quarta-feira, 14 de julho de 2010

O triste fim do Jornal do Brasil

Tanure diz que “JB” deixa de circular no papel a partir de 1º de setembro

O empresário Nelson Tanure afirmou ao iG que o “Jornal do Brasil” já fechou o dia que deixará de circular no formato impresso, após 119 anos de existência.

Será a partir de primeiro de setembro, quando o tradicional jornal carioca sairá apenas na internet (versão online).

Amanhã, em sua edição no papel, o “JB” irá publicar um comunicado esclarecendo os motivos que levaram o jornal a tomar a decisão de migrar para o meio eletrônico. O iG antecipou no dia 30 de junho a informação sobre a suspensão da versão impressa do JB.

Segundo o empresário, a decisão foi tomada, a partir de uma pesquisa na qual os leitores aprovam a ideia. O comunicado irá mostrar os resultados da pesquisa.

Tanure informou ainda que essa também é uma decisão que ele considera política e ecologicamente correta.

“Para cada 100 mil jornais que são impressos, 60 mil são vendidos e 40 mil são jogados fora”, diz Tanure. “É um desperdício fantástico”.

Tanure também não esconde o fato de nunca ter conseguido fechar no azul com o “JB”, desde que assumiu o jornal, no final de 2001.

O jornal, segundo ele, sempre deu prejuízo. Assim como a “Gazeta Mercantil”, que também foi de sua propriedade e acabou fechando.

“É muito difícil um jornal sério dar lucro, principalmente no Brasil”, diz Tanure.

Tanure afirmou que essa mudança no “JB” será seu último lance na mídia.


Presidente do “JB” afirma que sai do jornal se deixar de ser impresso
A possibilidade de o “Jornal do Brasil” passar a ser publicado apenas na versão digital abriu uma crise interna.

O presidente do “JB”, Pedro Grossi, já informou a Nelson Tanure, acionista majoritário do jornal, que se afasta da função se ele tomar essa decisão.

Segundo Pedro Grossi, desde que assumiu a presidência do “JB”, há quatro meses, o jornal passou a dar lucro, e, até por essa razão, não se justificaria a decisão de se abandonar a versão impressa.

De qualquer forma, Grossi disse que, caso ocorra essa mudança, ele se afasta do cargo.

O executivo, no entanto, disse que está procurando uma saída jurídica para ele poder continuar com a versão impressa para deixar Tanure com a digital.