quinta-feira, 16 de abril de 2009


Na lânguida hortolândia de nós dois


















Por Alfredo Herkenhoff
A rosa mais colorida
O símbolo maior do amor
Begônia, a mais vermelha
O sonho, sonhador
Buquê de margaridas
A sombra, o calor
Trepadeiras amarelas
Buganvile, tanta cor
Plantinhas da Guatemala
Veludo verde, o ardor
Comigo ninguém pode
Passarim namorador
Aléias, sopa de ervilha
O frescor do sudoeste
Os perfumes mais silvestres
As folhinhas de hortelã
O caminho, a tua pele
A macieira, a maçã
Pétalas de Madalena
Avencas e samambaias
Ouro negro das calêndulas
A dança, rodada de saia
Os tons da amendoreira
A estação brasileira
O farfalhar da viração
A chinesa verdadeira
Espada de São Jorge
Folha de São João
O presente da matriz
O respirar feliz
A varanda, o cobertor
Uma paixão, o cantador
Os quereres e os cantares
Se tu fosses esses amores
Se tu fosses esses amares
Seria teu o paraíso
Seriam teus os lindos pomares
O coração, todos os guizos
O infinito dos grandes mares
O lírio do campo, o céu azul
Castelos e pequenos lares
Os canteiros e a ilusão
Pelas barbas do agricultor
O carinho, a relação
O instante repentino
Diamante diamantino
A convivência que brotou
A haste erguendo a roseta
buquê de cravos ou violeta
A interdependência
A saliência de toda flor
Os prazeres e os dizeres
As sementes, os bens
Me amas, me queres, me tens
A imensidão de nós dois
Tão somente nós dois
Somos um só jardim
Ora pois não, ora pois, pois
Ora sim, sim!