sábado, 18 de abril de 2009

Fantasma na Somália com Lula e Obama (9)

Os pigmeus viram Liv Ulman (foto), por acaso, num set de filmagem e ficaram horrorizados. Nunca tinham visto pessoa de feições tão tenebrosas e fugiram em disparada...


Navegar com três louras nuas e demoníacas

Não disse aos dois o que eu decidira já durante a reunião na Caverna da Caveira. Decidi que vou navegar solitariamente pelo Índico usando praticamente as mesmas armas dos piratas. Vou derrotá-los porque eu não saberia não-derrotá-los. Claro que minhas duas pistolas 45, automáticas, ainda são eficientes, mas os corsários da pobreza no Chifre da África tem também foguetes antitanque e fuzis de longo alcance capazes de altos estragos em alto-mar. Por isso, decidi que vou, como cabe ao autêntico Fantasma decidir, usar um expediente que aprendi em família. Foi algo que ocorreu no Mali, terra pobre onde também vivem alguns desses últimos pequenos pigmeus parentes do presidente Lula Guran. Em vez de usar carrancas, crucifixos, espantalhos e patuás, vou levar umas três mulheres bem ocidentais, dessas bem grandalhonas, tipo a modelo brasileira Gisele Bünchen, levar tipos da linha sueca, ou seja, levar hiper-louras, esbeltas e de olhos bem azuis e pele muito branca.

No Mali, anos atrás, soube por meu saudoso pai, que esteve neste país miserável resolvendo problemas de relações de parentesco entre pigmeus das duas costas da África, houve uma situação exemplar. A atriz loura Liv Ulman baixou por lá, sem aviso prévio e, no meio de um set de filmagem, seminua, a sueca foi surpreendida por um grupo de pigmeus e causou pânico tribal. Os pigmeus nunca tinham visto nada tão horrível e, horrorizados, puseram-se a correr. E meu pai contoou-me que no lugar em que os pigmeus avistam uma mulher muito feia e nua, ou quase nua, eles não voltam nunca mais.

Então vou navegar com três louras nuas pelo Oceano Índico e, com isso, forçar, sem maiores danos ambientais, ou políticos, o fim da pirataria e a volta dos que merecerem uma segunda chance para as montanhas, florestas e desertos do Chifre da África e adjacências.

Só depois vou pensar no plano B de reflorestamento, do etanol do presidente Lula Guran e no generoso ouro 1% de Forte Knox oferecido ou insinuado por Barack Obama para salvar a Somália. Obama disse que o ouro era só o primeiro passo, que tinha medidas em mente para salvar o resto da África depois.

No encontro creio o chefe da Casa Branca não imaginou que eu também estivesse de olho noutra espécie de pirataria, a de financistas inescrupulosos que geraram a crise mundial ao negociar, como bêbados num cassino, riquezas que não produziam ou sequer existiam com garantias.

Imagino que ao aceitarem o meu convite para encontro tão insólito na Caverna da Caveira, Obama e Lula soubessem da fama da minha linhagem. Para além dos mitos criados em torno da minha família, suponho que ambos soubessem do compromisso que, há séculos, eu e meus antecessores temos de dedicar todo esforço possível contra não apenas a pirataria, mas contra também a avidez, a injustiça, a tortura e outras formas de destruição.

Lula Guran deu provas de que leu um pouco essas tiras de quadrinhos que tanto deturparam as nossas trajetórias por que me perguntou como cada geração Fantasma encontrava a sua Diana Palmer. Respondi curto e grosso: "Procurando".


Lula Buran também me perguntou o que havia na linhagem da família Fantasma que parecia sempre se constituir de um filho único do sexo masculino. Eu sorri para Lula Buran e acho que ele ficou sem compreender quando lhe disse que a natureza tem razões e permite que práticas milenares perdurem com vigor e eficiência.

Agora só falta decidir uma única questão que equacionei depois de conversar a sós com Lula Guran e Obama: contar ou não contar para a minha querida Diana que vou dar um basta na pirataria acompanhado de três louras fantasiadas de demônios?



Mesmo na condição de jovem herdeiro da marca Fantasma, destino que nunca desrespeitei, apesar da vida meio na esbórnia de diamantes e facilidades que eu vinha levando com minha querida mulher, posso dizer que saberei resistir à isca que estou armando para apavorar os piratas do Golfo de Aden. Talvez eu leve um pouco mais do que três louras demoníacas e nuas. Saberei resistir bem à minha estrutura de preconceitos. E creio que, com o Espírito que Anda, minha Diana, também... Mas... Bem... Chega de intimidade...