sexta-feira, 30 de abril de 2010

Metáfora de 2010 sobre a crise econômica de 2008

Um viajante chega a uma cidade e entra num pequeno hotel, onde saca duas notas de R$ 100, põe no balcão e pede para ver um quarto. Enquanto o viajante inspeciona os quartos, o gerente do hotel sai correndo com as duas notas e vai ao açougue pagar suas dívidas com o açougueiro, que pega as duas notas e vai até um criador de suínos a quem, coincidentemente, também deve R$ 200. O criador, por sua vez, corre ao veterinário para liquidar uma dívida de... R$ 200. I veterinário, com as duas notas em mãos, vai até a zona quitar a dívida com uma prostituta. Coincidentemente, dívida de R$ 200. A mulher sai com o dinheiro em direção ao hotel, lugar onde, às vezes, leva clientes, mas que nas duas últimas vezes não tinha pagado pela hospedagem. Valor total da dívida: 200 reais. Ela diante do gerente avisa que está pagando a conta e coloca as notas sobre o balcão. Justo neste momento, o viajante retorna dos quartos, pega as duas notas de volta, agradece e diz não ser o que esperava, saindo do hotel. Dívidas foram pagas, mas ninguém ganhou um vintém, embora a cidade teve a confiança no crédito restaurada, o que abre perspectivas para um futuro melhor.

Correio da Lapa comentando:
Essa história chegou num email como um spam a advertir que ninguém deve pretender entender de economia: Moral da História: Só o hotel ficou no prejuízo: não recebeu os 200 reais devidos pela prostituta. O hotel é o governo. A prostituição é o setor financeiro, que se traveste ora de puta, ora de viajante, mas que sempre paga a quem não consegue receber nem tem competência para, no devido tempo, compreender que o que devolveu ao setor financeiro foi um prazer que não recebeu. Ou melhor dizendo: o governo perde o dinheiro que só ele tem direito de imprimir. Perde sempre por incompetência. O governo, por sua transitoriedade democrática, é refém dos que vem e vão, não importa em que situação, porque estão sempre fodendo o hotel, se valendo de suas mordomias sem por elas nada pagar. E o governo, prestando ou não o serviço devido, a hospedagem, nunca recebe porque vive de cobrar impostos apenas para pagar juros, que estão na contramão dos investimentos em produção,juros que geram desconfiança no sistema de crédito, geram desemprego e por último a ilusão de que nunca virá o dia em que o açougueiro e o criador de porcos vão mandar meio mundo comer merda em vez de carne. (Por Alfredo Herkenhoff)

Caetano: Nós somos a Geração Pelé

Caetano: Nós somos a Geração Pelé


Por Alfredo Herkenhoff (*)


(publicado originalmente em 8 de junho de 1977 na Última Hora, Rio)


“Jorge Bem, Bob Dylan, John Lennon, Chico, Milton, Paul McCartney, Mick Jagger e Caetano”. Ele ri quando diz seu nome. “Chega a ser humilhante falar em geração”, completa o artista às vésperas do lançamento do seu novo LP Bicho e do livro Alegria Alegria.

Caetano Veloso disse que o primeiro motivo do seu próximo show foi um local onde as pessoas não fiquem sentadas como nos teatros: “Acho importante colocar música ao vivo, de boa qualidade, para as pessoas dançarem. Durante uma hora são oito pessoas tocando”.



AH – Mas Caetano, não te assusta a passividade demonstrada pelo público no show que As Frenéticas estão fazendo no Tropicana?

CV – O som contribuiu decisivamente pra isso. E afinal tem um show ali. As pessoas olham, outras dançam, outras passeiam, vão tomar Coca-Cola.

AH – Você já tocou pras pessoas dançarem?

CV – Não, mas em alguns shows... Não sou instrumentista. O elemento principal desse show é a banda Black Rio, que gravou há pouco tempo o disco Maria Fumaça. Black Rio é um nome lindo, mas que tem dado confusão, não está ligado a esse movimento aí. A banda Black Rio tem um modo original de fazer música. Não é soul. Tem soul, baião-soul, e às vezes é samba mesmo.

AH – Quem são os músicos?

CV – Oberdan, Jamil, Barrosinho, Cristóvão, Claudinho, Lúcio e Luís Carlos. Eles transam um som bonito. Essa música Maria Fumaça é conhecida porque toca na novela das sete. O nome pro espetáculo do Canecão é Maria Fumaça Bicho Baile Show. Então o que interessava era isso, que a banda fosse mais importante do que eu, porque ela está em todos os meus números com presença forte de show e ainda tem os seus números. Além disso, eles têm massa de som e eu não tenho voz muito potente.

AH – Indo a uma discoteca nessa circunstância, você confirma a sua característica, que é a de ser imprevisível.

CV – No fundo, eu não estou a fim de fazer show, apresentar coisas, dizer o que estou fazendo. É uma festa pra lançar meu disco, é assim... Creio que no espetáculo em si a banda é mais que eu. Agora, é uma coisa que escolhi.

Curioso, e já de certa forma demonstrando a Caetano que sou seu admirador, pedi que ele explicasse a sua trajetória de artista, contextualizando acontecimentos como o disco Araçá Azul e Lupicínio Rodrigues. A resposta veio fria: “Pra mim, é tudo igual”. Como não curti seu ar taxativo e lacônico pra minha indagação, fiz-lhe uma outra pergunta sem conversar que era minha intenção vê-lo explicitando, de forma menos sintética, o seu modo de ver qualquer manifestação artística. Como um artifício para molhar um diálogo, usei um clichê que muitos críticos usam como um preconceito: vocês, os baianos. Esta pergunta foi feita para atingi-lo pessoalmente e obrigá-lo a racionalizar:

AH - Caetano, pelo que transparece na comunicação de massa, entre vocês, os baianos, Gal, Gil, Bethânia e você, parece que as mulheres falam inteligentemente das coisas de forma mais intuitiva. Mas você e Gil, além da intuição, volta e meia explicam a música de forma mais racional, não é não?

CV - Mas é que eu e Gil somos compositores. E há a tradição de homens serem mais racionais e responsáveis do que as mulheres, mais intuitivas e dependentes. Mas isso é uma tradição.

Não é possível reduzir em palavras de jornal o riso irônico de Caetano ao terminar a frase “mas isso é uma tradição”. Me senti, enquanto repórter, terrivelmente inseguro. Estava ouvindo de Caetano o que eu já sabia. Tive a impressão de que ele me cobrava perguntas, insinuando por antecipação que as respostas não seriam importantes ou sensacionais. Senti vontade de abrir o jogo e confessar que quando duas pessoas estão de acordo, uma não faz pergunta a outra. Cada pessoa formula pergunta pra si própria. “Falar de música é uma besteira, fazer é o maior barato”. Se sabíamos disso, podíamos conversar.

AH – Caetano, com o movimento tropicalista, vocês inseriram vários elementos novos na música brasileira. Na época, muitos não entenderam. Quem entendeu passou logo a fazer. E de lá pra cá, houve até gente que passou a fazer diluição. Você pensa nessas coisas assim do tipo, comunicação de massa e repetição, informação e redundância? Você se preocupa em comparar o tropicalismo que você fez com, por exemplo, o que você faz hoje?

CV – Pra mim não tem grande grilo não. Faço o que faço. Nenhuma expectativa, nenhuma definição, nada na verdade contém o que parte de mim nem contém o que eu posso fazer. E isso é verdade pra todo mundo. Então não me grilo. O tropicalismo foi o barulho que a gente fez. Mas o que a gente fazia antes, durante e depois é a mesma coisa. A gente tem o jeito da gente. Dependendo de como ele se choca ou se harmoniza com as coisas, as relações vão aparecendo.

