segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Primavera Árabe, Flamengo em 2011 e Países Emergentes de 2012 em diante


Mengão daqui pra frente é só porrada. Zum! Zum! Zum! Zumzumzumzum! Tá faltando um. Tirem-me tudo, menos a liberdade.
A internet revoluciona o mundo, distribuindo saberes e oportunidades. Mas inicia uma carnificina no mundo árabe, com essa onda de muçulmanos querendo direitos democráticos. A Síria, meu Deus, quantos riscos no dia de hoje! Apelidar essa onda de Primavera Árabe é mau agouro. A Primavera de Praga esperou 20 anos para ver realizado o sonho de ser uma nação com liberdade de pensamento e expressão. A Primavera de Pequim, com massacrezinho da Praça da Paz Celestial, vai precisar de mais uns 20 anos, ou 40 no total, para ver o sol da liberdade raiar no Grande Palácio do Povo e levar a China à liderança mundial não nessa guerra de foice para ver quem falsifica e polui mais no planeta, mas, justo ao contrário, ver quem inicia melhor e vence a corrida para produzir mais e despoluir mais. Pequim tem as armas: o mercado, a disciplina, pena que ainda sob ditadura.
Brasil, China, Índia, Argentina e Austrália: Uni-vos.
Porque em verdade vos digo: o agrobusiness e a industrialização com alta competividade, nesses países emergentes com populaçao vasta de um lado e vastas terres ferteis do outro, vão dobrar os serviços e os armamentos sofisticados produzidos pelos pesquisadores do MIT, Stanford e univesidades congêneres na Europa. Os velhos ricos ainda pesquisam mais, mas isso não vai durar.
Commodities e apartamentos no Leblon.... Os preços estão só começando a subir. Depois da Fifa 14 e dos Jogos 16, vão subir ainda mais.
E a água? Esta então vale ouro... E o Flamengo? Este não tem preço, daqui pra frente é só porrada. Rumo à Libetadores, rumo a Abu Dabi.
Em Lisboa, quando estão zangados comigo, ouço-os a ralhar mas sem som algum: Lisboa é tua, não deites Brasil na rua. Em Roma, quando estão com fome, vejo-os a repetir Millôr: A Roma faça como os romanos, coma os canibais. Em Paris, quando uma concierge reclama do meu francês, respondo em tom de festa, é sempre uma, agravando o mau humor da velha zeladora: Sei que não sei que sei que nada. Na Velha Albion, não produzem bons vinhos, mas bebem os melhores que há no mundo. E no Rio de Janeiro, quando o clima está ruim, prefiro não levar nada a sério.
Tirem-me tudo, menos a liberdade. A internet revoluciona o mundo, distribuindo saberes e oportunidades... (Por Alfredo Herkenhoff, a uma rodada para o encerramento do Brasileirão de 2011).

Rebaixamento: Cruzeiro, a maldição dos oito anos no Brasileirão de probabilidades e lembranças

Maldição dos oito anos. O Coritiba foi  campeão do Brasil em 1985 e rebaixado em 1993, ou oito anos depois. O Palmeiras, campeão em 1994, foi rebaixado oito anos depois, em 2002. O Grêmio, campeão em 1996, foi rebaixado em 2004, sim, oito anos depois. O Vasco, do mesmo modo, campeão em 2000, mergulhou na Segundona em 2008. O Corinthians,  titulo em 1999, rebaixado oito anos depois em 2007. Os supersticiosos creem que esta maldição vai atingir oito times campeões. O Cruzeiro, no limiar do Z4, Zona dos Quatro Ferrados, foi campeão brasileiro em 2003. Tudo leva a crer que vai cair oito anos depois, agora, em 2011, domingo, quando enfrenta o Atlético Mineiro.  Talvez o Cruzeiro não caia pela maldição, mas apenas pelo fato de ser a pior performance no Segundo Turno. O Cruzeiro disputa o mais desastroso dos desastres com outros dois ameaçados: Ceará, que pega o Bahia em Salvador, e Atlético Paranaense, que recebe, em seu caldeirão curitibano, a Arena da Baixada, o arquirrival Coritiba, em excelente fase, só duas derrotas em casa nas 17 que jogou no Couto Pereira. O Atlético Mineiro, bem, foi rebaixado outro dia aí, mas não ganha o Brasileirão há 40 anos. Donde se conclui que o Galo, a exemplo do Urubu, está imune a essa maldição. O Galo não cai oito anos depois porque nunca conquista nada. O Flamengo já ganhou seis vezes o Brasileirão e vai ganhar muito mais nos próximos oito anos. Sim, nós, rubro-negros, já jejuamos por 16 anos, de 1993 a 2008. Mas cair não combina com o nosso estilo.Vencer, vencer, vencer...
Ainda no campo das boas lembranças, só cinco grandes clubes nunca caíram para a Segunda Divisão: Mengão, Santos, São Paulo, Internacional e Cruzeiro. Tudo leva a crer que essa elite vai rir da Raposa chorando diante das uvas que já estão maduras.   (Por Alfredo Herkenhoff - Correio da Lapa)

sábado, 26 de novembro de 2011

A mulher de Nem, uma perspectiva, um show de ilusão e mil tragédias


Danúbia 


Mulher de Nem














Aqui de rostinho colado estão Danúbia Souza Rangel e Claudinha Leitte






Mãe, jovem vaidosa, um show de ilusão e mil tragédias

 Ela é mulher, não parece ter tido ingerência no tráfico, apenas se locupletou, muy loquita, mãe de dois filhos, Nem por isso pai, mas nem por isso garantidores, ele e a mãe, da felicidade que homens e mulheres desejam aos filhos que geram e entregam ao mundo.

