Petróleo em disparada resume desafio ao planeta
Na semana pós-Páscoa, os preços do petróleo deixaram para trás a marca dos US$ 80 por barril, registrando cotações que não eram vistas desde outubro de 2008 e dando a impressão de que o patamar de US$ 90 não demorará muito para ser alcançado. A demanda mundial pela commodity, embora tenha diminuído durante a fase mais aguda da crise econômica e esteja aumentando agora, não varia em igual proporção e muito menos na mesma rapidez com que o valor do barril se modifica, nem para cima e nem para baixo. Ou seja, as largas variações de preços verificadas nas bolsas de mercadoria estão longe de reproduzir ao pé da letra o que ocorre no mundo físico. Fica evidente que o componente especulativo na formação do preço é altíssimo, o que já foi, inclusive, tema da coluna. Existe sim, entretanto, o fator relacionado ao crescimento consistente da procura, que, além de eloquente, é bastante representativo de uma questão crucial que o planeta enfrenta, há algum tempo. Este problema pode estar, disfarçadamente, no âmago da própria crise: o de como lidar, sustentavelmente, com a emergência de países superpopulosos como China, Índia, Indonésia e Brasil, entre outros. B-2(Fonte, Jornal do Commércio - Rio de Janeiro)