AH – Você tem grilo de decepcionar as pessoas?

CV - Tenho. Mas cada vez menos. Tenho medo de as pessoas me acharem bacana e na hora H eu não sou. É a coisa do pênalti.

AH – No ano passado Zico perdeu um pênalti que fez o Flamengo perder o campeonato.

CV – Eu não curto muito futebol, mas ouvi essa história. E eu sou Flamengo. Acho que estou ficando mais maduro. Se errar um pênalti, errou... De repente faço um gol numa jogada meio inesperada, ou até num pênalti.

A conversa já transcorre solta. Digo que acho Araçá Azul um disco muito importante.

CV – O Araçá Azul bateu um recorde original. De devolução. Vendeu muito na primeira semana. E eu vinha com um disco do Chico. Então o pessoal comprou na fúria. E, na semana seguinte, esse pessoal começou a devolver. Foi tanta devolução que a própria Phonogram teve que aceitar das lojas. Passado algum tempo, sei lá, dois, três anos, tudo o que tinha sido devolvido começou a ser procurado. E o disco foi vendendo, e hoje as pessoas já procuram.

AH – Sobre essa música, Tigresa, ela é muito bonita, mas acho a letra mais bonita ainda do que a música...

CV – Fiz a música. Depois comecei a botar a letra. Aliás, nesse disco (Bicho), primeiro fiz quase sempre as músicas (Caetano apanha o violão e toca trecho da música até que volta a falar). Eu estava vendo um programa na televisão. Um menino selvagem criado por um tigre fêmea que atacava quem se aproximasse da criança. Possivelmente, amamentava o menino. Aí fiz. Tratar uma pessoa, mulher, de tigresa, era uma coisa muito poética.

AH – E tem todo um lance de geração...

CV – Da qual me orgulho muito. Esta semana, estavam me entrevistando, e eu nem respondi muito legal a uma coisa de geração. Ah! Eu não vou nem querer discutir que é humilhante! Jorge Ben, Bob Dylan, John Lennon, Chico, Milton, Paul McCartney, Gil, Mick Jagger, Caetano (risos): é uma geração Pelé! Uma geração Muhammad Ali!

AH – É incrível essa coisa de geração, não é, veja o caso de Tigresa... Você falou de um grupo basicamente urbano, e a gravação de Gal Costa já está podendo ser ouvida pelo país inteiro. Como você vê uma geração transcender a seu próprio meio?

CV – Sou da cidade do interior. Sai de Santo Amaro com 18 anos, e já naquele tempo as fofocas do Rio eram acompanhadas. Tinha a chanchada, o rádio, e principalmente a revista O Cruzeiro. Então a gente sabia o elenco da noite carioca. Essa coisa ainda existe, mas não é tão forte. Mas existe por causa da alma do Rio, que é a TV Globo. E o Rio continua exportando curtição.

AH – Caetano, a Gal disse que o Brasil é Rio e Bahia. Mas ela já sonhou que estava morando em Nova Iorque e que encontrou você passeando por lá.

CV – Legal (Caetano rindo), mas nunca fui aos Estados Unidos.

AH – Uma pergunta meio clichê, mas você tem algum problema com relação a sua atividade?

CV – Sei lá. Claro. Mas é uma pergunta muito genérica.

AH – Quando eu disse clichê me referia a essa generalidade, quase como se pedisse pra você mergulhar numa resposta específica.

CV- Às vezes me pergunto: Ih! Por que estou fazendo música? Me dá um trabalho! Mas não é isso. Às vezes acham que sou preguiçoso, mas é que eu quero trabalhar menos. Eu sou preguiçoso, mas trabalho paca.

AH – Você está transando alguma parceria?

CV – Com o Perinho Albuquerque. Acho que vou fazer umas letras porque ele faz umas coisas muito bonitas. Mas no geral não componho em parceria porque tenho idéias que mesmo quando eu não realizo muito bem, elas saem. Meu companheirismo de trabalho com Gil data de muito tempo e temos relativamente poucas parcerias. Mesmo nos Doces Bárbaros quase não teve muita parceria. Mas foi um barato. A gente parou de repente e fez um bloco de repertório. Acho que a gente merecia ficar um ano deitado, debaixo de um coqueiro, namorando, assistindo a Trate-me Leão.

AH – Essa peça é ótima e a Regina Casé, sensacional.

CV – Todos estão ótimos, e essa menina é maravilhosa. Achei poético, o espetáculo mais poético.

AH – É Caetano, mas você sabe que teve gente no Pasquim metendo o pau...

CV – O Pasquim ainda existe?

Caetano faz uma cara engraçada, um deboche da maior qualidade, de quem respeitou, em outras épocas, a importância de um jornal que revolucionou a linguagem da imprensa brasileira.

AH – Caetano, vi você lá no Museu de Arte Moderna vendo o filme Di-Glauber. Gostei muito do filme. Achei que era um temporão tropicalista. O que você achou?

CV – Eu também gostei muito. O Glauber tem muita importância pra mim. O comportamento dele na Bahia, mesmo antes de fazer os filmes, já me empolgava. E o filme Deus e o Diabo mudou a minha cabeça. E Terra em transe me empolgou. Com relação ao tropicalismo, vejo tanto em Terra em Transe quanto com o Zé Celso em Rei da Vela, quanto com Julio Bressane ou Rogério Sganzerla.

AH – O Bandido da Luz Vermelha é ótimo...

CV – É talvez a melhor seqüência de Terra em Transe.

AH – Acho importante o Glauber fundir a cuca de pessoas tão diferentes, você acha isso, Caetano?

CV – Hoje estou mais próximo dele. Glauber ficava sempre em minha casa em Londres. Quando a gente se vê, a gente não se vê muito, a gente se transa bem. Embora possa ser arriscado dizer isso: acho que o Glauber pretende incorporar as forças inconscientes nacionais pra organizar alguma coisa. Ele tenta fazer uma síntese. Não me sinto capaz de discordar ou não, porque essa coisa que sempre interessou a ele, que a política, é uma coisa que ele estuda. Mas eu não tenho informação política pra encarar uma conversa desse nível com ele. O que me assusta não é o que ele diz. O que me assusta é as pessoas dizerem que ele está louco. As coisas que ele diz devem ser, em termos políticos, discutidas. Que alguém dialogue com ele.

AH – E com o Augusto de Campos?

CV - Estive com o Augusto há pouco tempo. Ele veio de São Paulo ver o show de Gal e trouxe uma fita de Stockhausen, que ouvimos juntos, uma coisa linda pra um conjunto de vozes. Me dou muito bem com o Augusto. E ele diz que gosta primeiro de música, depois, poesia, pintura e só depois, literatura. Ele é muito inteligente. Aquele poema, o Qasar, não, este também é lindo, mas o Pulsar é deslumbrante. Eu fiquei amigo porque ele entendia tão claramente o que estava se passando na época do tropicalismo que, com isso, deu um apoio crítico ao nosso trabalho. É uma amizade até especial entre as minhas amizades. Ele não é uma pessoa da minha geração e nem é do meu meio. Não é da cultura de massa, embora ele toque em casa. Ele é de uma vida muito burguesa, não é boêmio, é intelectual paulista. E no entanto é uma amizade profundíssima. A gente se encontra em alguns pontos fundamentais. Ele é um lindo homem e um grande poeta. É raro: são pessoas que ousaram radicalizar num determinado momento. Então aprendi a entender e admirar essas pessoas que são de extrema generosidade.

