A exemplo da Câmara de Deputados, o Senado aprovou na noite de quarta-feira uma ferroada nos Estados produtores de petróleo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Os senadores, os mesmos que aprovaram projeto Ficha Limpa dizendo que estavam acabando com a corrupção, aprovaram a emenda de Pedro Simon (PMDB-RS), que estabelece divisão igualitária dos royalties entre os estados e municípios por 41 votos a favor e 28 contra. A decisão retorna aos deputados que não mais podem mudar o texto. Estima-se que Rio perderá R$ 10 bilhões por ano. O STF já deu sinais de que não aprova a medida política.
A realidade é Lousiana, com o esguicho de óleo inundando pesqueiros do Golfo, mas sem irrigar a mente do Piauí tão seco quanto um coco murcho do Sergipe, apesar do Delta do Parnaíba, a exuberância no micro litoral do Estado nordestino desejoso de mamar nas tetas perigosas da vaca louca do off shore fluminense
A verdade é que, nos tempos de mídia midiática, os políticos brasileiros aprovam o caos de olho nas urnas. A verdade é que o Senado faz mal ao Brasil. Os senadores morreram mais um pouco com mais um vexame.
Até quando?
Três por unidade da Federação, e deviam preservar a integridade territorial e emocional da República, mas zelam pela vergonha, pela desigualdade que lhes garante o status de casa quase inútil. Em vez de soberania, passam Roraima para o poder de ongs internacionais. Em vez de integridade, o choque fratricida como se os Estados fossem iguais perante o petróleo. Não são, assim como os senadores não são perante seus eleitores.
Cada eleitor, cada voto, é como um barril, mas não do ouro negro, barril de pólvora. Vontade de chorar mais do que Sérgio Cabral diante desta safadeza que fizeram contra cariocas e capixabas.
Por Alfredo Herkenhoff