Suspeita de operar em paraísos fiscais
O indiciamento de Dantas é apenas a convicção de culpabilidade por parte do delegado federal Ricardo Saadi, mas não representa verdade nem existência de prova cabal que resulte em culpa e condenação. Agora o procurador da República Rodrigo de Grandis pede nova investigação ou oferece a acusação formal contra os diretores do Opportunity na Justiça. Se o juiz a aceitar, começa a rolar o processo. Mas se o Supremo encontrar falhas, pára tudo.
Segundo os federais, Daniel Dantas violou a lei ao criar e manter fundo de investimento em paraísos fiscais proibido a brasileiros. Par isso, teria usado centenas de empresas em nome de laranjas e de testas de ferro para confundir órgãos reguladores e eventuais investigadores do governo.
Instâncias legais do governo Lula bloquearam contas de Daniel Dantas nos EUA (US$ 400 milhões), na Grã-Bretanha (US$ 46 milhões) e em Luxemburgo (valor não informado). A defesa do banqueiro disse, sem dar detalhes, que os EUA liberaram parte dos valores.
Além de Dantas e da irmã, foram à sede da PF Arthur Joaquim de Carvalho, Danielle Silbergleid Ninnio, Eduardo Monteiro e Norberto Aguiar Tomaz. Nesta terça-feira, dia 28, a lista de novos indiciados inclui os executivos Carlos Rodemburg, Itamar Benigno Filho, Dório Ferman e Humberto Braz.
Advogados de defesa afirmam que o indiciamento é tentativa vã de “produzir denúncia às pressas e justificar ilegais pedidos de cooperação internacional”.