A conversa com Caetano durou duas horas e agora está reduzida a dez minutos de leitura de jornal. O que foi suprimido? Qual o critério do jornalista que rompe e corrompe a reportagem? Não sei. Apenas senti um grande respeito pelo Caetano-pessoa, um cara capaz de ser amigo de, por exemplo, artistas brigados entre si, mas que não se utilizam da amizade dele, Caetano, com o intuito de alimentar picuinhas literárias ou musicais. E essa capacidade de transar gregos e troianos existe em Caetano de forma ativa. Quando atingido, ele responde com a violência da sua inteligência. Ele meteu o pau na crítica que não se questiona.

No fim do papo, lembrei-me do livro que Wally Salomão organizou. Caetano foi apanhar um exemplar e começou a mostrar os trechos mais interessantes no instante. Sua expressão era de alguém muito excitado com as coisas que escreveu de 1965 para cá. Não mudou uma linha, embora confessasse que, em alguns momentos, escreveu de um modo que não é mais o seu. Mais importante do que tirar os arrependimentos eventuais, foi deixar o registro de uma trajetória artística: o livro Alegria Alegria mostra as contradições de quem faz e faz sempre assumindo tudo o que fez. O livro vai ajudar a compreensão de uma geração que fala de um dos seus mais importantes artistas. Alegria Alegria reúne artigos que Caetano escreveu durante 12 anos, em revistas, capas de disco, jornais e ainda depoimentos prestados a alguns jornalistas.


(*) Parte de projeto de livro inédito de Alfredo Herkenhoff com reportagens, ensaios e entrevistas envolvendo arte, artistas e sociedade

O QUERERES Caetano Veloso e Chico Buarque

Os nossos dois reis, estrelas da Geração Pelé, criadores da melhor música da segunda metade do Século XX para cá...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Lula e Dilma unem o palanque no Espírito Santo

Campanha de Dilma provoca reviravolta nas candidaturas dos aliados no Espírito Santo

Vice Ricardo Ferraço agora disputa o Senado

E Renato Casagrande, o Palácio Anchieta

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Por Alfredo Herkenhoff

O presidente Lula não está brincando em serviço: patrocinou uma reviravolta na eleição no Espírito Santo, onde há anos se dizia que o governador Paulo Hartung iria ajudar a eleger o vice Ricardo Ferraço, do PMDB, ao Palácio Anchieta. Ferraço enfrentaria o tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas e o senador Renato Casagrande, do PSB. Os três: Hartung, Ferraço e Casagrande foram chamados a Brasília. Lula os convenceu: Hartung já anunciou que é Ricardo Ferraço para o Senado e Casagrande para o governo. Com isso, Dilma Rousseff não tem mais dois aliados atrás do principal cargo majoritário. Hartung, encerrando o seu segundo mandato, é cotado para ser ministro de Dilma, que no Espírito Santo tem o pior desempenho nas pesquisas das 27 unidades da Federação. Ricardo Ferraço pode esperar... Casagrande não. Hartung desistiu de concorrer ao Senado, nem se desincompatibilizou. Com isso deu chance a esta reviravolta. A vaga que seria sua no Senado deve ir para o vice. Hartung quer cultuar um lado mais executivo de sua biografia.

O empresário Camilo Cola, deputado federal pelo PMDB, gostou da reviravolta promovida por Lula já em campanha de fato pró-Dilma. PSB de Ciro morreu de fato e de direito! O pai de Ricardo Ferraço, Theodorico Ferraço, empresário e deputado estadual pelo DEM - foi prefeito por cinco vezes de Cachoeiro -, agora decide se tenta a reeleição na Assembleia Legislativa capixaba ou se tenta a Câmara Federal. Embora adversário de Dilma, Theodorico torce para o filho Ricardo. E Camilo, embora da base aliada de Lula, é adversário, dizem, da família Ferraço.

Digressões de ordem pessoal

Eu, como um "kaká", híbrido de kapixaba e karioca, tenho as duas famílias, Ferraço e Cola, em alta conta e alta estima pessoal. Não brigo é com ninguém. Mas faço espalhafato com os fatos. Já chupei muita jaboticaba no quintal da saudosa Dona Inês com Camilinho. E de Theodorico me lembro que era amigo de meu saudoso pai Paulo Estellita Herkenhoff desde os tempos do colégio dos padres dominicanos que havia numa montanha na serras de Jaciguá, onde na infância acampei. Hoje, daqui do meu querido Rio de Janeiro, acompanho de leve os embates da política capixaba. E do mesmo modo acompanho com carinho os sonhos de Luíz Paulo, que é também um "kaká", além ex-prefeito de Vitória, de entrar no Anchieta comemorando uma eleição de Serra ao Planalto.

Eu e meu blogue, Correio da Lapa rolando na relva, não temos candidato nem candidata a nenhum cargo. Apenas esboçamos reações e exibimos espelhos de iras e amores com respeito às diferenças e com todo o apreço à democracia.

Para ver o conteúdo mais especifico sobre a reviravolta que Lula e Dilma promoveram hoje no ES, ver o seguinte link>

http://www.seculodiario.com.br/exibir_not.asp?id=5623

Megan Fox make-up zero & 71 stars - photos


http://www.stylelist.com/2010/04/27/megan-fox-without-makeup/

Passeando na matiné digital, ao léu, sem nenhum foco. De repente, uma curiosidade neste universo pop da candinha internacional: a musa de cinema Megan Fox numa foto totalmente sem maquiagem. E na sequência, o site que exibe 71 fotos de estrelas do Hemisfério Norte, todas sem nada no rosto, apenas a beleza resistente e exuberante. Ver para conferir o fashion clean... (By Alfredo Herkenhoff)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Beleza das mulheres, curiosidades na internet


Descobri esta foto de Catherine Marton no FaceBook via Ivald Granato: A beleza se flagra e, imediatamente, o tempo inaugura uma linha de montagem, ou uma fábrica de monstros. Sim, esplendorosa, glamourosa, a loura enquanto retrato que em Preto e Branco nasce como nostalgia, uma Catherine que move a ideia de que todos fomos, somos ou seremos estrelas. Veneza Venice! De-lovely! De-Licious... Poderíamos tecer loas infinitamente a uma leoa, dócil se vi pare...

Mas ó Infinito! Se o senhor não tem fim, então me deixe para sempre neste seu meio.

Vejo o FaceBook como mera ferramenta de diálogos à distância com mil e uma sugestões boas e ruins, cardápio de opções. Escrever, ver youtube, reencontrar gente, descobrir novidades, noticiar, propagandear etc. Lenine dizia: não existe liberdade de informação sem liberdade de fornecimento de papel. Mas o espaço digital acabou com isso: agora a liberdade é total e ainda não nos demos conta de aonde isso nos levará.

Há uma revolução em curso, começou há menos de 20 anos. Obama não foi eleito porque ganhou os corações dos negros (8%) que antes votavam nos democratas. Ganhou porque, qual azarão, usou bem a internet e ganhou o coração da maioria dos brancos de olhos azuis.

Cuba perdeu os corações que tinha ao tempo da Guerra Fria. Cuba ainda não chegou à idade da luz. China ainda não saiu da Idade das Cavernas Digitais, poços de alta tecnologia onde se escondem os baldes do Partido Comunista. China, o grande capitalismo de Estado, tem as piores condições de trabalho e a internet sob rídigido controle tecno-policial. Até quando, porém? Questão de poucos anos. A luz não se deixa prender por pelotões de fuzilamento.

