quarta-feira, 1 de julho de 2009

Fora Sarney? Não. Fora um? Antes fôra só um. Nunca foi. Fora o resto. E o Diabo que os carregue

Clima que rola pelas ruas do Brasil

Frases a seguir não refletem opinião do Correio da Lapa até porque este CdL não tem opinião formada sobre nada, ou se tem, muda a todo instante.


Esta campanha de artistas e coleguinhas com o bordão "Fora Sarney" está um tanto partidarista, talvez excessivamente até, como se o senador fosse o único. Seus pares estão bem lá no ímpar do mesmo buraco do descrédito. Parece campanha eleitoral pró-José Serra contra Dilma Rousseff. O clima está tão eleitoreiro que até Dilma e seu blog estão, entre citações de José Dirceu, denunciando com facilidade que a prática secreta envolve senadores do outro lado das fileiras petistas.


O nepotismo não era proibido até que o Supremo decidisse que não podia mais, ano passado. Mesmo assim, o nepotismo cruzado continua numa boa.

O Supremo do Brasil está vivendo nas Honduras, flanando nas asas das benesses extraídas do caos das ruas jamais frequentadas pela maior parte das autoridades, a não ser quando acompanhadas de homens grandalhões, todos de terno, olhos atentos sob óculos escuros, pistolas automáticas e microfones invisíveis para troca de informações segundo as normas e possibilidades da alta tecnologia.

A prioridade não é o "Fora Sarney", mas melhorar a qualidade do jornalismo sem diploma. A prioridade é gerar empregos. Gerar participação. O que é gerado em comum deve ser gerido em comum.

Parlamentarismo Já. Por um sistema unicameral.

O Senado já deu o que tinha a dar, em termos de equilíbrio da República Federativa. Mas desde que Assis Chateaubriand virou senador por um Estado de aluguel, que não era o dele nem de origem nem onde vivia, no que vai agora imitado por Sarney, a Casa Alta só vem perdendo moral, virou refúgio dos políticos mais experientes.

Chatô foi senador pelo Maranhão. Sarney, há meio século desmandando, é senador pelo clã. É senador da família dele. Coronel feudal reinando na intensa ponte aérea entre Brasília, Macapá e São Luís. Nessas três capitais, ele é Excelência. Em São Paulo ou no Rio de Janeiro, é Sua Excrescência.

Mas Lula tem razão. Em nome da governabilidade, precisa costurar alianças o tempo todo.

Os colegas de Sarney não o atacam agora porque estão indignados com o seu estilo "tudo para mim e minha filhota". Mas porque sentem que a hora é essa.

Será?

By Alfredo Herkenhoff