só se sabe que cedo ou tarde ela se extinguirá, mas a fragilidade do sopro vital sempre corresponde à surpresa da chegada da doença. Além do mais, no último decênio, o paciente do dr. Calil tem sido o ponto de referência para convergir ou para divergir na cena pública nacional. Difícil encontrar quem seja neutro ao julgá-lo, impossível lhe ser indiferente.
Lula é gente como qualquer de nós e, como todos estamos atados à certeza da visita da Indesejada das Gentes, bastando para tanto que exista, merece respeito e piedade. A paixão em torno de sua atuação pública, contudo, produziu desafetos que se regozijam com sua dor e prosélitos que receberam a notícia como se dissesse respeito a um ente querido muito próximo. A condição humana é como é: falível e parcial. Uma reação é desumana; a outra, irracional; e ambas, despropositadas.
Impossível saber se o tumor maligno lhe reduzirá o prazo de vida. Muitos contemporâneos mais jovens e hígidos poderão sucumbir antes, outros mais próximos da morte poderão sobreviver a ele. Só uma coisa é certa: a experiência mostra que no convívio com as massas a dor do ídolo poderá exacerbar a idolatria. Quem contar com o fim da popularidade do paciente pela eventual perda de seu principal instrumento, a palavra falada, poderá ser surpreendido pela canonização em vida da vítima. Quem pretender prosperar sob a sombra do ícone semovente poderá aprender que  idólatras nada  veneram além do ídolo.
 

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Vida longa segundo a Bíblia

Carinho de minha mulher e meus filhos sustenta a vida

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Celso Blue Boys, o maior guitarrista do Brasil

Celso Blues Boy interpreta a música Por um monte de cerveja, que dá nome ao show e ao CD que ele lançou ontem, 27 de outubro de 2011, no Teatro Rival BR.
"Por Um Monte De Cerveja" foi a segunda executada no espetáculo que acontece de novo logo mais às 8h da noite de hoje, 28 de outubro;. Os versos são sábios:
Vou procurar de vela acesa
qualquer lugar aonde esteja
um monte de cerveja
invadindo a minha mesa...
(Video Celular - Correio da Lapa)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Reflexões sobre o medo por Mia Couto na Conferência do Estoril