Internet nada tem a ver com caridade, é só o óbvio: democratização do acesso à informação, ciência e arte. Mas muitos trouxas se limitam ao lazer, que todo dia é bem encantador, seduz, vicia.
(Por Alfredo Herkenhoff)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Hora do incêndio no Camelódromo da Central

Central do Brasil: Fogo em curso atrás do prédio, onde fica o camelódromo, umas 100 biroscas, botecos, quinquilharia chinesa, roupa, lanchonetes. E, ao fundo, o Terminal Rodoviário, telhado grande. O extraordinário da velha imagem é a hora do relógio: 4h10. Os bombeiros, cujo QG fica a cinco minutos, no Campo de Santana em frente, chegaram ao local às 16h20. Hora premonitória. E não havia água, hidrantes inúteis, piroquetas da política na pira do inferno.

Ora Direis Ouvir Estrelas! A hora seria outra... 14h20... Se não vale a coincidência amarga que a mente esmaga, vale a palindromia nas águas da imaginação perdida...

Angelina Jolie: revolver & animal








Photos choosen ande xtracetd from Google Image by Alfredo Herkenhoff

sábado, 24 de abril de 2010

Metralhadora Ciro mira em Serra e atinge Dilma

Ciro Gomes e sua mulher, a atriz Patrícia Pilar, que pouco se importa se será um dia a primeira-dama do Brasíl...


Mágoas do pré-candidato
que caiu já no primeiro round

O
Correio da Lapa, blogue-jornal-estapafúrdia, sem candidato nem candidata, espelha momentos e visões do caldeirão político e cultural do Brasil. Até terça-feira, o pré Ciro Gomes, que vai virar ex-pré, vai espernear, mas sem alterar o fato: Lula e o PT, com as artimanhas legais das articulações político-partidárias, sepultaram os sonhos do cearense de ser o primeiro filho de Fortaleza a comandar o Brasil desde o tempo do Marechal Humberto Castello Branco. O texto a seguir, escrito por Gerson Camarotti, Cristiane Jungblut e Maria Lima, do jornal O Globo, é um rescaldo analítico do turbilhão de declarações de Ciro Gomes, protagonista de um festival de críticas e mágoas que inundaram a internet nas últimas 48 horas. Saboreemos pois o carnaval de emoções e desejos (*):



Com a posição majoritária do PSB pela retirada da candidatura presidencial do deputado e ex-ministro Ciro Gomes, para apoiar a petista Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto iniciou uma operação para tentar diminuir o estrago da decisão e evitar que os votos do socialista acabem migrando para o pré-candidato tucano José Serra.

Ontem, Ciro disse que vai "espernear" até terça-feira, quando o PSB deve sacramentar a retirada de sua pré-candidatura . A preocupação aumentou com duas entrevistas dadas por Ciro.

Ao portal iG, ele criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chegou a dizer que Serra é "mais preparado, mais legítimo, mais capaz" para administrar o país numa eventual crise cambial.

Mais tarde, ao "Jornal SBT Brasil", voltou a dizer que o tucano "é mais bem preparado do que a Dilma", embora diga que prefere a petista "como pessoa" .

A grande mágoa de Ciro com o processo, em especial com o presidente Lula, ficou explícita nos ataques que fez nesta sexta-feira. Ao iG, Ciro criticou Lula, dizendo que ele está "navegando na maionese" e afirmou que não pedirá votos para Dilma. "Não me peçam para ir à televisão declarar o meu voto, que eu não vou", afirmou ao portal na internet.

À noite, no SBT, chegou a negar que dera entrevista ao iG, mas, na saída da emissora, admitiu que tivera uma "uma conversa de amigos" com um jornalista do portal, que não esperava ver publicada. Na TV, voltou a criticar o presidente. Segundo Ciro, Lula "está errado" ao insistir numa polarização entre Dilma e Serra.

O tom de Ciro aumentou a preocupação de Lula e do PT, e há um temor especial com o Ceará, onde o socialista liderava com folga as pesquisas de intenção de votos para presidente.

Há a constatação de que Dilma poderia ser prejudicada por uma espécie de retaliação do eleitor cearense. Por isso, a estratégia governista é de reaproximar Lula e Ciro, assim que passar esse período inicial de grande mágoa - como Serra conseguiu fazer com o ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG) para manter os votos de Minas.

De forma reservada, Lula avaliou nesta sexta-feira que, neste momento, não é possível fazer nada, mas está determinado a buscar a reconciliação, numa "conversa reservada e pessoal" com seu ex-ministro. A orientação de Lula foi de que se evitasse rebater as críticas de Ciro.

- Deixe passar a dor de cotovelo, deixa ele viajar, depois conversamos. Não podemos torná-lo hostil - disse Lula, segundo relatos.

De manhã, na conversa reservada que teve no Palácio da Alvorada com o presidente do PSB, o governador Eduardo Campos (PE), e o vice, o ex-ministro Roberto Amaral, Lula já demonstrava receio com a reação de Ciro, mesmo sem conhecer ainda as declarações dele ao portal.

No PT, a preocupação do comando da campanha de Dilma é reverter a avaliação de que o cenário sem Ciro é mais favorável a Serra - para evitar que essa impressão se alastre.

Já há mobilização para evitar que aliados de Ciro, como o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e o próprio governador Cid Gomes (PSB-CE), seu irmão, fiquem liberados para apoiar candidatos tucanos nos seus estados.

(*) Alfredo Herkenhoff

Correio da Lapa


sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ciro Gomes fala de Lula, Dilma, Zé Dirceu e Serra

Ciro: Erros da Dilma me deixam de cabelo em pé

Frases de twitter de Ricardo Noblat, Regina Brasília e deste Correio da Lapa, postadas ao mesmo tempo, em tempo real, na noite de sexta-feira, relativas a Ciro enquanto este ia sendo entrevistado ao vivo no SBT do âncora Carlos Nascimento:


Ciro falou e disse. fazer coligações para governar é uma coisa.Colocar a sujeira debaixo do tapete destas coligações é o ralo para a corrupção. Na ultima pergunta de Nascimento, Ciro confirma: se não puder ser candidato,vai escrever, ver os filhos, sem jeito p/ palanque pró Dilma. Ciro falando de pilantras... E acaba de falar de uma reunião com a pilantragem toda. Lula estava lá, é claro. "Vou espernear até a próxima semana p/ser candidato. Se não der vou ler, escrever, cuidar da minha mulher". "Vou lutar, vou espernear" é o sagrado direito. "Minha candidatura ao governo de S. Paulo nunca foi p/ valer."(Ciro). A verdade, ainda não sabida, é que a tal candidata é muito ruim, em todos os sentidos. "A aliança com o PMDB é importante. Mas para quê? É tráfico de minuto de televisão. E garantia de silêncio para não apurar pilantragens". (Ciro). Ciro agora no SBT: Aliança do PT é trafico de minuto de TV. Nenhuma agenda. Tudo aos olhos do TSE. Eu estou fora. "Esse povo do PT" disse o Ciro. Parecia eu falando, uai! huáhuáuáhuá. "Será um desacato ao Judiciário e à opinião pública a Dilma usar José Dirceu na campanha. Ele deve explicações à Justiça". Ciro, foi erro botar Zé Dirceu na campanha da Dilma, Zé Dirceu é desacato à Justiça. "Os primeiros movimentos de Dilma me deixarem de cabelos arrepiados. Cometeu erros quando visitou Minas e o Ceará". "Dilma não tem nenhuma eleição na vida dela,nenhuma campanha.Os primeiros movimentos dela já me deixaram arrepiado,um erro atrás do outro." Ciro negou ter dado entrevista ao IG. Mas está repetindo tudo o que disse ao IG. Se ele fosse candidato e não disputasse o segundo turno, apoiaria Dilma. Foi o que Ciro disse. Nunca antes neste país algum "aliado" do governo Looola falou assim de Zé Dirceu. Pelo que entendi, se Ciro sair, ele não apoia ninguém, põe a viola no saco...