 Dizem que antes de Nem a jovem beldade, turbinada com silicone, roupas lindas, ela própria uma forma de elegância global, envolveu-se com dois preeminentes varejistas da droga andina no Morro da Rocinha. Ambos já falecidos pela força das balas.


 Passeio da Natal porque existe Papai Nem Noel. Existe Helicóptero


 
Mas não parece que ela soubesse do crime que estaria cometendo - associação ao tráfico -  por se associar apaixonadamente pelo homem. E pela quantidade de jóias que ostentou em fotos que ela mesmo postou no Orkut, Danúbia Azul não via o horizonte sombrio que a aguardava,  a mulher não teria vocação para participar diretamente do mercado ilegal no meio de uma guerra envolvendo quadrilhas brasileiras rivais, quadrilhas estrangeiras e as diversas polícias do Brasil.

Gata Romântica



  
















 






Danúbia Souza Rangel, louraça Belzebu, mais se assemelha a essas meninas popozudas que Pedro Bial e Boninho escolhem para tornar o ambiente BBB mais cintilantemente calipígio. 

Ao prendê-la depois que ela aceitou sair da Rocinha e prestar depoimento na 15 DP, na Gávea, o delegado viu a mulher em toda a sua fragilidade, o policial a viu chorar e, num lance a que Danúbia tinha direito, ele compreendeu que ela então só falaria em juízo, ou seja, na frente de um juiz. 




A bordo do barco


A mulher que gostava de luxo, sonhava vida de princesa, que vivia um simulacro de reino, um reinado do pó de alta rotatividade, foi levada neste sábado, 26 do 11 de 2011, para bem pertinho de onde esteve dias atrás o marido, outrora um bom funcionário (o Nem chegou a ganhar um prêmio como o assalariado do ano na firma em que operava). 



 Black Label 

Triste história que se repete. Com o filho doente, Nem aceitou grana emprestada do chefe da boca de fumo para salvar a vida de uma criança e, de incidente em incidente, foi alçado ao comando da bandidagem, tudo tendo começado quando ele já estava com 25, ou 26 anos de idade, ou seja, entrou para o crime uma década atrás. Não confiava na saúde do Estado, não confiava no SUS. Você confia?

Tempos e Templos Dourados  



 
Não acredito que Danúbia tenha importância nenhuma para o tráfico, ela era apenas um troféu. Mas era mãe, é mãe, e não me agrada ver que lhe tiram este direito. O CV que ela faz na imagem acima tem a mesma importância que teve o gesto idêntico de Adriano Imperador, o artilheiro com cabeça de passarinho, qual Garrincha, qual cabeça de cambuxirra. Esta mulher é pura mãe e pura vaidade. Não tem nada a ver com o pó, só com purpurina, mas o que lhe resta agora é o glamour fétido de Bangu.  Esta mulher pode voltar para a liberdade e aprender a levar uma vida modesta como mãe. 

O Estado, o delegado, o juiz de plantão talvez estejam inventando uma lei: menina bonita que se apaixonar por um traficante automaticamente vira associada ao tráfico e vira criminosa. Mas onde está escrito que se apaixonar por um criminoso é crime? 






Presa com jeans delavê e camisa de madras. Seios foram turbinados pelo silicone, como faz a mulherada sonhando em preencher os requisitos ou estilos aprovados pelos globais Pedro Bial e José Bonifácio, o Boninho


 Já o Nem vai passar muitos anos preso, mas há sinais, incluindo do próprio secretário Beltrame, de que o ex-chefe da Rocinha pode usar a própria intrepidez, a mesma que o levou já meio velho a descobrir o mundo do crime, para ajudar a sociedade a reduzir os erros nessa guerra social envolvendo tráfico de droga e polícia. Nem pode ter a pena reduzida se colaborar, insinuou o secretário das UPPs. 

Pena que a proximidade que une Nem e seu amor a partir de hoje seja uma mansão em Gericinó, pena que seja uma pena, seja apenas um elo. Nem saiu do complexo de mansões e foi levado para uma longa lua de mel com a sua solidão de distância máxima no interior do Brasil. 

