Racionalização e dessacralização
Em O nada da arte e o todo da Natureza, Márcia Sá Cavalcante Schuback, da Södertörns University College, na Suécia, tematizando a questão da arte e da natureza em Schelling e Hölderlin, afirma:
(...) O mundo moderno é a cena de um novo homem. Esse homem novo é um homem rebelde, que não mais aceita o que a natureza lhe obriga nem o que um Deus lhe promete. A novidade do homem moderno é o modo de conceber a si mesmo como autonomia da liberdade e, assim, como aquele capaz de conferir a tudo o que é e não é as suas próprias leis. Ele concebe a si mesmo como um desacorrentado do autoritarismo da tradição e como um desgarrado do determinismo da natureza. É o mestre controlador da natureza, tanto da natureza que ele é como da que ele não é. (...) Não obstante todo esse movimento de racionalização e dessacralização, o homem moderno ainda é capaz de exclamar com Aristóteles que “em todas as coisas naturais há algo maravilhoso”. (...)