Patrícia e os estragos na Gávea já sem Andrade

A vereadora Patricia Amorim falava de nova política no Fla, e os jogadores q voltavam do treino, irritados c/ demissões, batucaram no vestiário p/ atrapalhar o discurso. Vagner Love foi à porta e falou alto p/ irritar a atleta aquática. "É brincadeira. É brincadeira... É brincadeira ou não é, Russo? (nome do massagista)". O Fla, cheio de problema extra-campo, tem 1 mega interno: o time está com raiva dela.

É Lula, assim como o povo que o adora não lhe transferiu responsabilidades nas trapalhadas de grana em malas e cuecas, pode também não transferir prestígio de presidente para a sua delfim Dilma Rousseff. É Ciro Gomes quem, de público, pensa essas coisas. Segundo Ciro, Lula "está navegando na maionese". Ciro previu abertamente vitória de Serra. Disse de público: Serra "é mais preparado, mais legítimo, mais capaz" do que Dilma. Xi! Sujou!

MengooooGool! O bicho vai pegar... Transformistas prometem invadir o Maracanã na quarta-feira para saudar direitos humanos e preferências sexuais... Ronaldo Nazário e Adriano Imperador! As Torres Gêmeas, os dois times mais populares do Brasil... Garanta a sua cota de ingressos já! Não me procure! SRN...

Nuvens de cristais, xadrez de flocos, alevinos no mar de algodão, ou no céu das bolhas esvoaçantes na apropriação dos intantes da imagem que, qual escultura, atrai olhares entre palavras e sensações

Enquete do Globo: 76% dos rubro-negros queriam a demissão do Braz. Mas só 4% queriam a de Andrade, demitido por Patrícia, a vereadora da piscina e que não ganhou o hexa, nem nenhum turno do Carioca. Ela dá pinta de que se precipita humilhando o hiper campeão que levou o Mengo às oitavas de finais da Libertadores, contra o Corinthians. Melhor perfomance até agora, o time do Parque São Jorge tem as armas para nos ridicularizar. Patrícia Dragão. SRN

Parece que demissão por telefone foi só a do Marcos Braz. Com Andrade foi pessoalmente... Mas técnico sabia da roupa suja sendo lavada em público. Técnico saiu mudo. A demissão do treinador foi apenas formalizada nesta sexta-feira. A dama da piscina já o havia esturricado de véspera.

Por Alfredo Herkenhoff
Correio da Lapa

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Caos no Rio, a invasão de Crivella no 21 de abril

O Caos de Crivella... Ah!

no Inferno da Demonstração de Força da Igreja Universal
no Rio de Janeiro humilhado pela classe política sem classe

Correio da Lapa com dezenas de internautas, parágrafos ao léu de facefriends, twitters e afins...

O pedido de desculpas de Eduardo Paes não desmerece a reflexão: ele não foi surpreendido pela magnitude da manifestação evangélica. Não foi surpreendido pela grandeza do caos. Ao não vetar o mega comício evangélico na pequena enseada de Botafogo, o prefeito, que assumiu o cargo 15 meses antes vetando um evento na grande esplanada que é o vizinho aterro do Flamengo pós Morro da Viúva, agasalhou, humilhando-se, uma ordem vinda de Brasília. Claro, não houve a ordem expressa. Lembremos que Eduardo Paes, há pouco mais de quatro anos, foi talvez a voz mais veemente a atacar Lula e o PT na CPI do escândalo do Mensalão. Lula, e isso é de conhecimento geral, fica com raiva de seus críticos mais duros. Mas, cascudo que é, o presidente agasalhou a guinada de Eduardo Paes para a base aliada geral do governo federal. E com sacrifício de sua imagem, nada muito grave para quem abraça todo mudo, incluindo Collor, aceitou ponderações do governador Sérgio Cabral e, pessoalmente, deu o abraço-beijo no então candidato que derrotaria Fernando Gabeira em segundo turno na eleição municipal carioca. Lula tapou o nariz e saiu na foto com o ex-tribuno ferrenho que fizera gato e sapato do PT e a corrupção varejista dos votos no Congresso.


Enchentes, desabamentos, ressaca e, agora, o bloqueio das ruas para a Igreja Universal. - Ontem às 14:50 ·

O que seria para expulsar os demônios estabelece o inferno - Ontem às 14:52 ·

Aqui no Humaitá está engarrafado. Buzinas e impaciência durante mais de 3 horas. - Ontem às 15:23 ·

Agora, depois de muitos beijos e abraços na bancada evangélica, Lula, aceitando mais afagos eleitorais do senador do pastoreio e seu sócio Edir Macedo, nada fez para evitar que o Rio de Janeiro fosse estuprado da maneira mais brutal. Lula tem um bom serviço de informação - o melhor deles é o próprio Sérgio Cabral. Estes dois governantes sabiam muito bem que o comício evangélico de Crivella causaria um caos. Mas aceitaram o pleito agressivo do político da Igreja Universal que tenta a re-eleição no Senado.

Não foi a primeira vez que Macedo e Crivella mostraram sua capacidade de aglutinar 1 milhão de pessoas. O surpreendente no comício evangélico de 21 de abril de 2010 foi a decisão de repetir a performance em Botafogo. Ninguém pode alegar que não imaginava tanto caos. Houve 15 dias de propaganda maciça na TV, com peças falando de ecumenismo, que os católicos também eram bem-vindos.

Horror! horror! horror! pobre cidade! pobres habitantes! - Ontem às 19:14 ·

Será que nós conseguiremos fazer isso um dia ? Digo nós artistas ... Seja lá de que segmento for ? Podíamos tentar ... o que achas?

Paulo, se contarmos com todo o poder de fogo de midia, utilizado pelos crentes, com certeza teremos um público bem maior.

AMÉM!!!!! Rezemos então pra isso ! Ou não sei lá ...rs

Macedo, nos seus primórdios, mobilizou obreiros desancando umbandistas na orla no réveillon. Há um componente fundamentalista nessas pregações televisivas. Isso não é bom para a unidade que o Brasil ostenta ao custo de sacrifícios mortais. Dom Pedro II e Caxias dizimaram várias tentativas de secessão lideradas por gente bem intencionada no meio daquele caldeirão de tendências republicanas do século 19.

Crivella, que todo dia ao fim do programa jornalístico policial de Wagner Montes faz uma oração na Rede Record, sabe que para ganhar uma eleição majoritária não lhe bastam os votos dos fiéis. Precisa de uma camada adicional, votos de leigos ou de quem professa outros credos. Sabe bem disso porque já perdeu umas três eleições para cargos majoritários.

Por isso a necessidade de escolher Botafogo, bairro de entroncamentos, e assim, ao escolher acabar com Botafogo, sabia que ia parar a cidade, porque a partir de 200 mil pessoas na Enseada, você bloqueia quatro túneis: Novo, Velho, Catumbi-Laranjeiras e Rebouças. Com isso, consegue levar o engarrafamento até o Jardim Botânico e Lagoa, Copacabana, Flamengo e Centro da cidade. Você paralisa e humilha a banda mais rica da metrópole, a mais bem informada, a que não comunga com o radicalismo de um cristianismo fundamentalista.

