segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dayanne, ex-mulher de Bruno, ridiculariza na TV o Brasil e as autoridades

Dayanne, ex-mulher de Bruno, 
ridiculariza na TV o Brasil e as autoridades

Me chamam de perfeito idiota... Acho que sou... Dayanne Rodrigues Souza, uma mulher vulgar, sem culpa de ser vulgar, e por mais vulgar que seja, no caso, é mãe... Dayanne, a primeirinha mulher do goleiro Bruno... Esta mulher disse no Programa Fantástico que viu a maria-chuteira Eliza Samúdio num casarão na Grande BH... Eliza denunciara a personalidade violenta do goleiro do meu Mengão (não neste blog Correio da Lapa de só 10 mil visitas ao mês, mas nas Organizações Globo, no jornal Extra) para a Nação poder, desde outubro de 2009, desconfiar... Pois bem, a mulher desamparada e desaparecida falou em 2009, na Rede Globo, tudo que poderia acontecer: seqüestro, espancamento e morte. Já esta primeirinha recém-desencarcerada, mulher-fruto de uma família tão desestruturada quanto a quadrilha em que se meteu, tentou não dizer nada no Fantástico... Dayanne disse quase nada sim, mas garantiu que viu Eliza viva em 10 de junho passado com um machucadinho no dedo... Disse que Eliza, mulher quase pornô e que denunciara o goleiro, suposto pai de seu filho Bruninho, como facínora, estava muito bem... Pois bem, esta amiga de Bruno recém-liberta afirmou na TV que a mãe Eliza desestruturada, sirigaita que pegou seu ex ou quase ex, não parecia se sentir ameaçada pelo pai que a sequestrara horas antes. Disse na TV a mulher recém-liberta depois de cinco meses de cadeia (cabelos bem escovados pela equipe técnica do Programa Fantástico, ou bem tratados por um coifffeur de Vespasiano) que, horas depois de ter visto a Eliza com o dedinho machucado, recebeu o bebê das mãos de Bruno, disse que Bruno lhe entregara Bruninho chorando, não o bebê chorando, mas ele, o goleiro do Hexa chorando, ele, o suposto pai de Bruninho sem pensão nem reconhecimento na certidão de nascimento...

 Agora a denúncia da mãe desaparecida no meio da Copa do Mundo na África, em 10 de junho, denúncia gravíssima de Eliza exibida em 2009, não parece ter mais valor nos depoimentos da quadrilha.... Mas no Youtube está claro: Eliza é a mãe advertindo o Brasil do risco que ela corria, espancamento e assassinato. Mas disse Dayanne no Fantástico... Sim, esta mulher-adolescente (Bruno começou a comê-la como futura esposa aos 16 anos de idade) que pegou o baby de Eliza que chamara o pai goleiro de louco, disse Dayanne que esta jovem Eliza desaparecida, segundo palavras de Bruno, tinha ido apenas cuidar de outras questões longe de Minas Gerais... Talvez estivesse em São Paulo cuidando de coisa mais importante. Disse esta pobre coitada no Fantástico, tão coitada a Dayanne quanto a Eliza destruída, e ambas as mulheres com pinta de ignorantésimas, que ela, Dayanne, tratou de cuidar bem dele, o baby de Eliza, cuidou bem dele porque ela, Dayanne, sabia cuidar... Emprestou horas depois o neném recém-recebido para uma amiga numa favela... Elas, Dayanne e Eliza, aprenderam a cuidar ao serem bem cuidadas pelas próprias mães noutras favelas de mães adolescentes.

 Tenho vergonha das minhas dúvidas... Sempre primei pelo in dubio pro reo… Mas a entrevista no Programa Fantástico foi antológica. Esta mulher despreparada pelo descaso em que nasceu disse que, se puder, defende o pai de suas crianças, seu ex-marido ex-rubro-negro que, segundo ela, se ele tiver feito algum mal a Eliza, o crime, deve pagar... Mas a ex que pega o bebê cuja mãe sumira de vez, depois de, publicamente, advertir que poderia ser espancada e morta por Bruno, o suposto pai... Pois bem, esta jovem de 23 anos, agora mulher livre, bela e solta no Fantástico... Pois poderia ter 23 séculos... Vem esta pobre coitada na TV me insinuar que não acredita que Bruno Hexa tenha feito o mal, o murdering... Ah! Quisera eu ser a juíza que libertou metade do bando, quisera eu ter tantas dúvidas técnicas a ponto de liberar não pessoas, mas assinar a ordem da soltura, liberar o escândalo da soltura... Onde está o cadáver de Eliza? Ó dúvida! Chesterton-Padre-Brown e Sherlock Holmes! Ajudai-nos!

  A magistrada vai ser destituída da magistratura. Soltou pessoas ameaçadoras como se a decisão de soltar se ativesse aos autos. A juíza parece estar, sem notar conscientemente, sob ameaça, ameaçada pelo bom senso, sem saber que está ameaçada de cair, como tantas autoridades envolvidas com a investigação do caso já caíram! E o pior momento de um magistrada é ver, uns dois dias depois da soltura, esta entrevista de Dayanne na Globo com dois momentos especiais para além da vaidade dos cabelos finalmente bem escovados após 150 dias de cela: Dayanne disse que aquela jovem sem família, a Eliza La Samúdio, só tinha um machucadinho no dedo e não parecia se sentir ameaçada... E Bruno, o papai das minhas crianças, me entregou qual pai-chorão, o Bruninho já sem mãe... E me pediu que tratasse bem da criança...  Eu, Dayanne, e Bruno, meu homem, sempre fomos muito bem tratados. Obrigada, meritíssima, por me fazer justiça, obrigada, Senhor, sei que praticamente ninguém no Brasil acredita em mim, sei que o Brasil quase inteiro me despreza, mas me basta o amor do meu querido Bruno, bondoso e inocente...
(Por Alfredo Herkenhoff)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Volta Redonda, dois velhos hotéis, mil curiosidades

Volta Redonda, dois velhos hotéis,
mil curiosidades

Que tal a cidade batizar uma avenida, rua, praça, prédio ou monumento, com o nome do engenheiro  Renato Azevedo, uma personalidade que honra a história do Brasil, de Volta Redonda e da CSN?
Por Alfredo Herkenhoff *


