sexta-feira, 14 de maio de 2010
Editorial: Nem Serra, nem Dilma, dúvidas sim!
Um bom governo é aquele que melhora os serviços que presta ao público, seja este composto de seus eleitores, seja de pessoas que votaram noutros candidatos. O governo Lula prestou um bom serviço ao manter a estabilidade da moeda com Meirelles no BC. Fez uma coisa bacana ao dar esmola a 10 milhões de famílias via bolsa mensal, mas este programa não pode durar pra sempre sob pena de se não se configurar um estelionato eleitoral, pelo menos se transformar na prática em curral eleitoral de famintos e dependentes. E o mais grave: configurara ideia de desleixo com o futuro. Esmola não, escola e educação sim! De qualidade!
Do ponto de vista de outros serviços, o governo de Lula é do mesmo nível do governo de FH: pragmático nas alianças com as raposas do atraso no Senado Federal e omisso com milhões de crianças que têm péssimas escolas públicas e péssimos hospitais públicos. No interior isso chega a ser calamitoso. Escolas estaduais no governo Cabral são tão ruins quanto ao tempo de governos Rosinha, Garotinho, Marcelo etc. Professores mal pagos. E a base aliada, qual casta, matriculando seus filhos em escolas privadas...
O resto é conversa fiada. Corrupção segue endêmica, ontem com dinheiro na cueca. anteontem, antes da era Lula, com grana alta na Suíça.
Plebiscitar a disputa entre Serra e Dilma é tudo o que os dois querem. Eu preferia Cristovam Buarque, eu preferia que acabassem com a bolsa-omissão que permite que os filhos dos ricos estudem de graça em universidades federais mantidas com tributos pagos pelos eleitores pobres sem quase serviço decente algum.
Na dúvida entre em quem votar, estabeleço possibilidades. A internet é o meu palanque, meu mural, um fruto que tende a azedar como contraponto deste silêncio estranho nas ruas encharcadas de sangue cotidiano.
Adoro o Brasil, mas também me sinto compeltido a admitir sem resignação: somos um país covarde! De políticos covardes, na maioria!
Bora pro boteco que hoje é sexta e ninguém é de ferro!
(Por Alfredo Herkenhoff, Correio da Lapa)