Que desrespeito! Brasileiro não sabe governar. Gente, ninguém merece.feriado no Rio...

Merece sim Claudia. É a porcaria de autoridade que a gente tem... Em novembro vc vai votar e legitimar de novo essa miséria.

Crivella bancou a agressão ao Rio por saber que tem o controle da Rede Record, cujo ibope incomoda a Globo, e que tem o apoio do presidente Lula, cuja Secom, a secretaria de Comunicação do Planalto, é o cofre anti-Tio Patinhas, é o dinheiro farto, a verba publicitária que por fartura rivaliza com a da Petrobras em matéria de fonte primordial da TV Plim Plim e da própria Record.

Lula conta com a generosidade da Globo e conta com a solidariedade do sistema Macedo-Crivella.

Quando petistas históricos criticam a Globo, por verem nela perseguições ao lulismo, é só um chororô de ocasião contra um Arnaldo Jabor, que não é defenestrado a pedido da Secom porque não precisa ser. Basta que o Jornal da Globo seja exibido nas calendas da madrugada. Jabor, o maior e melhor cronista tucano nos últimos 15 anos, foi não-anulado, apenas amortecido pela audiência qualificada a que foi circunscrito. Só livros, noites de autógrafo, pequenas conferências, jornais bons e caros, e a visibilidade nas altas madrugadas. Foi uma forma de silenciá-lo.

Mas Crivella precisa sim de mídia maciça fora da Record que ele detém, precisa e, na marra, produziu o caos, um fato consumado nesta quarta feira, e agora, nesta quinta, véspera do feriado de São Jorge, a Record realça a comemoração estapafúrdia da véspera em nome de Cristo na Praia de Botafogo. E mesmo a Globo não vai tocar fundo no caos do comício evangélico porque também é ligada ao mesmo sponsor: o poder em Brasília.

Enquanto William Bonner, ontem à noite ao vivo na Esplanada dos Ministérios, declamava amor na festa dos 50 anos, numa deferência máxima da Globo - emprestar seu âncora maior como garoto-propaganda institucional -, o Rio sofria seu segundo grande estupro num 21 de abril.

Aliás, o 21 de abril é uma data de muitas mentiras e muitas verdades. Tancredo morreu num 21, depois de uma agonia em que não faltaram mentiras jornalísticas, como dizer que câncer era diverticulite. Morte de Tiradentes, o herói inventado pela República em seu alvorecer em fins do século 19 como projeto para esvaziar a memória do Império recém-decepado. E dia 21 como a data de JK inaugurando a Brasília da corrupção na própria construção.

Eduado Paes, ao agasalhar sem unguento a entubada, desmoralizou-se como mentor do choque de ordem. O pedido de desculpas tornou mais patético seu papel secundário e secundarista nessa contagem regressiva de obras para a Fifa 2014 e Jogos 2016.

Eduardo Paes só se redime se, pela enésima vez, der uma guinada partidária e encarar o risco de dançar sim, mas também o de prosseguir com nitidez de caráter. Porque hoje a voz é a de uma pessoa sem lastro, voz humilhada pelo caos anunciado, pelo fato consumado que hoje devia estar já esquecido em meia dúzia de fotos e milhares de protestos anônimos na internet. Mas, muito ao contrário, o caos permanece como sinal claro da baixeza a que chegamos com as coisas comezinhas de uma administração verdadeiramente interessada em preparar o Rio para os dois grandes eventos das civilizações.


A cerca de 6 quilômetros de distância, ouço a cantoria e aclamação como num grande programa de auditório.
Imagina um dia 300 milhões de pessoas cantando junto... É o futuro da humanidade. Aleluia, irmão!

Eu levei 1 hora e meia p chegar ao ateliê e o mesmo p voltar de tanto transito q peguei.... um inferno!

A constatação visual da humilhação imposta a Botafogo e ao Rio de Janeiro também exige reflexões. A peregrinação em massa dos universalistas de Crivella, gente humilde, a grande maioria constituída de negros e mulatos com pele bem escura, propiciou cenas de intolerância.

O racismo no Brasil é muito mais forte do que se admite. Apesar da maravilhosa miscigenação e dos discursos que realçam os aspectos positivos da mitigação do racismo, a realidade étnica no comício evangélico mostrou uma gente humilde, massacrada, gente de boa fé, mas tocada como gado, como ovelhas elétricas, como na ficção premonitória de Philip Roth, fieis como replicantes, robotizados, será que sonham com um Cristo Elétrico saindo da telinha da Record e entrando nas salas reais de seus lares na periferia? Essa gente honesta, ovelhas eletrônicas das redes de TV, foi insultada por moradores da Zona Sul, por sua vez gente também do bem, mas agredida por Crivela, Eduardo Paes, Cabral e Lula, no direito de ir e ir. Insultos a religiões e a igrejas evangélicas. Os dois lados se sentindo vítimas. Os seguidores de Crivella se achando vítimas em nome de Cristo de perseguidores dominados pelo demônio. Cristo ao lado dos afrodescendentes. Os cariocas mais bem aquinhoados pela sorte se sentindo vitimados por Eduardo Paes, Crivella, Cabral e Lula. Uma novela, um impasse. Ao surgirem em grande número na parte mais abastada da metrópole, os inocentes úteis que tanto clamam pelo Reino de Deus transformaram as ruas do Rio num inferno, a realidade da pobreza e sujeira às quais a classe média, de todas as corres e credos, bem como os pobres e ricos desta parte privilegiada da cidade, não estão mais acostumados.

Assim como os tocados como gado pelos telepastores, os brasilienses que nasceram na capital, hoje já totalizando algo na casa de 1 milhão e 200 mil pessoas, ou metade da população do DF, também não têm culpa se a fundação da cidade de Niemeyer, já nos primórdios, envolvia corrupção, vaidades e desejos políticos. Brasília tem gente valorosa e criativa, tem um lado que se assemelha ao melhor da Cidade Maravilhosa, mas vai ter de passar por muitos percalços antes de extirpar o câncer que empobreceu a comemoração. Brasília festejou a cafonália: dinheiro na meia e na cueca, Supremo lento e diferenciado, a violência nos guetos-satélite, mero espelho da violência maior da política que mesmo de longe pensa que é competente cobrando impostos em todo o Brasil e aumentando gastos sociais, empreguismo de burocratas, comprometendo a competência da economia real num mundo cruelmente competitivo chamado globalização.

Ah! Este caos do feriado de 21 já passou. Temos coisa mais séria a tratar. E isso que querem os que machucaram o Rio de Janeiro, cientes da impunidade, da impotência do Ministério Público para ir fundo nas questões mais complexas que envolvem a propaganda enganosa de aliados mancomunados na produção de um festim que imolou o Rio de Janeiro numa tortura com quase dez horas de duração.

Por volta das 19h,um homem cansado, na esquina da Rua Bambina com a São Clemente, no coração e Botafogo, a 100 metros do Solar do velho jurista Rui Barbosa, perguntou a um senhor que parecia do bairro: “Onde fica a estação do Metrô, outro?". O senhor se espantou e disse: “Está vendo essa multidão logo ali no meio da rua, fica logo atrás”. O homem cansado redarguiu: “O senhor não me compreendeu, eu queria saber onde fica a estação mais próxima do Metrô, porque naquela ali não dá para entrar”.