 Três velhas fotos do Hotel Bela Vista (anos 40 e 50)  e logo abaxo um flagrante do início dos anos 50 do Hotel Brasil, que na sua fase de planejamento, chegou a ser chamado de Hotel Comercial e Hotel Volta Redonda. Hoje o prédio do HOtel Brasil é a sede da CBS, o fundo de pensão da CSN, e abriga também uma filial das Lojas Americanas no térreo

 
 Ao longo de 2009 e início de 2010, colaborei editorialmente com o colega jornalista Nilo Dante, autor do livro capa-dura intitulado CBS - 50 Anos Construindo o Futuro, uma obra do fundo de pensão da CSN que, diversamente do costume de edições comemorativas, passa ao largo daqueles tradicionais conjuntos de dados maçantes, relatórios que ninguém quer ler. Bem ao contrário, o livro com que a CBS Previdência comemora seu meio século de existência mostra não apenas a trajetória vitoriosa do fundo dos trabalhadores da Siderúrgica e seus dependentes, mas também exibe as mudanças vertiginosas da história de 1960 para cá, com o fim da Guerra Fria, inauguração de Brasília, ditadura, democracia, avanços nas ciências e o advento da era digital. Enfim, um livro saboroso, bom de ler e guardar. Parabéns à CBS pelo aniversário e pela iniciativa, que realça a pujança da cidade de Volta Redonda..
  Mas, ao longo dessa colaboração, visitei o Vale da Paraíba meia dúzia de vezes e muitas observações não puderam ser aproveitadas no livro por falta de espaço. A seguir, sem maiores rigores, apenas a partir de entrevistas e depois de folhear velhos documentos e fotos, uma pequena digressão sobre uma parte antiga da Cidade do Aço, uma digressão de toponímia urbana, nomes em Volta Redonda...
 O Hotel Bela Vista foi uma das primeiras construções de Volta Redonda. Começou a sair do papel ainda em 1941, na antiga Fazenda Santa Cecília, local escolhido para receber a Companhia Siderúrgica Nacional. Com 60 quartos com 60 banheiros, o Bela Vista foi construído no alto do morro com o mesmo nome e recebia os engenheiros americanos e funcionários mais destacados entre os que vinham supervisionar a construção da CSN e as operações da usina a partir da sua inauguração do primeiro alto-forno em 1946. Estas informações foram obtidas num papo com o engenheiro Renato Azevedo, que começou a trabalhar para a CSN em 1941, nos Estados Unidos, e, desde novembro de 1943, já estava dentro do canteiro de obras da Siderúrgica.
 Quase 70 anos depois, o Bela Vista mantém seu charme de casarão arejado, no meio de elegante área verde diante da cidade. No térreo do velho hotel funciona um concorrido restaurante, com pé-direito alto e belos lustres. Um lugar de destaque entre os mais aprazíveis da cidade.
 O outro hotel mais antigo situava-se diante da Praça Brasil, no centro novo de Volta Redonda, e tem uma história curiosa: quando foi projetado, a construção tendo começado nos anos 40, era chamado de nomes que não vingaram na memória da maioria da população. Mas, ao ser indagado sobre este edifício, que hoje, em vez de hotel, é a sede da CBS, o engenheiro Renato Azevedo comentou aqueles tempos pioneiros: “Ah! Sim! Era o Hotel Comercial, aquele prédio onde funciona a Lojas Americanas”. O nome vingou na memória do velho engenheiro.
 De fato, na construção do edifício, conforme consta no relatório do engenheiro-chefe Ary Torres sobre as obras de 1941 e 1942, o projeto citava a construção como ora Hotel Comercial, ora Hotel Volta Redonda.
 Mas, salvo falha de pesquisa iconográfica, a imagem mais antiga do edifício projetado com 80 quartos, e noutros relatórios como hotel de 100 quartos, mostra o nome Hotel Brasil. Nas mais velhas fotos, vê-se o edifício com este letreiro “Hotel Brasil” e, à frente dele, há veículos típicos da época da Segunda Guerra Mundial.
 E de curiosidade em curiosidade, vale lembrar que foi neste prédio, em 17 de julho de 1960, que nasceu a CBS Previdência. O presidente Getúlio Vargas visitou o edifício. Existe um porão neste prédio onde funcionava um cineminha. Mas é voz corrente entre os mais informados que o pequeno espaço subterrâneo se tratava de fato de um bunker.
 Para quem julgar apressadamente que era implausível imaginar que a Segunda Guerra Mundial chegasse ao Brasil, não custa lembrar que, nas considerações sobre a escolha do lugar onde seria erguida a grande siderúrgica, havia, além das questões como facilidade de transporte de insumos e de produtos de aço, presença de água abundante, proximidade com mercados consumidores e outros quesitos, também um item de segurança. Afinal, em 1940, 41 e 42, ninguém tinha certeza de como terminaria a Segunda Guerra Mundial, àquela altura se ampliando.
 O próprio Edmundo de Macedo Soares e Silva, o principal artífice, junto com Getúlio Vargas, da construção da CSN, escreveu naquele período conturbado que o lugar era protegido pela Serra do Mar e que isso era mais um dado positivo para impedir um eventual ataque militar contra as instalações da usina.
 Existe também no Hotel Bela Vista um lugar hoje destinado a uma bela adega. Mas bem sabem os principais engenheiros pioneiros americanos, todos já mortos, que a cave foi feita com paredes desenhadas para proteger mais vidas humanas preciosas, numa hipotética situação de bombardeio, do que proteger preciosas garrafas de vinho.
 A região onde está a sede da CBS, no histórico prédio entre os mais famosos logradouros da cidade, até hoje costuma ser chamada de Vila Santa Cecília, ou simplesmente, de Vila, que na língua pátria costuma designar a primeira aglomeração a resultar no nascimento de uma cidade.
 Ainda sobre essa evolução das designações, observe-se que, no sentido de lugar original, de espaço que antes pertencia a Barra Mansa, como seu oitavo distrito, com o nome do rio que faz a grande curva, o Paraíba que a cada dia nunca mais é o mesmo, nunca mais a mesma água que flui, embora pareça ser a mesma, o nome “Volta Redonda”, para alguns, também serve como maneira mais intima de se referir ao Centro Histórico da cidade, como se Volta Redonda fosse também o nome do Centro de Volta Redonda.
 Essa pequena digressão sobre alguns nomes da cidade é ainda mais curiosa porque Volta Redonda, por boa influência do melhor urbanismo norte-americano, batizou centenas de ruas por simples números: Rua 12, Rua 33, Rua 214, Rua 629 etc. Ou seja, afora exceções de nomes a merecer honrarias em placas de Avenida, ou edifícios especiais, a cidade de Volta Redonda, ao nascer moderna, fruto da vontade humana de planejar, evitou o excesso de “puxa-saquismo” e homenagens imerecidas, tão comuns em tantas cidades brasileiras.
 Não é difícil imaginar que Volta Redonda, em algum momento de seu futuro, vá desenhar um espaço ou monumento para batizá-lo com o nome de Renato Azevedo. Este engenheiro do Alto Forno nº 1, engenheiro que presidiu a CBS Previdência, este amigo da matemática, amigo da racionalidade, haverá de perdoar os que assim decidirem afrontar a tradição de ruas numeradas para se render ao fato de que a homenagem é justa a um pioneiro de excepcional importância.
 Lembra o engenheiro Renato Azevedo, do alto de seus quase 100 anos de idade, que bem nesse Centro Histórico da cidade ficava a antiga Rodoviária, entre nomes hoje quase perdidos, mas que se perpetuam numa viagem combinando saudades e esforços da memória.
  Eu com os meus bigodes ao lado do colega Nilo Dante na sede da CBS, entrevista com a família Mello, três gerações no fundo de pensão e na CSN: o velho Luiz Gonzaga de Mello, o filho Francisco Luiz da Silva Mello e o filho deste, Igor Cardoso Mello. E logo abaixo, eu e Nilo no meio entre o agora saudoso Paulo Miranda, radialista esportivo e ex-diretor da CBS, em sua casa no Jardim Esperança, e Wlader Lúcio Lima (à direita), gerente de Relacionamento do fundo de pensão e também uma personalidade de destaque na defesa dos interesses dos trabalhadores de Volta Redonda. Foi um agradabilíssimo bate-papo em dezembro de 2009. (Fotos do colega Antônio Calino).


