Editorial para os Mortos no Poder das Balas Perdidas
Desde a invasão americana no Iraque, em 2003, os Estados Unidos perderam 4 mil 223 soldados, dos quais 3 mil 369 desde que Saddam foi preso. E desde que Obama chegou à Casa Branca, 134 soldados americanos foram mortos naquele país babilônico.
Pois desde que Sérgio Cabral chegou aos Palácio Guanabara, o número de brasileiros mortos a tiros no pequeno Estado do Rio de Janeiro é infinitamente maior. Apenas no ano de 2007, a polícia, oficialmente, registra a morte de 1.260 pessoas em confrontos com ela, a imensa maioria na região metropolitana do Rio de Janeiro. Há ainda mortos em situações mal explicadas, engordando estatísticas que não envolvem os dados oficiais da polícia. A maioria dos quase 7 mil brasileiros assassinatos anualmente no Rio de Janeiro é cosntituída de gente humilde, pobre e preta.
Pernambuco, terra de origem de Lula, Espírito Santo, com a Grande Vitória exibindo taxas escandalosas de homicídio, e o nosso Rio de Janeiro são lugares que nos envergonham, terra onde não dá para comemorar nenhum avanço social.
Quarenta e tantos mil brasileiros assassinados num único ano... No Vietname, os americanos perderam quase 60 mil soldados em cerca de dez anos de guerra.
Donde se conclui que tanto faz o governo, o partido, o presidente, se príncipe ou operário, a política está errada. Sérgio Cabral se elegeu prometendo mudanças. Mudou as estatísticas, agravou-as...
Pelo amor de Santa Pelônia, postei outro dia que fontes ligadas ao Financial Times de Londres haviam mencionado, no mocó, off the records, um Plano B para retirar o Rio de Janeiro da condição de sede olímpica. A Fifa é entidade amiga, e 2014 parece Copa garantida na Cidade Maravilhosa. O Brasil, o Rio em particular, deu provas de que pode receber o Mundo, como fez na Eco Rio em 1992, e depois com uma outra reunião de cúpula, a ibérica, uns dez anos atrás, e com os Jogos Pan-Americanos de 2007.
Mas nada de confiança excessiva. Na década de 1980, a Fifa retirou a Colômbia da condição de sede do Mundial de 1986 apenas uns dois anos antes da realização do evento, que acabou transferido para o México em 1986.
Atenção governantes: o helicóptero, o apagão, as estatísticas e a ameaça aos grandes aviões comerciais pousando como pombas da tragédia no Rio de Janeiro de Balas Encontradas... Isso não é brincadeira... Só o senador Cristovam Buarque parece ter um discurso mais afinado. O Brasil precisa reduzir a distribuição de bolsa-esmola e bolsa-propaganda para a grande mídia e enfrentar a verdade da sua estrutura em pandarecos no campo da Educação e da Saúde.
O resto é vaidade da galera mamando nas tetas do Estado de burocracia, mordomias e ineficiência.
A quem recorrer? De quem correr primeiro?
A mentira, dizia Quintana, é a verdade que esqueceu de acontecer.
Os mortos são o esquecimento dos vivos que logo terão a mesma sorte, a mesma morte cruel, covarde e politicamente previsível... Quem viver, morrerá. Quarenta mil balas encontradas. Ave Cesare, os mortos a tiros te saúdam!