segunda-feira, 20 de julho de 2009

Lula, democracia no Brasil, e ditaduras por aí


A semelhança da macroeconomia do presidente Lula com a do Fernando Henrique equivale a diferença que há entre a macro de Dilma e a macro do governador José Serra: quase nenhuma. A questão é política, e esta, no Brasil, avança, ou retrocede, em função da imagem; imagem é tudo, é mídia; a democracia virou processo mais midiático do que era décadas atrás.

Noutros tempos, o líder cubano Fidel Castro dizia que democracia era um sistema falido de escolher governante por critérios como dinheiro de campanha, apoio de famílias proprietárias de grandes meios de comuniçação, beleza física, astral de cada candidato, simpatia e puro marketing. Tudo verdade, apenas esqueceu o comandante de dizer que, ainda assim, como diria Winston Churchill, a democracia é o pior sistema à exceção de todos os outros que a gente não tolera, e é melhor e mais eficiente do que o assembleísmo dos amigos, dos companheiros comunistas. A União Soviética acabou o regime stalinista porque era exatamente isso: sociedade de conselho, votações de pequenos grupos. Hoje o boliviano Evo Morales e o hondurenho Manuel Zelaya defendem consulta popular. Amanhã governam como o eterno Hugo Chávez.

Hitler teve votação maciça na década de 1930, Saddam tinha 99% dos deputados quando George Bush invadiu geral, e Chávez não tem oposição formal nenhuma no Congresso da Venezuela.

A receita é simplória: plebiscito hoje. E amanhã, a decisão é numa roda de assessores nos palácios de sempre.

Por Alfredo Herkenhoff

Correio da Lapa também no Twitter

http://twitter.com/correiodalapa