 (* ) Alfredo Herkenhoff, jornalista que acaba de lançar no Rio de Janeiro o livro “Jornal do Brasil – Memórias de um secretário – Pautas e Fontes”, abordando a decisão do velho diário de dar adeus às bancas, em  setembro passado. O JB agora se limita a edições digitais na internet.

Tânia Malheiros, show de samba em Copacabana em dezembro de 2010

        De Gerdal José de Paula 
        sobre Tania Malheiros
Prezados amigos

        Com satisfação, repasso, abaixo, recado de show de lançamento de "Deixa Eu Me Benzer", o primeiro CD da amiga Tania Malheiros, também uma jornalista laureada, na Sala Baden Powell ("flyer" abaixo), nesta sexta, 17 de dezembro, às 20h. Tania, há quase dez anos, desenvolve, como cantora, uma apreciada trajetória em defesa do samba, especialmente o de expressão menos rebuscada e mais espontânea, valorizando a lira dos chamados compositores de raiz. Dela, ainda abaixo, "nos "links", duas pequenas mostras do seu valor, cantando "Alguém Me Avisou", de Dona Ivone Lara, e "Eu Não Sou Daqui" ("Eu Sou de Niterói"), que Tania, moradora no bairro de Noel Rosa, mas natural da Cidade Sorriso e admiradora dos encantos do seu município de origem, canta com justificado orgulho. Um samba de Ataulfo Alves e Wilson Batista, dois "cariocas" de Miraí e Campos dos Goytacazes, respectivamente.
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção a essa dica de lançamento.
        Um abraço,
        Gerdal       
Alguém me avisou



http://www.youtube.com/watch?v=8H_t8qWGQlU&feature=related
Eu não sou daqui

Tania Malheiros estreia em CD
com participação especial de Gilson Peranzzetta

        A cantora Tania Malheiros lança seu primeiro CD, “Deixa Eu Me Benzer”, neste 17 de dezembro, sexta-feira, às 20h, na Sala Baden Powell, em Copacabana, com participação especial e direção musical do maestro, pianista, compositor e arranjador Gilson Peranzzetta. São 12 sambas inéditos e duas regravações de músicas desconhecidas do grande público. Entre os compositores, nomes consagrados, como o próprio Peranzzetta, Paulo César Pinheiro, Wilson
Moreira, Noca da Portela e Roberto Martins, e debutantes em disco, como Alexandre Pereira, Luiz Carlos de Souza, Dayse do Banjo e Cida Zanon.
        O CD tem inéditas de Adilson Gavião e Sereno (Cristal Partido); Anselmo Ferraz e Carlos Gomes (Vagabundo); Tuninho Galante e Marceu Vieira (Palavras de Cal); Wilson Moreira e Marcos Paiva
(Primazia); Henrique Damião, Alexandre Pereira e Roberto Serrão (Deixa Eu Me Benzer); Guilherme Nascimento e Roberto Serrão (Afluente do Meu Ser),
Noca da Portela e Roberto Serrão (Você Me Fez Sorrir); Beto Fininho e Renato
Fialho (Saga de Zumbi); Luiz Carlos de Souza (Onde Está Você); Dayse do Banjo e Cida Zanon (Força do Querer); Roberto Martins (Quando Eu Vou Embora) e Gilson Peranzzetta e Paulo César Pinheiro (Quem Não Sabe Amar), além das regravações de Derley (Jardineiro da Terra) e Pecê Ribeiro (Não Tenho Medo).
        Dos 14 sambas, oito têm direção musical de Peranzzetta e seis do músico e arranjador José Roberto Leão. A produtora cultural Eliana Peranzzetta teve participação importante em toda a produção do CD, a partir do trabalho iniciado em 2009 por Gilson, seu marido. “Eles são uma benção, porque abraçaram o projeto totalmente, me apoiaram e me ajudaram muitíssimo”, diz Tania.
         Com participação especial do maestro, a cantora estará em companhia dos músicos Rafael Lobo (violão), Leandro Samurai (cavaquinho), Tiago Machado (violão 7 cordas), Dudu Oliveira (flauta),
Felipe Tauil e Buzunga (percussão).