Duas cenas de mães com crianças chorando, pedindo água. Faltou água, faltou Coca Cola.

Quem não se lembra que Crivella, durante longo tempo, botou na sua rede de TV, diariamente, um filmete, dizendo que ajudou a reformar uma escolinha no sertão? Mostrar um lugar pobre com gente humilde no campo para, em seguida, mostrar no mesmo lugar uma escola bonitinha, limpinha, com crianças perfumadas indo à aula. E o bordão: deu certo no sertão, vai dar certo no resto do Brasil, aqui, ou no seu coração, ou no Rio de Janeiro. Tudo mentira. Esta campanha está na raiz do programa de Crivela de Favela com Cimento Social, Cimento Cidadão ou Cimento Esperança: reformar umas casas numa favelinha para dar a ideia de que reformará todas as favelas. E assim botou o Exército Brasileiro numa saia justa, com autorização política de Lula, soldados como pedreiros da fé alheia no Morro da Providência. E de despreparo em despreparo, soldados do Glorioso se meteram naquela confusão de sequestrar três jovens do morro atrás da Central do Brasil para serem executados por traficantes do Morro da Mineira.

Do mesmo modo, a Polícia Pacificadora de Cabral, ao levar a paz e serviços sociais a uma comunidade, parece que é capaz de levar a todas as 900 favelas da metrópole. Claro que isso é impossível. Mas as redes de TV, como induções da Secom, Petrobras e outros anunciantes, dão a entender que sim, que é possível. Mas nada é duradouramente possível com mentiras. Só investindo em educação se pode avançar socialmente ao longo de décadas, ao longo de gerações.

Assustador. A minha rua está tomada pela multidão e nenhum sinal de policiamento. A gente assistiu a uma demonstração de força do Bispo Macedo. Foi um ato politico. Ele botou o bloco na rua... se mexer com ele, já sabe.

A disputa política, a briga eleitoral no Brasil, virou uma corrida midiática para ver quem engana mais, qual partido engana mais, qual televisão informa menos, qual entretém mais. Pão, circo e mentiras. Bolsa Família, eleição e propaganda. Mas os números são inclementes: 50 mil homicídios dolosos, a bala e a faca, todo ano, e 50 mil culposos no trânsito, o Brasil campeão mundial de lambanças de carros nas ruas e rodovias.

Mas a mentira, ainda que vire verdade quando mil vezes repetida, também tem pernas curtas e leva as suas bandas da história, esta víbora, qual centopéia, com seus rabos de arraia estalando chicotes qual verdugo justiceiro.

Hoje o tempo está zombando de pregadores como o senador Cistovam Buarque, que defende que só a educação nos salva. Em breve, talvez antes da Fifa 2014 ou talvez antes dos Jogos Cariocas de 2016, os Estados Unidos de Obama poderão dizer na ONU, discurso na Assembleia Geral, com o presidente negro a alardear ao lado da presidente Dilma ou do re-empossado presidente operário, sapo barbudo transformado de novo em príncipe do Planalto: “Líderes do Mundo, só o Rio de Janeiro, sozinho, só esta unidade da Federação do Brasil, esta nação amiga de nós, comete mais homicídios anualmente do que todos os Estados Unidos juntos”.

Líder da bancada evangélica. Dono de canais de tv etc. etc. Tudo isso teria menor importância se não houvesse o aval da Prefeitura para usar a cidade como o quintal da casa dele. Esse é o fato gravíssimo. E o prefeito agora pede desculpas pelo engano e promete que não vai mais acontecer. Será que pensa que lida com idiotas?

Salvo engano, o Estado do Rio de Janeiro mata 7 mil ao ano. Os EUA, salvo engano, já mataram 18 mil. Hoje matam menos de 10 mil ao ano. O resto é filme de ação, indústria de Hollywood.

Não há nada mais semelhante do que o MST e o frenesi evangélico que invade ruas de grandes cidades sob aclamação de redes de televisão. Certeza de impunidade e crença radical e desrespeitosa.

MST recebe críticas dos meios de comunicação, já os cultos evangélicos são noticiados como simples incidentes no direito de ir e vir de uma metrópole.

Responsáveis pelo estupro comemorativo dos 50 anos do 1º estupro do Rio (DF Capital) são o prefeito Eduardo Paes por desídia com o choque de desordem anunciado, o governador Sérgio Cabral por omissão, o senador Crivella por volúpia e Lula por aliança eleitoreira que cega o bom senso. Só se salva Dilma Rousseff. Nada contra religiões, mas o caos de 21 de abril na Cidade Maravilhosa não teve nada a ver com fé, só com a arrogância de templários, milicianos do moralismo, doutores do templo e do tempo na TV que conclamou a multidão de ovelhas elétricas da periferia para, no papel de coadjuvante inconsciente, violentar princípios constitucionais, como o direito de ir e vir.

Tem intolerância no ar. Tem cinismo nas telinhas. Tem propaganda demais neste país. Só efeito, só imagem. Os lixões estão ai. Nunca neste país se fez tanta propaganda política: a quantidade nesses dez primeiros anos do Século 21 superou toda feita nos 100 anos anteriores.

Você diria citando o Evangelho de Cristo: quem não está comigo está contra mim. Então você é contra Dilma e apóia Serra. Esses parágrafos não mentem. Pois saiba, internauta, ou leitor, que nem isso é verdade. O que aqui está para sempre inscrito como mural, post, publicação, análise, especulação, não passa de um reflexo, espelhamento do que se diz nas ruas do Rio de Janeiro.

A cidade está um caos porque a Prefeitura autorizou um evento na Praia de Botafogo, realizado pela Igreja Universal. Que critérios orientam uma aprovação dessa natureza? Onde está o choque de ordem? Vejam a foto da Av. Rui Barbosa tomada por ônibus que trazem os fiéis. Os cidadãos pagadores de impostos perderam o direito de ir e vir. Não basta o sofrimento que a cidade está vivendo com o despreparo para as chuvas? A quem recorrer? A PM diz que não é com ela. A Guarda Municipal me forneceu um número do protocolo da reclamação. Enviei uma mensagem para o Eduardo Paes via twitter e reclamei com O Globo. Agora é fechar janelas e esperar pelo término do evento.

Coitada! bem, aqui na Maria Quitéria, é meio assim toda noite...

Nesse momento a multidão anda pelas ruas de volta aos ônibus. Nenhum carro circula. Parou tudo novamente.

Haja saco... O circo é bem em frente a minha janela. A pregação parece que é aqui dentro.

15 dias de propaganda na Record, SBT e Rede TV convocando todos, explicitamente até católicos, a ir à Enseada de Botafogo, culto ecumênico. Uma vez Zeca Pagodinho parou o Rio ali. Noutra, Eduardo Paes, recém-empossado, proibiu evento no Aterro em cima da hora. Agora aquiesceu. Choque de desordem anunciado. O Globo estimou que 100 pessoas mil iriam. Multiplica por 10. 1 hora antes, caos já instalado, choque em curso.

Tudo parado. Rua das Laranjeiras virou único caminho e está lotada.

