segunda-feira, 15 de junho de 2009

Guilherme Vaz, músico de linguagem radical quase sem radical

Existem momentos em que a linguagem não tem realidade nem tradição, muito menos codificação. Não existem códigos, não existe nada. Somente uma linguagem completamente desconhecida. Nestes momentos, ventos distantes, soprados dos abismos e das falésias do mundo, crispam a pele humana. São os ventos sem mestre. Os pais dos martelos. Poucos jamais os ouviram. A maioria dos que agiram assim, fugiram. Por isso os abismos perseguem o mundo. Vi com meus próprios olhos. Tive misericórdia deles e plena crueldade. A mais completa crueldade. Fogem daquilo que não tem nome. Os nomes os matam e eles matam pelos nomes. Vou descloná-los. O capim nascerá alto nos quintais abandonados. Os meus dois tios, o diplomata e o guerreiro, estarão lá. E também o cão d’água, que uiva quando ouve canto gregoriano. (GUILHERME VAZ).

As músicas deste álbum constituem a trilha musical original do filme “La mala hora” de Ruy Guerra.

O Correio da Lapa, que traz surpresa todo dia, cita Guilherme Vaz no texto a seguir sobre o dançarino Alberto Ribas, que buscava a impossivel pureza do gesto. É só correr o mouse...