segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mantega, qual Lula, elogia todos presidentes do passado - Parte 3

Coluna do Alfredo, Lula CPI, Pax ou Caos? Parte 3

O ministro Guido Mantega, em entrevista na televisão de fim de noite de domingo, quando Lula descia em Pequim (pelo fuso horário já manhã de segunda-feira), foi mais além do que Aécio Neves em matéria de paparicação. Este governador mineiro defende que o seu partido tucano reconheça logo tantos pontos positivos na administração Lula e trate de lutar num plano político mais sofisticado. Já Mantega literalmente elogiou todos os presidentes desde Getúlio Vargas, só pulando nos elogios quando perguntado sobre os militares do período da ditadura entre 1964 e 1985.

O ministro da Fazenda não apenas viu pontos positivos, mas fez elogios rasgados a Getúlio Vargas, JK, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Mantega considera Lula o melhor de todos da história do Brasil, nutre admiração acadêmica por FH desde o tempo de Cebrap, atribui mais a Itamar do que ao príncipe-sociólogo a implantação da estabilidade do plano real e, o que mais surpreende, fez elogios exagerados a Sarney, que está no comando do Senado. Esta Casa Alta está em pé de guerra com o Planalto. Do Legislativo, só o Senado faz Lula sentir o peso do perigo dos escândalos e das artimanhas eleitorais ou eleitoreiras.

Mantega, mesmo fazendo pequeníssimas ressalvas à impetuosidade de Collor, também não deixou de ver méritos no caçador baratinado de marajás. Mantega, afinado com Lula desde a época do escândalo que levou Collor a ser expulso do Planalto, não é carta fora do baralho eleitoral caso a ministra-chefe Dilma Rousseff venha a fraquejar.

O ministro tem uma filha-modelo, quase atriz, adora as músicas dos Beatles e só precisa aprender a sambar. Não é o ex do BNDES Carlos Lessa que vai ensinar os primeiros passos... Mantega precisa também aprender a ganhar uns pontinos de ibope político numa velocidade maior do que os pontinhos que o ministro vai retirando das suas previsões otimistas sobre crescimento do PIB em pleno processo de recessão industrial. Neste domingo, na TV, Mantega se disse otimista e lembrou que a vantagem deste ante o pessimista é que sofre menos e só depois, no fim.

By Alfredo Herkenhoff
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