Mas de Danúbia, pressente-se, o erro maior não foi um crime hediondo, como mandar bater numa popozuda por ciúmes do marido, ou, pelo mesmo motivo,  proibir outra funkeira de voltar a botar os pés no morro do seu amor. O erro maior foi amar, amar demais: o homem e seu dinheiro.

 Não me rejubilo com a prisão de uma mãe, de nenhuma mãe com filhos pequenos. A linda Danúbia Souza Rangel está presa por amor. Que seus dois filhos com Nem possam ter uma vida mais digna. (Por Alfredo Herkenhoff - Correio da Lapa)










Bethânia declamando "Abenção" no Canecão, áudio inédito gravado por fã




Belíssima declamação Canecão, show de 2004 ou 2005 em que Maria Bethânia homenageava Vinicius de Moraes e cantava canções de outros grandes compositores. Saravá.
Peço desculpas pelas seis cervejas e 18 salgados sussurrados na mesa... Era o encerramento do espetáculo, e a garçonete fechava a conta da mesa.

Abenção Maria Bethânia, maior intérprete do Brasil hoj

terça-feira, 15 de novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

Partiu Lapa?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Freddie Mercury & Montserrat Cabballé - Anna Netrebko & Caetano Veloso


Praticamente daqui a cinco anos teremos as Olimpíadas no Rio de Janeiro. Quando faltava mais ou menos esse tempo para os Jogos de Barcelona (1992), o mundo viu o cantar pop e o lírico juntos numa bela performance. Esta apresentação foi a primeira ao vivo de Fred Mercury e Montserrat Caballé. Eu me pergunto se não estou sonhando, mas... Roberto Medina, Andre Midani ou gente do mesmo alto coturno: Uni-vos para convocar quem sabe Caetano Veloso e Anna Netrebko para fazer uma performance em torno da Cidade Maravilhosa... O mundo de novo ficaria mais feliz... Concorda comigo?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A laringe de Lula

 (Chegado ao editor do Correio da Lapa por email enviado pelo colega do Estadão)


Oi, aqui está meu sueltinho mensal para a página 2 do Jornal da Tarde amanhã, terça-feira, 1º de novembro:
A opinião de José Nêumanne
Jornalista, escritor e editorialista do Jornal da Tarde

O câncer na laringe
e o futuro de Lula

Quem se regozija com o câncer na laringe de Lula e quem imagina que poderá se aproveitar do aumento de seu prestígio por causa da dor que ele  enfrentará poderão não se dar bem como pensam
A notícia de que Luiz Inácio Lula da Silva tem na laringe um câncer de agressividade média, seja lá o que queira dizer isso, surpreendeu a todos. É como se, de repente, se tomasse conhecimento de que é falível o titã da política, o semideus da administração pública, o maior ídolo popular que já subiu em palanques neste País. Alto lá, gente fina! O homem é gente, como você, o recordista mundial dos 100 metros rasos, a pobre mulher sertaneja que serve farinha com água para matar a fome da imensa prole desvalida e eu.
Bem, vamos convir que ele foi presidente da República e, nesta condição, se submeteu aos exames de tecnologia mais sofisticada em check ups periódicos em que sua garganta foi vasculhada por sensores poderosos e radiação nuclear que desvenda mistérios que tato e vista não alcançam. E daí? A medicina é falível como o aparelho, o médico e o paciente.
Então, por que este susto todo? O ex-presidente da República não é propriamente um ser humano regrado, morigerado e aplicado. Ao contrário, é sanguíneo, explosivo, indisciplinado e ingere toxinas a granel. O que isso tem a ver com o câncer na laringe? Vai saber! Um dos mistérios dolorosos da vida é que de certo mesmo só se sabe que cedo ou tarde ela se extinguirá, mas a fragilidade do sopro vital sempre corresponde à surpresa da chegada da doença. Além do mais, no último decênio, o paciente do dr. Calil tem sido o ponto de referência para convergir ou para divergir na cena pública nacional. Difícil encontrar quem seja neutro ao julgá-lo, impossível lhe ser indiferente.
Lula é gente como qualquer de nós e, como todos estamos atados à certeza da visita da Indesejada das Gentes, bastando para tanto que exista, merece respeito e piedade. A paixão em torno de sua atuação pública, contudo, produziu desafetos que se regozijam com sua dor e prosélitos que receberam a notícia como se dissesse respeito a um ente querido muito próximo. A condição humana é como é: falível e parcial. Uma reação é desumana; a outra, irracional; e ambas, despropositadas.
Impossível saber se o tumor maligno lhe reduzirá o prazo de vida. Muitos contemporâneos mais jovens e hígidos poderão sucumbir antes, outros mais próximos da morte poderão sobreviver a ele. Só uma coisa é certa: a experiência mostra que no convívio com as massas a dor do ídolo poderá exacerbar a idolatria. Quem contar com o fim da popularidade do paciente pela eventual perda de seu principal instrumento, a palavra falada, poderá ser surpreendido pela canonização em vida da vítima. Quem pretender prosperar sob a sombra do ícone semovente poderá aprender que  idólatras nada  veneram além do ídolo.