 
"O medo foi um dos meus primeiros mestres. Antes de ganhar confiança em celestiais criaturas, aprendi a temer monstros, fantasmas e demónios. Os anjos, quando chegaram, já era para me guardarem, servindo como agentes da segurança privada das almas. Nem sempre os que me protegiam sabiam da diferença entre sentimento e realidade. Isso acontecia, por exemplo, quando me ensinavam a recear os desconhecidos. Na realidade, a maior parte da violência contra as crianças sempre foi praticada não por estranhos, mas por parentes e conhecidos. Os fantasmas que serviam na minha infância reproduziam esse velho engano de que estamos mais seguros em ambientes que reconhecemos. Os meus anjos da guarda tinham a ingenuidade de acreditar que eu estaria mais protegido apenas por não me aventurar para além da fronteira da minha língua, da minha cultura, do meu território.
O medo foi, afinal, o mestre que mais me fez desaprender. Quando deixei a minha casa natal, uma invisível mão roubava-me a coragem de viver e a audácia de ser eu mesmo. No horizonte vislumbravam-se mais muros do que estradas. Nessa altura, algo me sugeria o seguinte: que há neste mundo mais medo de coisas más do que coisas más propriamente ditas.
No Moçambique colonial em que nasci e cresci, a narrativa do medo tinha um invejável casting internacional: os chineses que comiam crianças, os chamados terroristas que lutavam pela independência do país, e um ateu barbudo com um nome alemão. Esses fantasmas tiveram o fim de todos os fantasmas: morreram quando morreu o medo. Os chineses abriram restaurantes junto à nossa porta, os ditos terroristas são governantes respeitáveis e Karl Marx, o ateu barbudo, é um simpático avô que não deixou descendência.
O preço dessa narrativa de terror foi, no entanto, trágico para o continente africano. Em nome da luta contra o comunismo cometeram-se as mais indizíveis barbaridades. Em nome da segurança mundial foram colocados e conservados no Poder alguns dos ditadores mais sanguinários de que há memória. A mais grave herança dessa longa intervenção externa é a facilidade com que as elites africanas continuam a culpar os outros pelos seus próprios fracassos.
A Guerra-Fria esfriou mas o maniqueísmo que a sustinha não desarmou, inventando rapidamente outras geografias do medo, a Oriente e a Ocidente. Para responder às novas entidades demoníacas não bastam os seculares meios de governação. Precisamos de investimento divino, precisamos de intervenção de poderes que estão para além da força humana. O que era ideologia passou a ser crença, o que era política tornou-se religião, o que era religião passou a ser estratégia de poder.
Para fabricar armas é preciso fabricar inimigos. Para produzir inimigos é imperioso sustentar fantasmas. A manutenção desse alvoroço requer um dispendioso aparato e um batalhão de especialistas que, em segredo, tomam decisões em nosso nome. Eis o que nos dizem: para superarmos as ameaças domésticas precisamos de mais polícia, mais prisões, mais segurança privada e menos privacidade. Para enfrentar as ameaças globais precisamos de mais exércitos, mais serviços secretos e a suspensão temporária da nossa cidadania. Todos sabemos que o caminho verdadeiro tem que ser outro. Todos sabemos que esse outro caminho começaria pelo desejo de conhecermos melhor esses que, de um e do outro lado, aprendemos a chamar de “eles”.
Aos adversários políticos e militares, juntam-se agora o clima, a demografia e as epidemias. O sentimento que se criou é o seguinte: a realidade é perigosa, a natureza é traiçoeira e a humanidade é imprevisível. Vivemos – como cidadãos e como espécie – em permanente limiar de emergência. Como em qualquer estado de sítio, as liberdades individuais devem ser contidas, a privacidade pode ser invadida e a racionalidade deve ser suspensa.
Todas estas restrições servem para que não sejam feitas perguntas incomodas como estas: por que motivo a crise financeira não atingiu a indústria de armamento? Por que motivo se gastou, apenas o ano passado, um trilião e meio de dólares com armamento militar? Por que razão os que hoje tentam proteger os civis na Líbia são exatamente os que mais armas venderam ao regime do coronel Kadaffi? Por que motivo se realizam mais seminários sobre segurança do que sobre justiça?
Se queremos resolver (e não apenas discutir) a segurança mundial – teremos que enfrentar ameaças bem reais e urgentes. Há uma arma de destruição massiva que está sendo usada todos os dias, em todo o mundo, sem que sejam precisos pretextos de guerra. Essa arma chama-se fome. Em pleno século 21, um em cada seis seres humanos passa fome. O custo para superar a fome mundial seria uma fracção pequena do que se gasta em armamento. A fome será, sem dúvida, a maior causa de insegurança do nosso tempo. Num planeta que imaginamos como uma única aldeia, a realidade mais globalizada é a miséria.
O preço dessa narrativa de terror foi, no entanto, trágico para o continente africano. Em nome da luta contra o comunismo cometeram-se as mais indizíveis barbaridades. Em nome da segurança mundial foram colocados e conservados no Poder alguns dos ditadores mais sanguinários de que há memória. A mais grave herança dessa longa intervenção externa é a facilidade com que as elites africanas continuam a culpar os outros pelos seus próprios fracassos.
Mencionarei ainda outra silenciada violência: em todo o mundo, uma em cada três mulheres foi ou será vítima de violência física ou sexual durante o seu tempo de vida. Não há aqui nenhum laivo de feminismo, nenhum paternalismo dos que dizem cuidar dos chamados grupos vulneráveis. A verdade é que sobre metade das pessoas que estão nesta sala pesa uma condenação antecipada pelo simples facto de serem mulheres.
A nossa indignação, porém, é bem menor que o medo. Sem darmos conta, fomos convertidos em soldados de um exército sem nome, e como militares sem farda deixamos de questionar. Deixamos de fazer perguntas e de discutir razões. As questões de ética são esquecidas porque está provada a barbaridade dos outros. E porque estamos em guerra, não temos que fazer prova de coerência nem de legalidade.
É sintomático que a única construção humana que pode ser vista do espaço seja uma muralha. A chamada Grande Muralha foi erguida para proteger a China das guerras e das invasões. A Muralha não evitou conflitos nem parou os invasores. Possivelmente, morreram mais chineses construindo a Muralha do que vítimas das invasões do Norte. Diz-se que alguns dos trabalhadores que morreram foram emparedados na sua própria construção. Esses corpos convertidos em muro e pedra são uma metáfora de quanto o medo nos pode aprisionar.
Há muros que separam nações, há muros que dividem pobres e ricos. Mas não há hoje muro que separe os que têm medo dos que não têm medo. Sob as mesmas nuvens cinzentas aprendemos a reduzir os sonhos e esperanças para um tamanho aceitável. Acerca dessa histeria colectiva, Eduardo Galeano escreveu o seguinte:
Os que trabalham têm medo de perder o trabalho. Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho. Quem não têm medo da fome, têm medo da comida. Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas, as armas têm medo da falta de guerras.
E, se calhar, acrescento agora eu, há quem tenha medo que o medo acabe."
 