Helicópteros sobrevoam a enseada. É a fé a 10% ou um pouco mais. - Ontem às 14:32 ·

Tudo parado. não há para onde correr. - Ontem às 14:40 ·

Daí o clima pesado, nem os passarinhos cantam - Ontem às 15:37·

FIM

quarta-feira, 21 de abril de 2010

DF, 50 anos de mentiras. Falsa estratégia colonial

Três digressões sobre política externa, conflitos e ameaças

Política Externa 1: John-Paul Rathbone, em artigo no Financial Times diz que a política externa de Lula é suave e feita de inconveniências, com os críticos qualificando-a de narcisista e inocente. O articulista lembrou da omissão de Lula à morte do dissidente cubano e dos paparicos do presidente brasileiro a Chávez e Ahmadinejad. Disse que os críticos veem nisso uma política do mosquito grande, que transforma o Brasil num gigante político que moralmente é um pigmeu. Lula sentiu e rebateu.

Política Externa 2: Brasília festeja 50 anos citando Bonifácio, Hipólito, Dom Bosco e JK. Mas creio que o sonho de interiorização não teve importância estratégica nas origens. Decorreu muito mais de um trauma da Espanha, pais que foi invadido e ocupado por árabes mouros durante sete séculos, país que dominou Portugal por 80 anos. Lisboa, à beira mar, engoliu Tordesilhas, os falsos meridianos do Atlântico então conhecido como Mar Tenebroso. Na Europa central, temos Madri, Berlim e Paris como capitais interioranas, capitais conquistadoras e imperiais, mas que foram todas derrotadas no devido tempo. Pensar sempre que NY, Tokio, London, Los Angeles e Rio de Janeiro vivem à beira d'água e assim sempre será.
Com essa digressão, vejo que quase não se investiga que Brasília foi também, para além dos sonhos, um projeto que envolveu, no nascedouro, e envolve, até hoje, corrupção, enriquecimento ilícito, tijolo a tijolo.

Política Externa 3: Irã anuncia nova usina de urânio. Bomba: meu histórico: EUA, a II Guerra e a Fria. Londres logo logo por ser co-irmã como força vitoriosa. Moscou, a Fria. China, idem. Até aí tudo bem tudo plausível. Mas a França ter um arsenal nuclear? Para que? A Índia e o Paquistão nunca assinaram tratado de não-proliferação. Fronteira sempre tensa. Sobre Israel, no comments. E a Coreia do Norte com 10 bombas é a cereja do bolo da insanidade! A Coreia troglodita só tem três vizinhos: Rússia, China e os irmãos do sul! Ainda assim, o caso mais escandaloso é o da a França, que saiu da OTAN e despreza até hoje os que a libertaram do jugo nazista. Irã e Chávez? Nem pensar...

Por Alfredo Herkenhoff
Correio da Lapa

terça-feira, 20 de abril de 2010

Cidinha para Nader: o sr. mente e é criminoso

Guerra Verbal Total na Alerj

Discurso da deputada estadual Cidinha Campos, do PDT no Rio de Janeiro, rebatendo insinuações do deputado José Nader Junior, PTB, contra o marido da atriz, produtora e apresentadora de rádio e TV, acusado pelo parlamentar de estar envolvido em irregularidades na Comissão de Defesa do Direito de Consumidor. Nader também acusou Cidinha de, por meio da comissão, dispor de nomeação adicional de 35 cargos. O discurso a seguir foi visto na TV dos deputados por acaso. Em tempos de Youtube, a fala é postada agora neste Correio da Lapa, literalmente, apenas como exemplo de retórica e indignação em meio ao clima fervente que anda rolando na Assembleia Legislativa (Alerj). Disse a deputada Cidinha Campos:

(...) Qualquer um verá que não existe nada de ilegal, embora eu não tenha nada com essas contas, simplesmente porque eu não sou gestora de contas, eu não faço contratação. Quem contrata é a casa, eu não faço nada disso. Mas essas contas passaram pelo Tribunal de Contas esses anos todos, porque é o Tribunal de Contas que fiscaliza esta casa, onde estava o pai do deputado. Todas as contas da Comissão de Defesa do Consumidor foram examinadas pelo Tribunal de Contas, que tem sete conselheiros. Nunca o Tribunal de Contas encontrou um erro na apresentação das contas da Comissão de Defesa do consumidor. Hoje, por exemplo, eu soube que um conselheio chegou a querer bater no outro, saíram no braço lá no Tribunal de Cotas por causa das contas da Comissão de Defesa do Direito do Consumidor. Porque é a mim que eles querem encontrar alguma coisa que me incrimine. O Sr. Aluizio Gama quase levou porrada do Sr. Graciosa. Os dois merecem apanhar. Os dois mereciam apanhar muuuuito! Só não vão alcançar um dos ladrões que é o Sr. Nader, este já saiu infelizmente antes que tomasse aquilo que merecia. Mas saíram por que? Eu não tenho nada a ver com isso. É porque o Sr. Graciosa quer encontrar ali alguma coisa que fale contra mim, mas a CPI demorou um ano. Fizemos um ano de CPI. Os senhores acham que se tivesse um errinho, por menor que fosse, quando todos estavam envolvidos na suspeita, eles não teriam levantado contra mim? Evidente que sim. Levantaram tudo. O senhor é pouco mais, aliás, pouco menos do que um cafajeste. Da mesma maneira que o senhor disse que o outro era um criminoso, está botando o nome do meu marido onde ele nunca esteve... Meu marido jamais, aprenda isso: o senhor costuma julgar a mim e os outros pela sua família, onde trabalha a sua mulher, seu filho, a sua sogra, o seu genro, todo mundo junto na mesma casa. Meu marido jamais trabalhou aqui, ou teve qualquer cargo na Comissão de Defesa do Consumidor. O nome dele o senhor sabe, mas o que ele faz, não. O senhor mente, como mentiu na eleição, pra fazer impacto, como mentiu na eleição do conselheiro que esta casa escolheu, mente descaradamente, mente sabendo que está mentindo, não é engano, é mentira premeditada. O senhor é um criminoso de crime premeditado. Porque o senhor sabe que ele nunca esteve e diz o nome para emporcalhar a família como está tão emporcalhada a sua. Toma vergonha na cara. Toma vegonha na cara porque ainda é um pouco jovem, deve pelo menos tentar... Não é uma pessoa como o senhor que vai conseguir estragar a minha história de mais de 60 anos. Eu nunca estive na aba de nenhum parente meu. Trabalho desde os sete anos de idade. Eu nunca fui na aba do meu pai. O senhor sem o seu pai não teria sido nada. Estaria em Barra Mansa engraxando sapato. Eu quero dizer ao senhor que se há alguma coisa errada na Comissão, e nada foi feito, a culpa é do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. E eu desafio este Tribunal a apresentar qualquer coisa errada na Comissão. Não que ela seja gerida por mim, não é, é pela casa, mas com os meus cuidados. Porque o gestor das minhas contas sabe como eu ajo com as coisas irregulares. O senhor está com os seus dias contados nesta casa. O senhor, como diria no futebol, está na marca do pênalti. O senhor não vai ficar aqui muito tempo. Vai seguir o caminho do seu tio, Felix Nader, que foi cassado sem ter sido, ele é a viúva Porcina, conseguiu ser cassado sem ser deputado, era suplente, único caso de suplente cassado no país, é o seu tio. E tem o Carlos Nader, que é seu sobrinho, não é? Ou seu priminho? Este estava envolvido na compra das ambulâncias, nos sanguessugas, e não conseguiram cassar. Ele não perde por esperar. Chegou a ser denunciado. Foi para o plenário, mas eu acho que a grana falou mais alto. Espero que nesta casa não fale. Aqui o senhor vai ser cassado se Deus quiser. Esta casa precisa de um caso emblemático para se fazer respeitar. E o senhor é a pessoa exata pra cassar. Muito obrigada, presidente.