quarta-feira, 10 de junho de 2009

Jornalistas dos EUA e o horror, a prisão coreana

Anos de horror à vista em campo norte-coreano *

Jornalistas dos EUA são condenadas a 12 anos de trabalhos forçados

O mundo assistiu a mais um capítulo da crescente tensão entre a Coreia do Norte e o Ocidente. Um tribunal do país asiático condenou duas jornalistas americanas a 12 anos de prisão em um campo de trabalhos forçados, após serem presas sob acusação de entrar ilegalmente em território norte-coreano.

Euna Lee e Laura Ling (foto), ambas de origem asiática, foram detidas na fronteira com a China quando gravavam imagens sobre o tráfico de refugiadas norte-coreanas. Ambas trabalham para a emissora Current TV, de San Francisco (EUA), que tem entre seus proprietários o ex-vice-presidente americano Al Gore.

A dura sentença deve alimentar ainda mais as tensões entre Washington e o regime comunista, depois do teste nuclear realizado pela Coreia do Norte em 25 de maio. Ontem, Pyongyang orientou barcos de pesca a se afastarem da costa leste do país, segundo a guarda costeira japonesa. O fato elevou o temor de que mais testes de mísseis possam ocorrer.

Por terem sido julgadas pela Suprema Corte norte-coreana, as duas jornalistas não tiveram direito a apelar da decisão. As americanas foram transferidas pouco depois da prisão para a capital, Pyongyang, onde permaneceram detidas em uma situação que elas mesmas descreveram a seus parentes, por telefone, como “terrível’’.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou no domingo que as acusações contra as americanas não têm fundamento. Além disso, a Casa Branca divulgou um comunicado do presidente Barack Obama em que ele afirma estar “muito preocupado” com o caso. O governo americano afirmou que usará “todos os canais possíveis” para libertá-las.

A detenção foi anunciada publicamente em 31 de março, uma semana antes do lançamento de um foguete de longo alcance que rendeu aos norte-coreanos uma condenação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Desde então, a Coreia do Norte tomou uma postura mais desafiadora em relação aos EUA e seus aliados, e teme-se que possa utilizar o caso das jornalistas como trunfo para dialogar.

O caso de Euna e Laura pode se prolongar mais do que outros anteriores, mas é possível que elas sejam soltas bem antes de cumprir a pena total, como parte de um acordo com os EUA. Para o professor da Universidade Dongguk, de Seul, Kim Yong-hyun, a sentença de 12 anos não significa muito: "A questão, no fim, será resolvida diplomaticamente',.


Fonte: Jornal Zero Hora