segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pânico na TV com Lula e Pedro Bial. Coluna 5/7


Pânico na Cultura. Trinta mil pessoas vão ver escritores em Paraty, porto sem navio, balneário sem banho de mar, só mar para quem tem lancha e ilha próxima, ou tem disposição para pescar com pescadores locais. Trinta milhões de pessoas ao mesmo tempo vendo o lixo bem humorado na Rede TV de Sabrina Sato, a japa que mostra as coxas ao lado de anônimas seminuas num auditório de jovens já coroas brincando de jovens adolescentes. Pânico no Pânico.

Afora meia dúzia de artistas geniais, nossas celebridades em boa parte pensam que fazem sucesso, quando na verdade quem o faz é a empresa que as contrata, a que decide quais pessoas vai tornar famosas. Quem sai da Globo, morre. A apresentadora de telejornais Ana Paula Padrão saiu e morreu. Quem entra na Rede Record ressuscita.

O saudoso amigo e coleguinha José Gonçalves Fontes dizia com bom humor: se Jesus Cristo voltar à Terra, e de novo Pôncios Pilatos perguntar: o que é a verdade? Cristo dirá sem titubear: verdade é tudo o que sai nos jornais.

Ou turbinando para o novo milênio: verdade é tudo o que sai na televisão.

Foi por isso que Lula, ao ser eleito pela primeira vez, abandonou 400 jornalistas ao deus-dará, na beira de um palco festivo montado na Avenida Paulista, e foi conversar a sós com Pedro Bial, durante uns 15 minutinhos, transmissão ao vivo, programa Fantástico. Certos Lula e José Dirceu à época: a Globo é mesmo razão de Estado.

Por Alfredo Herkenhoff
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