domingo, 26 de julho de 2009

Felipe Massa: morte e hospitais, Budapeste, Paris e pequeno "damage" 48 horas depois

Hospital Militar na capital da Hungria

Corremos todos risco de vida

Só quem não corre é a morte



O presidente francês Nicolas Sarkozy continuará internado sob observação cardiológica pelo menos até esta segunda-feira (27 de julho) depois de ter sofrido neste domingo uma indisposição enquanto se exercitava, informou o Palácio do Eliseu.


SÃO PAULO - O vice-presidente da República, José Alencar, teve alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nesta manhã e já foi transferido para um quarto, informa boletim médico divulgado há pouco pelo Hospital Sírio-Libanês. O mesmo boletim destaca a recuperação bastante satisfatória de Alencar, que foi submetido na última sexta-feira a mais uma cirurgia para tratar de obstrução do intestino grosso. Essa foi a 15ª cirurgia a que se submeteu o vice-presidente para combater o câncer contra o qual luta há 12 anos.


O ator e diretor Sérgio Viotti, que morreu hoje em São Paulo, havia deixado a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no dia 1º de maio. Ele chegou a sair do coma, mas seu quadro de saúde ainda era delicado porque ele não interagia com o meio ambiente e não dava sinais de reconhecimento. A informação é do Hospital Samaritano, que confirmou a morte de Viotti. O falecimento ocorreu devido a uma parada cardiorrespiratória. O paciente mantinha os sinais vitais estáveis, sem sinais de processo infeccioso. Viotti ingressou no hospital no dia 19 de abril em estado grave, após sofrer um ataque cardíaco.


DA PESTE - Bu! Xô!
Os médicos, segundo o Estadão, manterão Felipe Massa no coma induzido até esta segunda-feira, 48 horas depois do ocorrido na curva 4 do circuito Hungaroring nos treinos de sábado do GP da Hungria de Fórmula 1. "Massa vai iniciar breves períodos de vigília. Depois, esses espaços de tempo (acordado) serão aumentados", conta o diretor-médico do GP do Brasil, Dino Altman.


Correio da Lapa chora que nem manteiga derretida, Rubinho não teve culpa, mas o azar o persegue...


Minutos depois de ver na TV o acidente com Felipe Massa, no sábado, pensei algo que não postei porque imaginei que era o que todo mundo pensava. A cena lembra Senna. Teve uma forte pancada no cérebro, palavras do jornalista Galvão Bueno minutos antes da largada do GP da Hungria no domingo.

Vi, na hora, ao vivo, no sábado, o drama, antes fosse drama, que seja só drama, rezo para estar errado, mas vi em 30, 40 minutos, os 40 dias do presidente jamais empossado Tancredo Neves. Puxa, Felipe nunca foi campeão. Jamais presidente. Mas vi a dose homeopática do amor universal, a delicadeza de uma narração que subiu ao telhado, primeiro que a marca dos pneus na brita seria de uma frenada, erro ou gentileza, os comentaristas viram o acidente também só num replay. O corpo inerme no cockpit. Desmaiou, morreu ou está puto da vida? Na sequência, os alívios, e a cada delicadeza, notícias piores, e foi assim o sábado inteiro. foi assim o domingo inteiro. A cada hora, um pequeno detalhe, a pior. Massa oscilou antes do impacto nos pneus. Num átimo antes, sua cabeça já bamboleava. Ao parar de súbito e acelerado na barreira de borracha, sua cabeça sofreu o segundo impacto. O choque no ar ao rés do chão com o que parecia, naquela sucessão de replays, um parafuso, uma porca gigante, ou até uma vela de motor daqueles velhos corcéis Ford, com homocinética, de repente, na sucessão delicada de notícias ruins, era uma mola da Brawn de Rubens Barichello. Isso explicado só horas depois. A mola não veio ao encontro de Massa. O piloto com seu bólido a 300 por hora é que era a bala, o projétil, a mola a caminho do impacto com a mola, mola menor, menor mas pesando uma tonelada de porrada. Um nocaute, uma freada inexistente, um helicóptero que não sobe, mas subiu, atendimento padrão na pista, i paparazzi, a nota da Ferrari, ele não corre amanhã, domingo, uma cirurgia simples, o coma induzido, um corte no supercílio, apenas três centímetros, uma nota oficial do Hospital Militar de Budapest, o corte é de oito centímetros, então a lesão de oito é interna, a massa óssea, o fragmento, a cirurgia, a caixa orbital, ocular, não vai ficar cego, não corre risco de vida, e a Rede Globo mediocremente inventando há dez anos que a expressão correta é "risco de morte"... Pois sim, pois não... Palhaçada linguística, um chefete ortográfico qualquer, um purista qualquer, discípulo do querido Marcos de Castro... E a concussão é cerebral, o afundamento craniano, o pequeno "damage", a imprensa distante dos EUA antecipando que foi fratura cerebral, a agência France-Presse dizendo que não corre nenhum GP nos próximos dois meses, o estado é grave, não, o estado não é, o acidente é que foi, vamos rezar, qualquer religião, não é mesmo, Rafaela? Rubinho chorando, o azarado chorando, culpa nenhuma, mas azar... A alta daqui a dois dias, o CTI, a transferência para Paris... Xi... Não, não é Tancredo... Felipe, Philip, Filippo, Filipe, um Felipe Massa, doce campeão, pai do neném no colo da mãe virgem porque ainda não pariu nunca, parafusos se soltaram... A morte e a mentira rondam, mas não pegam o doce campeão... A morte não corre risco, a morte não corre, o que corre é a vida, ávida de risco de vida, risco de vida real e constante... O show tem que continuar...

Por Alfredo Herkenhoff