quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Novos Lares ganha prêmio de melhor documentário

O filme Novos Lares - A História dos Judeus em Nilópolis, dirigido por Radamés Vieira (foto), ganhou, nesta terça-feira, os principais prêmios do Festival de Cinema Judaico de São Paulo, o de melhor documentário e o de melhor filme, este segundo júri popular. E nesta quarta-feira, 12 de agosto, o filme será exibido às 16h na Academia Brasileira de Letras, no Centro do Rio de Janeiro, na Presidente Wilson, Auditório R. Magalhães, com entrada franca.

Parabéns Radamés pela dedicação e intensidade com que se entrega em seus sonhos e realizações. Não vi ainda mas já gostei do filme. Seguem trechos do press release do colega jornalista e agora diretor premiado de cinema. Radamés sempre foi cinéfilo de carteirinha (Alfredo Herkenhoff).

NOVOS LARES é um documentário em longa metragem com 77 minutos, produzido pela Prosol, com patrocínio do Centro da Cultura Judaica. da Chevra Kadisha do Rio de Janeiro e Prefeitura de Nilópolis. O filme conta a história de imigrantes judeus, do Leste Europeu, que vieram para o Brasil nas primeiras décadas do século passado e se instalaram em Nilópolis, subúrbio localizado a 30 km do Rio de Janeiro.

Nomes e vidas como o da atriz Tereza Rachel, do médico Jacob Kligerman, da artista plástica Fayga Ostrower entre outros, são descortinados a partir da constatação de que uma colônia, apesar de forte e influente até os anos 70, foi abandonando a cidade, mas deixou marcas na cultura e no desenvolvimento sócio-cultural e urbano do local.

Uma Sinagoga, construída em fins da década de 20, encontra-se hoje em estado de total abandono, mas sua arquitetura e suas histórias permanecem latentes nas lembranças e no imaginário dos que participaram de suas sessões, ou daqueles que descenderam dessa leva de imigrantes. Um cemitério, construído em 1935, ainda existe no local.

Quando tomou conhecimento do projeto e viu o “trailer” do filme, a historiadora Tânia Kaufman teve a seguinte reação: “Este projeto é um dos melhores que tenho visto nos últimos anos sobre comunidades judaicas do século XX. A mensagem que fica é a das possibilidades de convivências pacíficas, cidadania, integração na diversidade cultural de uma região. Enfim, fiquei encantada”.

Com maestria, o filme faz uso do jogo do tempo, mostrando como o passado aprisiona nossos pensamentos e toca nosso universo individual, quando nos vemos sós, em família ou em sociedade. Uma lágrima – uma só lágrima – a correr nos rostos, como é mostrado na cena da visitação à sinagoga expõe a duração quase secular dessas trajetórias, permeando o filme da primeira à última cena”.

Outros nomes importantes participam com depoimentos no documentário, como o historiador Nachman Falbel, o jornalista Alberto Dines e o escritor Moacyr Scliar, que apesar de não serem de Nilópolis, fazem análises da imigração judaica no Brasil, paralelamente ao grupo daquela cidade. O economista Sergio Besserman e a psicanalista Betty Fuks também dão seus depoimentos.

O filme teve como inspiração o livro “Vivência Judaica em Nilópolis” da imigrante polonesa Esther London que faleceu em 2007 aos 92 anos de idade.

Interessante também a revelação de que o primeiro livro em Iídiche no Brasil, Novos Lares, de Adolpho Kischinhevisky, foi editado e publicado em Nilópolis no ano de 1932, e permaneceu inédito em português até o ano passado.

O filme tem a participação de Tereza Rachel e Maurício Sherman como personagens reais da história; além das atrizes Nathália Timberg, Sura Berditchevisky, dos atores Stepan Nercessian, Gilberto Marmoroch, Michael Joelsas, além dos músicos Dominguinhos, Jerzy Milewsky, Alexandre Travassos, do cantor Agnaldo Rayol e Grupo Zemer em participações especiais.