O PAI E O CAVAQUINHO

         Tania começou a cantar na infância, em Niterói, acompanhando o pai, o cavaquinista Mucio de Sá Malheiros, já falecido. “Com papai no cavaquinho, eu cantava nas rodas no fundo de nosso quintal”, lembra. Formada em Jornalismo, voltou aos palcos em 2000, quando deu canjas no Candongueiro, em Niterói, e no pagode da Tia Elza, no Jardim Botânico.
        Incentivada por amigos e sambistas, fez um ano de aula de canto com Glória Queiroz até o primeiro show no ano seguinte. E não parou
mais. Tem-se apresentado no Rio, na Baixada Fluminense,  em Niterói e em São Paulo. “Sem a ajuda preciosa de muita gente, que vai aos meus shows, nada seria possível. Sou muito grata por isso”, comemora Tania.

SERVIÇO
Data: 17 de dezembro, sexta-feira.
Local: Sala Baden Powell (Av. Nossa Senhora de Copacabana, 360).
Horário: 20h
Ingresso: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (terceira idade, estudantes e
funcionários públicos) e R$ 14,00 para quem apresentar a carteirinha
do metrô.
Tel.: (21) 2255-1067.
Capacidade: 508 lugares
Censura: livre.

Assessoria de Imprensa:
Mônica Cotta –  (21) 9994-0850
Gloria Castro -   (21) 2285-2988 / 98862982
TANIA MALHEIROS LANÇA SEU PRIMEIRO CD.JPG

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Veja os impostos que você está pagando nas compras de Natal


Coluna de Marcos Oliveira e Sergio Souto (Monitor Mercantil, dezembro de 2010)

Preços altos, mas a culpa não são dos impostos

Os preços altos dos produtos natalinos apesar da valorização do real continuam em alta, mas esse peso não se deve a alta carga tributária brasileira, como continuam afirmar os economistas burgueses, e sim, devido a alta margem de lucro dos empresários nacionais.


Enfeite extra

A carga tributária incidente sobre o preço total dos produtos natalinos continua em alta. E, principalmente, nos presentes que os consumidores sentirão o seu peso. É o que mostra pesquisa realizada pela VerbaNet, coordenada pela tributarista Carina D"Angelo. Para decorar a sua casa o contribuinte carrega na árvore de Natal uma carga tributária de 39,23%; no presépio, de 35,93%; e enfeites de Natal, 48,02%. O cartão que envia para os amigos leva de "brinde" 37,48% de tributos.

Recheio

A situação do contribuinte natalino melhora pouco na ceia: peru, chester, pernil, tender e lombo pagam 29,32% de impostos; bacalhau, 43,78%; peixes em geral, 34,48%; frutas, 21,78%; nozes, 36,45%; panetone, 34,63%. Se a ceia for regada a vinhos, são 54,73% de impostos. O champanhe ou o espumante paga 59,49%; cerveja, 54,8%; e refrigerante, 45,8%.

Amigo oculto

O Leão fica com metade do valor dos presentes, em média. Um aparelho MP3 ou iPod recolhe 49,45% em tributos; brinquedos, 39,70%; CD, 37,88%; jogos eletrônicos, 72,18%; roupas, 34,67%; sapatos, 36,17%; telefone celular, 39,80%; tênis importado, 58,59%; e o campeão, perfume importado, tem a carga tributária de 78,43%

A pesquisa computou ICMS, Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, CSLL, Cofins, PIS, Pasep e Imposto de Importação.

Margem de lucro

Apesar dos altos tributos, alguns preços cobrados pelo comércio brasileiro são injustificáveis. Ainda que levando em conta frete e outros gastos, não é possível compreender diferenças de preços de 200% ou 300%. Um jogo para videogame, por exemplo, sai por volta de US$ 40 nos Estados Unidos (menos de R$ 70). No Brasil, o valor pula para R$ 180. Um brinquedo da marca Lego pode sair a US$ 75 na terra de Tio Sam (cerca de R$ 130), enquanto aqui alcança inacreditáveis R$ 600.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vem abaixo o anel superior do Maracanã, incluindo cabines de rádio. Fifa!


As obras de reforma do Maracanã avançam. A Secretaria estadual de Obras, por intermédio da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), deu início à nova fase das intervenções. O anel superior, incluindo as cabines de rádio, começou a ser demolido. Cerca de 80% dos chamados “bigodes”, ou seja, as rampas de acesso ao estádio, também já foram ao chão, assim como todo o anel inferior.
O anel inferior foi demolido para que as arquibancadas sejam prolongadas até o nível do gramado, como exige a Fifa, com o objetivo de melhorar a visibilidade dos torcedores e eliminar os “pontos cegos”.
- O padrão de visibilidade exigido pela Fifa determina que todos os espectadores possam enxergar sobre a cabeça do torcedor sentado duas fileiras à frente, em uma linha reta – explica o secretário estadual de Obras, Hudson Braga.
As obras têm atraído uma multidão de turistas ao estádio. De acordo com a Superintendência dos Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), o número de visitantes no período de janeiro a novembro deste ano chegou a cerca de 180 mil e já supera o total de visitas de 2009, quando 160 mil pessoas passaram por lá.
 (Fonte: Mario Teixeira, do serviço de imprensa da Secretaria de Obras, com fotos de Fernanda Almeida)

JB - Memórias de um secretário : um tributo ao jornalista Araújo Neto


 Segue um capítulo:

