Amigos mortos, amigos sumidos assim, pra nunca mais
Foi o Rio que passou em nossas vidas
De cada um muitas lembranças, Dona Cléria Delécreataz, numa foto clicada talvez pelo garçom Miro ou por um amigo qualquer que pegou minha máquina... Todas as outras fotos aqui abaixo foram clicadas por este mesmo ímpeto que leva ao nascimento dessas linhas... Mas Cléria, Madrinha do Nova Capela... Parece que parentes distantes levaram aquela velha foto sépia que ficava na parede do restaurante com a imagem da cabrocha... História dela dá pra ver neste Correio da Lapa...
Boas discussões com o velho companheiro, o velho colega dos tempos de Última Hora, na Rua Equador, Flávio Pinto Vieira, que também se foi... E aqui cliquei moi même com o braço esticado...
Alfredinho Santa Teresa, nada sei a não ser que era aposentado, gostava de uma boa prosa e andava o xará de vez em quando pela Lapa, como neste flagrante matinal... Coração levou...
Não posso dizer que amigo fosse, mas como seu admirador, eu estava sempre na cola dele, sempre uma grata surpresa, o grande poeta Luiz Carlos da Vila, cada samba melhor do que o outro. Flagrei o mestre inúmeras vezes. Fiz até alguns closes com Luiz beijando a boca de sua querida Jane. Nesta imagem, o Luiz de Todas as Vilas prosa com outro admirador, o quase invisível jornalista Marechal.
Seu Franciso da Flores... Este era papo divertido desde a década de 1970, sempre vendendo rosas, quase todas vermelhas. Esta foto é de 2002 naquele frenesi do Jobi, no Leblon de tantos encantos... Na ocasião, publiquei texto sobre Seu Francisco falando de sua família, sua mulher, Dona Iracema... Um assalto que uma vez ele sofreu nas imediações da Central do Brasil... A educação e a elegância do velho cearense... Botei no nosso Livro do Jobi... Qualquer hora republico aqui por este blogue-jornal, hoje comemorando cinco meses de existência com esta homenagem a alguns dos nossos mortos de cada dia... Figuras tão especiais do Rio que vai passando em nossas vidas...
Túlio Cordeiro, que tantos anos viveu em Paris, pintor viciado em desenhar a qualquer hora em qualquer lugar ou suporte... Paredes de botequins perdidos, guardanapos de diversos restaurantes, pedaços de madeira, sempre querendo pintar mais... E fazia e vendia ele mesmo as gravuras... Coração levou...
Altayr Baffa, o querido Baffinha, ah! se aquele Escort que foi dele e meu falasse... Quanta história desse guerreiro de família guerreira de grandes jornalistas no Rio de Janeiro! E ele nunca, embora pequeno de altura, levou desaforo de grandalhão para casa. Era bom de papo e bom no gogó e na mão se preciso fosse. Pouco antes de morrer, Baffinha foi um dos fundadores do bloco Quem não guenta bebe água, de Laranjeiras. Estava animadíssimo... Viveu e curtiu todas... Conhecia bem a melhor MPB carioca, sambista, gente do bem... E sempre acompanhado de mulheres lindas...
Por Alfredo Herkenhoff
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