sábado, 15 de agosto de 2009

Pedido de resgate para o cargueiro sequestrado no Báltico



Começa a aparecer a margarida

Piratas dão o ar de sua graça




O navio Arctic Sea (foto) entre mil suspeitas:
um mistério sumido no meio do alto-mar

As autoridades finlandesas informaram na manhã deste sábado que o armador do navio Artic Sea recebeu um pedido de resgate, sem especificar o valor. "Confirmo: foi pedido um resgate em dinheiro à empresa proprietária do navio", afirmou uma porta-voz da polícia em Helsinque. O cargueiro com 14 tripulantes russos, e bandeira da Ilha de Malta, transportava um carregamento de madeira finlandesa avaliado em 1,3 milhões de euros e foi assaltado em 24 de Julho, no Mar Báltico, por piratas. Em seguida o navio atravessou o Canal da Mancha e foi avistado pela última vez pela aeronáutica portuguesa perto da Espanha em 2 de agosto.

Correio da Lapa: Notícia Comentada

O navio foi sequestrado há 22 ou 23 dias, mas o desaparecimento só foi reconhecido formalmente há duas semanas. Com isso, talvez uma artimanha, os piratas teriam tido tempo para levar a embarcação para bem longe, ou bem perto. Talvez o navio tenha até mudado de feição, ou de cor. Mas de lá para cá é só mistério. O pedido de resgate pode ser visto como uma excelente notícia, a chamada desgraça boa.

A embarcação tem 100 metros de comprimento. O governo de Moscou tem feito esforços para mobilizar buscas. As forças antiterror da Rússia têm fama de truculenta, uso de força desproporcional. Se não puderem libertar os 14 nacionais, são bem capazes de explodir a geringonça no meio do Atlântico sem ninguém ficar nem sabendo.

É um mistério o local do navio continuar um mistério em plena era digital, com GPS e chips ainda mais eficientes em matéria de envio automático de sinais, em plena época de jatos e vasos de guerra da OTAN.

Todo mundo é suspeito no caso até segunda desordem: de serviços de espionagem a máfias italianas, e ainda, claro, máfias russas formadas pelos descendentes dos amotinados do navio Potemkin do grande cineasta Sergei Eisenstein. Apenas os pobres piratas pigmeus do Chifre da África parecem de fora dessa escadaria de Odessa, verdadeira escalada midiática contra inocentes marujos. Ou será que até estes seriam também suspeitos?

Por Alfredo Herkenhoff