 Árvores e impérios, tributo a Araújo Neto

 Ano 2000! Chega de Roma a triste notícia: o correspondente Araújo Neto perdeu a mulher, Maria Eunice, depois de longa batalha contra o câncer. Maria Eunice Gonçalves Araújo nasceu em Cachoeiro de Itapemirim e jamais esqueceu a pequena cidade capixaba que acaba de reeleger o prefeito Teodorico Ferraço, construtor de, entre outras coisas, um chafariz de 20 metros de altura, no centro da Praça Jerônimo Monteiro, sob alegação de que, além da beleza, a escultura em ferro borrifaria o ar calorento com finíssimos jatos d'água, trazendo frescor para todos, além da redução da temperatura média de um lugar que rivaliza com Teresina e Corumbá em matéria solar.
 Em Corumbá, os filhos da PUC do Rio, a caminho do Trem da Morte para conhecer o legado do Império Inca em Cuzco e Machu Pichu, logo notaram que o principal ponto de encontro era o bebedouro fiberglass borrifando água gelada na agência do Banco do Brasil.
 A vitória de Bush Filho sobre Al Gore, apesar do mico imperial, da apuração inconclusa dos votos, apesar de exibir uma faceta que parecia opereta exclusiva da Itália mais fanfarrona e principalmente do pior da América Latina, não despertou dúvidas sobre a lisura do pleito, pelo menos a ponto de despertar ódio e levar democratas a pegar em armas contra o sistema eleitoral americano. Pode-se dizer que houve falha nas formas de votação, mas não má-fé. E o xerife vencedor empalmou o poder com um estilo ranger, texano, Casa Branca como DP do mundo.
 Se a CNN se precipita nas projeções, por que o Ibope não pode antecipar erros também? Muito bem se portou na questão floridiana o prefeito eleito Cesar Maia, comedido, sem extravasar opiniões de afogadilho que pudessem atrapalhar a recontagem e as decisões da Suprema Corte em Washington. A virada de Cesar Maia em cima do candidato Luiz Paulo Conde, apoiado por Anthony Garotinho, se deu nos últimos dias que antecederam o pleito e pegou os primeiros clichês de diversos jornais, no dia da votação, prevendo que ganharia o candidato que perdeu.  Aliás, só o JB cravou a vitória de Cesar Maia na primeira edição.
 Entre impérios que vão e vêm, entre políticos com vocação imperial, nunca é demais lembrar que Nero foi um urbanista. Reformou Roma inteirinha. Depois, entediado, tacou fogo em tudo.
 Araújo Neto tem muita história para contar sobre Maria Eunice, Jornal do Brasil e Urbi et Orbi. Todos sabem do profissional sagaz, desde quando era chefe de reportagem antes de se tornar o correspondente que abrilhanta a imprensa mandando histórias do Quirinale e Vaticano há décadas.
 Mas o que falar dos Gonçalves, lá de Cachoeiro? Chiquinho Gonçalves, o pai de Maria Eunice, era advogado. Fez história. Conservou a história de uma pequena cidade. Construiu um casario, onde Maria Eunice viveu os primeiros anos de vida, entre frondosas jaqueiras, abieiros, fruta-pão, mangueiras, sapotizeiros, e sabe-se lá mais o quê, na Rua Coronel Monteiro, diante de um morrinho onde vivia a pintora primitiva Isabel Braga, cunhada de Rubem Braga, num lugar que era um verdadeiro paraíso de plantas e bichos. Falar hoje dos cronistas Rubem e o irmão Newton Braga seria covardia.
 Maria Eunice, já doente, me perguntou se o pé de sapoti ainda estava lá.
  Maria Eunice é a doce saudade da pequena cidade do Rei Roberto Carlos. Segundo Danuza Leão, num comentário de TV, tempos atrás, aquela região capixaba parece estar no centro de um pedaço da terra com um magnetismo misterioso. Este fenômeno faria brilhar talentos. Ela própria, como a saudosa irmã Nara, é uma prova disso. Filhos de Danuza, a artista Pinky Wainer e o falecido repórter Samuca idem, que também por lá não nasceram, mas conviveram sob influência do tal magnetismo.
 E Romildo Gonçalves, o tio de Maria Eunice que operou a perna de Roberto Carlos menino, num dia de festa na cidade? Dizem que não era o mais inteligente de uma família de vários médicos, mas quem disse que o cirurgião mais brilhante, e mais importante na vida de um menino-rei, precisa ser o mais teórico dos irmãos?
 Não é preciso nascer em Cachoeiro de Itapemirim para compreender as raízes, basta passar por lá, como o pai de Chico Buarque, Sérgio que lá, numa vilegiatura, colaborou com um pequenino jornal diário, chamado O Progresso. Durou 11 meses, em meados da década de 1920, esse mergulho no interior. O jovem Sérgio voltou para a cidade grande, deixando lá, além da saudade, o apelido carinhoso de Dr. Progresso, que ele ganhou dos colegas e gráficos, com os quais pitava cigarro, bebia cachaça e exclamava para a Lua uma frase então inédita: “O amor é lindo!”. Depois escreveria Raízes do Brasil.
 Mas, falar dos anos 20, de uma cidadezinha, na aurora de um novo milênio! Francamente... Melhor seria dizer que Sérgio, não apenas o Buarque de Hollanda, mas o Bermudes, da Rua Ary Lima, ao lado do casario dos Gonçalves, é tão importante para o Brasil, e quiçá para a Academia Brasileira de Letras, quanto mulher foi Maria Eunice para Araújo Neto...
 Um belo dia, uma igreja americana comprou o morrinho, tirou todas as árvores do tempo do pai de Isabel Braga, derrubou a casa construída pelos antepassados de Isabel, gramou o terreno inclinado onde brincara Isabel e construiu um pequeno templo. Uma ermida horrorosa, concorda o jornalista Edson Braga e concordaria a saudosa mãe Isabel.
 Os Gonçalves se uniram aos Monteiro, dos políticos Bernardino e Jerônimo, governadores capixabas. Os Jerônimos foram empreendedores, desses que abrem estrada, desses que viram nome de rua no Leblon, políticos lembrados nos nomes de praças em todas as cidades do Espírito Santo. Do clã surgiu uma safra de profissionais liberais, como a repórter Cláudia Montenegro, do JB, e seu pai, o pediatra Lauro Monteiro, que um dia salvou aqui no Rio o filho do premiado José Gonçalves Fontes, colega de Araújo Neto, mas cujo sobrenome é só mera coincidência com a linhagem de Maria Eunice.
A verdade é que todos, os Gonçalves, os nomes e os amores se entrelaçam ibericamente, e Maria Eunice perguntava em Roma se ainda viviam as árvores cultuadas pelo velho Dr. Chiquinho, o pequeno imperador da Rua Coronel Monteiro...
  Maria Eunice era prima da saudosa Heleninha Gonçalves, incentivadora de bordões irreverentes e que, no Rio, fechava bares cantarolando: “Morena boa lá de Cachoeiro...”. Deixava o cantor Luiz Melodia de olhos arregalados, curioso com a canção falando lá da terra do amigo Sérgio Sampaio, da Rua Moreira, exatamente do lado da chácara onde um dia viveu Isabel Braga... Um dia, quem sabe, Melodia, que tão bem interpreta as canções de Sérgio Sampaio, ainda haverá de gravar Morena boa lá de Cachoeiro... A composição é de Pedro Caetano, um desses autores que, de repente, deixam a cidade grande e vão viver uma temporada em terras capixabas.