 (Mia Couto, autor desse texto, nasceu em Moçambique) 
 

domingo, 23 de outubro de 2011

Caso Orlando Silva e as ameaças da não realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil?


A não realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil: quais são as ameaças?

 Especulações?


 

 Incapacidade de o Congresso Nacional compreender que mexer em leis fajutas não ameaça a soberania nacional, por exemplo, proibição de birita nos estádios. A Fifa é a favor da loura gelada.. Ingresso para estudante pela metade do preço? Outra palhaçada que a Fifa não aceita imposição nem de governos ao seu evento privado, que dirá da UNE com jovens se aboletando em .sinecuras do Estado... E já tem neguinho em Brasília querendo cota de ingresso para quem não tem dinheiro poder ir ao estádio. Outra palhaçada. Pobre vai quando ganha, promoções de supermercado, bancos, montadoras etc, tal qual rolou na África do Sul.

Permanência de Orlando Silva no Cargo. O braço-direito de Joseph Blatter na Fifa já deu o aviso: gostou da sugestão do Estadão, que publicou que Dilma já teria decidido afastar o inexperiente quadro do PCdoB do comando da pasta dos Esportes.

Recrudescimento do crime organizado. Qualquer grupo traficante seria capaz de derrubar um avião cheio de turistas ingleses com tiros de fuzil disparados de favelas dominadas por centenas dessa armas de grosso calibre, como as comunidades que ficam nas proximidades de aeroportos, exemplos: Complexo da Maré ou mesmo aquelas enormes favelas no fundo da Baía de Guanabara, em Caxias. O Morro do Alemão é só o maior complexo. As UPPs na Zona Sul e lugares privilegiados da ZN formam apenas um  corredor para 2014 e 16. Um “buffer”, um tampão de emergência. A metrópole tem mais de hum milhão de favelados nada felizes.

Irritação da Fifa com os nossos políticos.

 Exemplo da Colômbia. Em 1985, um ano antes da Copa de 86, Bogotá desistiu da Fifa. Faltava grana e sobrava politica tipo brasileira e ainda havia guerrilha, milícia e narcotráfico produtor. O México, que fizera a Copa 15 anos antes, topou o convite da Fifa e fez de novo, preparou-se em um ano.

 O Brasil não vai desistir, mas se a Fifa desistir do Brasil, quem a Fifa vai convidar para fazer o Mundial de 14?

 Palpites; Chicago, terra de Obama, Tóquio, pós Fukushima, Madri que era candidata ou Londres que terá feito uma bela Olimpíada em 2012?

Resposta para essas questões: o maior risco de o Brasil não sediar 14 está em Brasília, no Congresso, onde os caras acabaram de esfaquear o Rio de Janeiro e o Espirito Santo na questão dos royalties. Ali mora o perigo maior de uma capital totalmente perigosa, tamanha a sujeirada misturada com a poeira vermelha e o barro vermelho em dias de chuva. Vá a Brasília, mas não converse. A água que cai do céu já chega suja no chão. Até o céu está de mal com a capital.

Se a querida presidenta Dilma continuar perdendo em média um ministro por mês, como tem 48 meses de mandato e como nomeou um ministério de apenas 47 pastas, vai chegar em 2014 com um único auxiliar de peso: Luiz Inácio. E ela, como Dimitri Medvedev fez em Moscou desistindo de tentar novo mandato, vai declarar apoio à volta do velhinho barbudo. Bota o retrato do velho, bota no mesmo lugar.

