quinta-feira, 13 de maio de 2010

Adriano no amplo vazio das nossas esperanças

Estou pensando no Japão. Se penso Japão, penso Flamengo,
vejo o sangue de Cristo Rubro-Negro até na hóstia sagrada. Penso nos planetas, mas logo vejo que Marte é vermelho e quente. Então penso na estrela mais próxima, nunca a solitária, mas a solar que nos ilumina de cores, preferencialmente a vermelha, a mesma luce rossa que no mundo inteiro quer dizer: "pára aí no sinal", mas na zona do meretrício no mesmo mundo inteiro ela está lá a significar: "pare, mas não pense, entre". Sim, vermelha, a luz da paixão, a cor quente que esconde as rugas frias e as celulites nervosas das jovens candidatas a matronas. sim, acho que estou me obsessionando... Vejo Flamengo até na invenção das palavras e no perdão dos pecados. Vejo vermelho do Mengão nos fuzilamentos urbanos e no paredón de Fidel. Vejo Flamengo até na saudade dos morangos e nos filamentos excitados de um clitóris. Vejo Flamengo no Flamengo, Paco de Lucia, Mengão em todos os chamegos, Flamengo sempre no sempre, Flamengo até na ilharga das ancas de Joana Machado ao lado de seu Imperador agora reinando unicamente no amplo vazio das nossas esperanças.

Por Alfredo Herkenhoff
Correio da Lapa