  Retirado o rascunho acima de minhas anotações pessoais, torna-se imperioso acrescentar que foi incluído neste livro como homenagem emergencial ao agora também saudoso Araújo Neto.
 O mundo é pequeno e parece que vai ficando menor. Uma das netas de Sérgio Buarque de Hollanda, Sílvia, nasceu em Roma. O berço usado pelo casal Chico Buarque e Marieta Severo foi presenteado a Araújo Neto e Maria Eunice. Nele, embalaram a caçula Mariana, nascida em 1974 na capital italiana.
 Triste na viuvez, o correspondente foi abandonado em Roma pelo Jornal do Brasil, que o demitiu depois de quatro décadas de dedicação integral. Araújo, que foi correspondente em Lisboa, de meados dos anos 60 até 1968, quando seguiu para Roma, não tinha nenhuma outra renda, nem riqueza, além das quatro filhas, Vera e Luciana, jornalistas, Carmen e Mariana. Essas agressões do moderno gerenciamento devem ter feito mal à Condessa Maurina Pereira Carneiro, esteja onde estiver.
 O jornal O Globo tomou a atitude digna de contratar o velho colega, às pressas, em outubro de 2001, num verdadeiro desagravo. Mas Araújo Neto adoeceria pouco depois, em março de 2002, derrame com sequelas físicas. E morreria um ano e meio depois, em 3 de junho de 2003.
 Por ocasião da morte, Carlos Lemos, amigo de 40 anos, lembrou, em entrevista a O Globo, que Araújo era “um caráter extraordinário”, com “a isenção e a frieza que caracterizam os grandes jornalistas”.
Araújo Neto, Fontes e Oldemário morreram pobres, mas com dignidade, numa época em que o querido JB, que eles tanto amaram, mal conseguia depositar o FGTS até dos seus mortos e vivos mais queridos.
 Nascido no Amazonas, mas carioca por morar no Rio desde a infância, Araújo Neto era mangueirense, rubro-negro apaixonado, autor de livros e grandes reportagens sobre futebol. Escreveu Drama e glória dos bicampeões (1962), que assinou a quatro mãos com Armando Nogueira. Cobriu Copas do Mundo desde a competição no Chile. Esteve em Cuba, em 1959, ano da revolução, e cobriu todos os papados desde João XXIII. Seu legado também está a merecer uma consolidação em livro.
 José Gonçalves Fontes dizia que, muitas vezes, fechada a edição do JB, iam todos os colegas para algumas libações boêmias, tempo de terno, gravata e bonde. Mas, ainda assim, não faltavam brincadeiras como a chamada “barata voa” em que o sapato de um jovem Sérgio Cabral, engravatado, era jogado de mão em mão, entre gargalhadas do motorneiro pelos trilhos da Rua 7 de Setembro, num divertido recreio com Armando Nogueira, Carlos Lemos, Oldemário, Fontes, Araújo Neto, Wilson Figueiredo e outros, no amanhecer da profissão, com o jornal ainda quentinho saindo da rotativa no Centro do Rio.
   A tristeza que Araújo Neto sentiu com a ruptura imperial do Jornal do Brasil só é menor da que sentiu com a perda de Maria Eunice. Que o lamentável episódio de demissão, tão deselegante, sirva, pelo menos, de aviso a qualquer um que se aproxime da imprensa.
 Francisco Pedro Araújo Neto ficou tão abalado com as duas perdas que desabafou a frustração a amigos. Perdera a esperança de que jornalistas pudessem “ser bem educados, cordiais e gentis uns com os outros”. Morreu nessa ilusão. Jornalistas podem ser sim gentis, como Luis Fernando Veríssimo, que o homenageou conferindo-lhe o título de embaixador plenipotenciário do Brasil junto a corações de pessoas de boa vontade na Cidade Eterna.

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 Como sou o autor deste instant book de 430 páginas sobre o Jornal do Brasil, posso vender o exemplar por R$ 38, nisso já incluido o frete. Na Livraria da Travessa, cobram 70 reais...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Por que considero fraco o samba mangueirense sobre Nelson Cavaquinho

O samba-enredo é fraco!

 Nelson do Cavaquinho, o Nelson Cavaquinho,  neste 2011 que se avizinha, faria 100 anos se vivo estivesse. O grande compositor é o homenageado como tema do enredo da Estação Primeira no carnaval que vai rolar em março. Estive na quadra no dia da escolha do samba - o vencedor É de uma dupla: um mangueirense e um paulista. Claro que o samba dá pro gasto, não escutei os derrotados direito. Mas, francamente,  é um samba fraco.  Todos os concorrentes , seguindo orientações da sinopse para a confecção do desfile, usaram e abusaram de citar e embolar versos dos clássicos de Nelson Cavaquinho. Destaco a seguir alguns versos do samba vencedor, que é todo na primeira pessoa, como se Nelson estivesse vivo cantando a própria biografia, ou como se cada folião, cada simpatizante da escola ou cada mangueirense fosse o próprio homenageado. Destaco para explicar por que considero o samba fraco - para além do fato de ter uma melodia igualmente fraca: a letra trai uma marca de compositor: a simplicidade.  A letra tem laivos de auto-elogio que não constam na obra do mestre amigo da maravilhosa Beth Carvalho.

Nelson Cavaquinho jamais cantaria um verso assim:
“Tatuei em meu caminho
Seletas obras musicais”

Nelson Cavaquinho jamais cantaria um verso assim:
“Sonhei que folhas secas cobriam meu chão
Pra delírio dessa multidão
impossível não emocionar”.

Nelson nunca teve essa arrogância. Nelson Cavaquinho jamais cantaria um verso assim:
 “Se te encantei com o meu talento
Acabo te vendendo uma canção”.