Sugestões: Não leve a sério tudo isso que botei aqui. Leve a serio e reclame apenas de nossos representantes no Congresso Nacional. Pelé, que faz aniversário hoje, 23 de outubro, tinha razão ao dizer: brasileiro não sabe votar. Parabéns, Cocada Preta! Esteja onde estiver, Negão, o saudoso amigo comum Oldemário Touguinhó deve estar rindo de nós e mandando também votos de felicidade. A propósito, Pelé, que é amigo da Fifa e da Mastercad, já teria sido sondado para ser o nosso interlocutor com os 24 velhinhos do Comitê da Fifa no lugar de Orlando, o ministro das multidões de amigos. Pelé, sozinho, convenceu a Fifa e os EUA a fazer aquela bela Copa de 1994, apesar do calorão nos péssimos horários escolhidos para os jogos.

Enfatizando para concluir: Políticos do Congresso Nacional! Abram os olhos! A Fifa está se lixando pra vocês. E nós, que votamos, também. Parem com esse lero-lero, aprovem a legislação de emergência antes que seja tarde demais.

E Orlando Silva, acusado sem provas, mesmo sem corrupção nas costas, ajuda se pedir o boné.

(Por Alfredo Herkenhoff, Correio da Lapa, Rio de Janeiro, 23 de outubro de 201)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Flamengo perde por 4 a 0 no pior mico de 2001 em pleno Engenhão

MENGÃO PALHAÇADA
A Sul Americana já foi atalho para vaga na Libertadores. Ontem, o Mengão entrou em campo sem notar o seguinte: nas oitavas, estava a oito jogos da Libertadores no regime mata-mata. Mas no Brasileirão, também estava e está a oito jogos da vaga. Agora o Mengão está a um jogo do caos, a realidade cearense da eliminação.

PALHAÇADA
O Engenhão foi invadido por 80 chilenos barulhentos na arquibancada. Nós, rubro-negros, não éramos mais de que uns 150 abnegados distantes da transmissão ao vivo da Globo. Abrimos mão do mando e da torcida. Engenhão deserto, não sei onde fica, como vai nem como volta. Engenhão virou passatempo de quem mora no Recreio, gente da Linha Amarela. Falta-lhe logística. Fosse este jogo de ontem em Uberlândia, Juiz de Fora, Cachoeiro de Itapemirim, Vitória ou Quixeramobim, o Mengão botaria milhares de pessoas pra torcer in loco e dizer : um dia, lá atrás, eu vi Ronaldinho jogar cara a cara, como posso dizer que eu vi Pelé da arquibancada do Maraca 40 anos atrás.

PALHAÇADA
Configurado o desastre com o 2 a 0 no primeiro tempo, Luxemburro e Patrícia deveriam ter tirado Ronaldinho e Thiago Neves da etapa complementar, que teria sido mera preleção, um vexame-treino para um Mengão sem seus dois principais nomes experimentando a nova formação para o jogo decisivo de domingo contra o Santos. Neste encontro no Engenhão, o Santos vem com sede de vingança. Pressinto loucuras: ou o Mengão vai tomar de novo de quatro, ou vai meter quatro. O Flamengo, ao manter Ronaldinho e Thiago Neves no segundo tempo, mostrou que não pensa, mas é dominado pela arrogância do treinador que não treina. Não tem tempo nem cabeça. Já foi a sua vocação.

PALHAÇADA
Com que cabeça o Mengão vai entrar em campo contra o Santos, que já armou até o marketing para o jogo da vingança? Ontem Borges, ao marcar um gol, igualou-se a Chulapa como o maior artilheiro do clube num Campeonato Brasileiro. Domingo, se marcar de novo, Borges vai superar o maior artilheiro santista em Brasileirão. Borges saiu ontem aparentemente alegando problema muscular. Mas acho que foi apenas poupado. Muricy Muriçoca (foto), atual campeão do Brasileirão, disse que o Santos abriu mão do Brasileirão para conquistar a Libertadores e garantir vaga no mesmo torneio ano que vem. Ou seja, não tergiversou. Muricy, ao contrario de Luxa e Felipão, o Mal-Educado, é ganhador presente, não vive de cartel invejável para justificar o fracasso contemporâneo . Murici sabe que o Inter, que ele já treinou, tentou brincar de poupar elenco na reta fina de um Brasileirão e se estrumbicou no Mundial de Clubes num dezembro dois ou três anos atrás. Como um indivíduo, o time também perde ritmo de jogo. O Santos dá sinais de que mesmo diante da superioridade do Barça, não vai brincar em serviço. Neymar ontem fez a diferença. O Santos não disputa nada, mas não quer perder ritmo de jogo. Domingo o Santos fará a último partida à vera. Depois, é só administrar o ritmo e ajudar inimigos do Corinthians, ou seja, vai ajudar Mengão, Fluzão, Fogão e Vascão.

