quarta-feira, 15 de abril de 2009

Susan Boyle, a sensação súbita da música popular

Uma cantora vai de zero a mil em um segundo


Uma espécie de programa de TV Ídolo, versão inglesa, surpreendeu o mundo ao revelar o talento de uma caipira de 47 anos de idade, que vive só e cantava apenas em coro de igreja. Susan Boyle é o contrário de tudo o que caracteriza hoje uma celebridade de 15 minutos. Nunca foi beijada, mas pelo jeito franco de revelar a sua condição, não perdeu o erotismo, apesar de feinha e gorda. A dama é forte e virou celebridade na velocidade da luz a partir de sua performance no sábado, quando cantou no programa Britain's got talent. Eram três jurados estupefatos e, em três dias, o vídeo no Youtube de Susan Boyle já foi visto cerca de 12 milhões de vezes, nada mal para quem antes só cantava karaoke solitariamente.

Será ela a mais nova diva do universo inglês, vale dizer, do espaço global das surpresas instantâneas desses tempos digitais? Ela cantou a canção I dreamed a dream, do musical Os Miseráveis, de Neil Diamond. A canção tem uma riqueza melódica com altos e baixos acentuados, exigindo talento lírico de qualquer pessoa que ouse interpretá-la.

Susan não vai ser convidada a posar nua em lugar nenhum. Ela exibiu a nudez de sua alma, a natureza de seu coração singelo.

Em alguns momentos, vemos aqui e acolá pessoas com grande voz. No Brasil, temos por exemplo o programa de TV do Raul Gil valorizando esse tipo de talento. Mas muitas vezes só a extensão da voz não seduz. Por que gostamos tanto da saudosa Nara Leão de parcos recursos sonoros? Por que tantas vezes desprezamos esses anônimos com dó de peito como Agnaldo Rayol e Agnaldo Timóteo? Porque o que vale é o conjunto voz, atitude, carisma, mistério, o lugar certo na hora certa com a música certa. Somos todos miseráveis. E a mais miserável mulher, aquela que nunca foi beijada e que já está deixando de menstruar, nos sorri e canta pela primeira vez como se fosse a única vez.

A imprensa britânica começa a escarafunchar a vida de Susan Boyle. A diva borralheira parece não esconder nada. "Minha mãe vivia comigo e ela era a minha vida. Morreu em 2007 aos 93 anos de idade. Eu cuidava dela, Ela dizia que eu devia participar desse show e que eu tinha uma voz fantástica. Então neste último ano fiquei pensando nisso e agora mal creio no que aconteceu. Espero que minha mãe e Patrick estejam vendo lá de cima e que rola aqui em baixo. Eles devem estar orgulhosos..."

Susan Boyle afirmou que vê a fama repentina cautelosamente. Disse que vê o lado da fama como primeiros passos de um bebê. Um de cada vez. "Estou gostando, é muito bom". Susan não apenas nunca foi beijada. Ela jamais sequer foi paquerada.. Susan mora sozinha com gatos num condado em Bathgate, longe de Londres. Mas até quando?

Esta surpresa de mulher me foi revelada por leitor anônimo do Correio da Lapa, queixando-se da materinha aqui publicada sobre publicidade erótica do refrigerante Guru, à base de ginseng, guaraná e ginkgo biloka, ou seja, um coquetel alquimista de itens sanitariamente corretos, mas enlatados apenas para fazer concorrência com o Redbull. O energético vende mesmo é sexo, sexo jovem com rock frenético da banda quase punk chamada Demon's Claw.

Longe desse universo da frivolidade, surge a escocesa Susan Boyle efervescente, e o Correio da Lapa a recomenda. Para vê-la cantar, anote o endereço:

http://www.youtube.com/watch?v=9lp0IWv8QZY