Nelson Cavaquinho jamais cantaria um verso assim:
(...) teu samba
Ninguém vai calar...”

 Vou torcer de novo pra Verde e Rosa, mas o samba é fraco mesmo. Que história é esse de ninguém vai calar? Quem já pensou em calar o samba da querida Mangueira?

 E no fim do samba-enredo, o verso na primeira pessoa ainda nos obriga a  imaginar  Nelson cantando assim:
“chorei ao voltar para minha raiz”.

Voltar? Nelson depois que conheceu a Mangueira se enraizou de forma única, é do mesmo nível do fundador Cartola. Sim, o samba-enredo de 2011 é fraco, mas vamos torcer, que vai que dá pro gasto....

Nelson Cavaquinho cantava se acabando na melhor poesia, cantava a mais simples, cantava belamente com sua voz chorosa, assim:
 “Quando piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas de minha
Estação Primeira, não sei
Quantas vezes
Subi o morro cantando
Sempre o sol me queimando
E assim vou me acabando”...

(Por Alfredo Herkenhoff – Correio da Lapa)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Arte e mercado, tanto faz


                     Tela de Augusto Herkenhoff, Rio de Janeiro, 1983

Arte e mercado, tanto faz

 A qualidade de uma obra de arte e o preço da obra nem sempre andam de mãos dadas. O que faz uma tela pequena, um óleo, ser arrematada por 20 milhões e, no mesmo leilão, um outro trabalho, também a óleo, mas bem maior, ser adquirido por apenas 10 milhões? As explicações variam, mas ninguém, nenhum especialista, diz que a reposta é um mistério, ou se diz que é, não sabe qual. A formação de preço no mercado de arte decorre de uma série de fatores, subjetivos e objetivos.
 Ao ouvir essa conversa, fiquei matutando: quem esse cara pensa que é? O dono da verdade do mercado? Mais um enganador? A pequena aula de marketing e história da arte prosseguiu, e não consegui me afastar da mesa onde se dava o bate-papo. Seguem pinceladas...
 Valoriza um artista o número de exposições em espaços nobres, grandes galerias e museus e outras instituições sem fins lucrativos. Valorizam o artista o número de exposições individuais e coletivas e as retrospectivas. O número de obras que um artista produz. A raridade sempre foi fator de valorização. A quantidade de obras de um artista em coleções públicas e privadas. A distinção da importância de cada tipo de coleção: há instituições particulares mais importantes do que coleções públicas, mas, em princípio, estar no acervo de uma grande coleção sempre conta ponto. O número de vezes que determinado artista, obra, ou fase de determinado artista, é tema de textos ou mereceu citação. A importância das publicações vale ponto de valorização. A badalação do artista por formadores de opinião, idem. O reconhecimento do artista por outros artistas, idem. O autor dos textos, os críticos, historiadores, curadores e escritores valem pontos na curva ascendente dos preços da obra de arte.
 Os preços dos leilões também sinalizam para uma atualização de cotações. A atuação do marketing, da publicidade e os interesses escusos tanto podem valorizar quanto desvalorizar uma obra, uma fase ou a cotação geral de determinado artista.
 Sim, livros, autores, resenhas e simples citação podem, também, significar desvalorização, se aqueles forem decadentes ou desprezíveis.
  Ao contrario da maioria das manifestações artisticas, as artes plásticas guardam resquícios de elitização histórica. As obras podem ser vistas nas exposições, nas galerias e nos museus, mas, para os mais ricos do mundo, interessa especialmente a obra única dentro de casa, o óleo dos melhores nomes. A elevação dos preços produz uma espiral estratosférica que os catapulta, criando uma disputa particular entre os mais ricos e poderosos do mundo.
 Os prêmios também são faca de dois gumes: tanto podem desvalorizar como vulgarizar determinado artista.
 Há ainda os marchands convictos de que a valorização de uma obra depende não exatamente de um mistério, ou um complexo de fatores, mas de uma circunstância também nebulosa: o sorriso de quem tem diante do que não tem. Este sorriso ocorreria mil vezes a cada segundo, sem que quase ninguém jamais note o toque de Midas. São os sorrisos que levam determinados trabalhos de arte a valer milhões.
  Tal qual barra de ouro, qual diamante maior e mais puro, o artista é objeto de consumo, espelho da vaidade, pretexto para uma competição, o personagem do ano, o jatinho de última geração, a Ferrari de estimação. O artista é o objeto da valorização, raramente o sujeito. O artista, coitado, é a parte mais sensível do mistério da convertibilidade entre o trabalho de arte e o dinheiro. O artista – maravilha! – sabe que está acima dessas valorizações e outras questiúnculas. Acima, ou abaixo, tanto faz. (Por Alfredo Herkenhoff, Correio da Lapa).

Navio e chuva de rosas no Rio de Janeiro

Sobre o fim do Jornal do Brasil impresso em setembro de 2010

Vai no link


http://tributoaojb.wordpress.com/2010/12/01/um-jornal-que-nunca-mais-sera-escrito/

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Oupação do Morro do Alemão, Beltrame e Wikileaks

Muita gente nunca acreditou que os narcotraficantes do Complexo do Alemão tivessem lançado uma campanha de terror queimando carros sem gente para mostrar insatisfação com a UPP. Tivessem mesmo querido isso, não teriam apoiado Dilma e Cabral em outubro e teriam "lançado" a campanha do terror piropata antes das eleições. E aí, em vez de... bolinha na careca do Serra, teríamos realmente um imbroglio. Agora, com novas informações secretas da diplomacia americana vazadas pelo Wikileaks, sabemos um pouco mais: Não, nada foi por acaso...

Deu na Folha agora há pouco:


07/12/2010
Aos EUA, Rio previu ação traumática no Alemão



Folha de S.Paulo

RIO - Documentos secretos feitos pelo Consulado dos EUA no Rio afirmam que, em encontro reservado, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, antecipou que faria a operação de tomada do Complexo do Alemão e previa uma ação com "violência traumática". O texto cita encontro do cônsul Dennis W. Hearne com o secretário de Segurança em 22 de setembro de 2009, em que este dizia que o Complexo do Alemão estava "totalmente fora de controle do Estado".
O despacho aponta que Beltrame informou que a ocupação seria no início de 2010. "Talvez assemelhando-se mais a batalhas em Fallujah [cidade iraquiana] do que a operação convencional de uma polícia urbana", anotou Hearne. Beltrame se queixou do aumento do número de armas de uso militar feitas nos EUA, desviadas de exércitos da Colômbia, Bolívia e Paraguai e que terminam no tráfico.