PALHAÇADA
Ronaldinho como comentarista - falando de chances de ser campeão - é um perna de pau. Chegou nos braços da galera, pode sair enxovalhado. Vi o jogo no bar e ouvi rubro-negros falando mal dele como jamais vira antes. Quero queimar a minha língua e ver o Flamengo qual Fênix conquistando o Hepta daqui a seis ou sete semanas. Mas está tão difícil quanto acreditar em Papai Noel. Cala a boca, Ronaldinho, não converse comigo, nem com a Globo nem com o Seu Juiz. Suas expulsões tem me lembrado Filipe, o vascaíno filho de taxista, erráticas, evitando viajar com o elenco. Jogador que for expulso não pode ter dias de folga. Expulsão tem de significar concentração.

PALHAÇADA
Talvez eu esteja completamente errado. Reconheço: quando Damiao sentiu contusão na véspera da apresentação para um joguinho caça-níquel da Seleção, pensei 20 dias atrás que o Inter estivesse aprontando uma fuga, mas não, o destaque colorado estava realmente mal. Não li o noticiário ainda na net, talvez Borges tenha sentido ontem algo, talvez tenha sido poupado como Damião não foi.
Aos colegas da Nação d’O Mais Querido, só no resta torcer. Em 2009, o matemático Pífio Garcia escreveu em The Grobe que a chance do Mengão ser campeão era de menos de 1 por cento. E que a chance do Fluzão não cair também era menos de 1 por cento. E o cara continua fazendo estatísticas bisonhas.

PALHAÇADA
A última vez que sai de casa para ir comprar jornal na banca ali da esquina foi seis meses atrás. Ler jornal impresso virou hábito de velhos e viúvas assim que vem a viuvez. Elas leem o exemplar que chega até que se esgote o prazo da assinatura. Depois, não renovam.

PALHAÇADA
Conversando com o jornaleiro: ele me diz que antigamente chegavam à banca dele 39 revistas Playboy e voltavam como encalhe dois ou três exemplares no fim do mês. Hoje chegam três exemplares e voltam três. Ou seja, a banca, ele me explica, virou mercearia, vende cigarro, credito de celular, Coca Cola, mariola, apostila para concurso publico etc. tudo, menos jornal e revista. Mas os anunciantes ainda não se deram conta no Brasil de que estão jogando dinheiro fora. Ah, jornal impresso ainda é habito de garçom, peão de obra, porteiro, enfim, esses laboriosos e humildes trabalhadores que não têm tempo para navegar e cujos filhos estão nas lan houses. Eles gostam desses tabloides popularescos como o Meia Hora, este prestes a ser rebatizado como Bunda Inteira.

PALHAÇADA
Luxemburgo mostra arrogância ao explicar a partida. Agora que nada resta a fazer no jogo de volta em Santiago, ele devia sim obrigar Ronaldinho e Thiago Neves a viajar sobre os Andes. Nada de time reserva. Concentração.

Palhaçada
Em 2008, o Mengão, depois de sapecar o America do Mexico no México, recebeu o time de Cabanas no Maraca. Perdíamos por 2 a 0 e aquilo ainda bastava para prosseguir na Libertadores. Mas a palhaçada mandou o Mengão atacar loucamente até que Cabanas fizesse o hat trick e nos mandasse ao inferno do maior mico, o pior 3 a 0 de minha vida. Depois Cabanas, o paraguaio, levaria um tiro no coco, tiro falso que não o matou. Antes tivesse levado três tiros autênticos antes daquela noite de quarta com o Maraca lotado. Ontem deu-se o mesmo. Ontem perdi a última esperança. Hoje eu sou o matemático de The Grobe de ontem. Nossas chances se escafederam de vez. Não temos disciplina, temos a má vontade e a empáfia. Falta-nos futebol, sobra-nos marketing. 4 a 0 foi pouco. Merecíamos ter caído de seis, ou mesmo por hepta goleada. (Por Alfredo Herkenhoff, Correio da Lapa, Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2011)