Em outro despacho, Hearne cita encontro com o superintendente de Planejamento Operacional da Polícia do Rio, delegado Roberto Alzir, em outubro de 2009. Alzir diz que Cabral definiria até janeiro se pacificaria cinco favelas menos populosas ou se focaria a ação em uma grande. Dizia ser "improvável" que o aparato necessário para a tomada do Alemão fosse formalizado antes do Carnaval de 2010.

Cabral optou pelas Unidades de Polícia Pacificadora em favelas menos populosas. Os documentos fazem parte de lote de telegramas dos EUA divulgados pela ONG WikiLeaks.

A estratégia das UPPs no Rio tem pontos em comum com as ações das tropas americanas no Iraque e no Afeganistão (Limpar, manter e construir), informa o cônsul em despacho de 30 de setembro de 2009, intitulado "Doutrina da Contrainsurgência chega às favelas do Rio".

Mico na premiação do futebol no Rio de Janeiro em 2010

Conca sem Lula


Não havia como a festa de ontem à noite no Municipal não ser ótima.
Mas quase que a estragaram. Roteiro pecou em momentos cruciais.
...Excesso de Corinthians na hora errada. Vaias merecidas para Andrés
Sanchez. Este sim a presença mais idiota de um centenário sem ter nada
a comemorar. E o dirigente corintiano ainda agrediu frontalmente os
tricolores. E por que tanto salamaleque com o Coritiba cuja torcida
protagonizou uma das cenas mais vergonhosas da história dos estádios
brasileiros? E o balé pífio! Vinhetas globais com máscaras
carnavalescas. Parecia coisa da Copa na África do Sul. Faltou
compreensão de que o ponto alto merecia pompa e circunstância: Lula e
Conca juntos. Mas Conca recebeu o troféu das mãos de um diretor da
Globo. A homenagem ao Corinthians deveria ter sido menor e ocorrido no
começo da festa, não no auge. Marketing atropelou o bom senso. Gente
analfabeta pode ter se perguntado diante da TV: afinal: quem foi o
campeão? Fluzão ou o Curingão? Pontos altos: homenagem aos
tricampeões. Show de Marcelo Adnet. Já os apresentadores globais,
ambos alvinegros cariocas, deram à cerimônia um clima de mais um
enlatado. Estavam ali não por merecimento de belos atores que são,
belos, não, excelentes, estavam por erro de concepção. Apesar de tudo
valeu a pena. Hoje, claro, a TV aberta, e mesmo as fechadas como Sport
Tv e outras das Organizações, mostram o material devidamente editado,
corrigindo esses vacilos do roteiro, terríveis vacilos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Jorginho do Pandeiro faz 80 anos e é homenageado em show no Rio



Assanhado, de Jacob do Bandolim, com Armandinho e Jorginho





Maravilhoso Email de Gerdal José de Paula

Prezados amigos
Líder do regional Época de Ouro (para o qual veio, em 1972, a convite do saudoso violonista César Faria, pai de Paulinho da Viola, na retomada da atividade do grupo, cessada logo após a morte do fundador, Jacob do Bandolim, em 1969), Jorge José da Silva, o Jorginho do Pandeiro (foto abaixo), carioca de Santo Cristo, bairro da região central do Rio, é um dos mais novos octogenários da praça e, em razão disso, lembrado para merecida homenagem com show do conjunto, nesta segunda-feira, 6 de dezembro, às 21h, no Centro Cultural Carioca (Rua do Teatro, 37 - tel.: 2242-9642 - ao lado do João Caetano). À data redonda do aniversariante junta-se para a função bem ritmada desse encontro festivo no CCC a razão permanente da sua correção profissional e da longevidade expressiva das suas platinelas na MPB, em instrumento que toca com exemplaridade e personalidade desde a adolescência, quando, para quebrar o galho de um amigo do seu irmão Lino, cavaquinhista (o violonista Ademar Nunes, ligado a outro violonista, líder de regional, Rogério Guimarães, e que precisava de um pandeirista), Jorginho iniciou carreira, em 1944, na Rádio Tamoio. Música e músicos, por sinal, seriam notas predominantes na família - é ainda irmão do saudoso e magistral sete-cordas Horondino Silva, o Dino; pai de Jorge Filho (também do Época de Ouro, ao cavaquinho) e Celsinho Silva e avô de Eduardo Silva (do Regional Carioca, filho de Celsinho, ambos pandeiristas), além de primo de um também saudoso e respeitado cavaquinhista, Tico-Tico, e filho de um violonista amador que gostava de chamar os amigos para tocar em casa, em reuniões bem animadas e até mesmo dançantes. Substituindo Gílson de Freitas, ingressou em 1956 no famoso Regional do Canhoto (um cavaquinhista que tocara, poucos anos antes, em regional igualmente histórico, comandado pelo macaense Benedicto Lacerda), somando o brilho individual ao de bambas do porte do acordeonista Orlando Silveira, do flautista Carlos Poyares e dos violonistas Jaime Florence (Meira) e Dino (seu já citado irmão, também egresso da formação do Benedito) em grande número de apresentações nos chamados anos dourados da radiofonia nacional.
De um pouco de si e da sua relação com o pandeiro o próprio Jorginho fala e dá demonstração no primeiro dos "links" abaixo, acompanhado de Celsinho Silva e de um admirador de prestígio e colega de percussão, Marcos Suzano. Nos dois "links" seguintes, respectivamente, é visto com o Época de Ouro e o bandolinista baiano Armandinho (revelado nacionalmente aos 15 anos por Flávio Cavalcante em "A Grande Chance", na TV Tupi), executando "Assanhado", e, com outros nomes da nossa fina flor instrumental, "Bole-Bole", ambas bons-bocados autorais do repertório de delícias do mestre Jacob.
Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
Um abraço,
Gerdal