quarta-feira, 22 de julho de 2009

Cracolândia engravatada: Estadão dispara exocet em Sarney



O Estado de S. Paulo publicou nesta quarta-feira a gravação de policiais federais de uma conversa recheada de deboche trocado entre o Sarney Pai, Filho e Espírito Neto, tudo transparecendo espetáculo, como se fosse a descoberta de um tumor maligno incrustado na honradez.


Reportagem de Rodrigo Rangel, no jornal Estado de S. Paulo, estarrece com os trechos da gravação secreta que a laboriosa Polícia Federal efetuou, interceptando na surdina a falação da Família Sarney sobre como eles mandam e desmandam no Senado. Uma merrequinha de 7.600 reais por mês para o netinho do presidente, 22 aninhos na ponte-aérea, outro pequeno salário para o namorado da netinha, outro para a mãezinha dela. O netinho saiu, mas não porque não gostasse do trabalho, quase não ia lá, apenas largou o bico porque o Supremo proibiu parentalha no serviço público. Mas o jovem ficou lá um ano e meiozinho, ou seja, mamou o parco dinheirinho do humilde nordestino desempregado, levou de fevereiro de 2007 a outubro de 2008 só a bagatela de uns 100 mil reais. E eles riem, parece que zombam.

Cracolândia do povão com Lula acredita que vai dar pizza

O Correio da Lapa, ouvindo a voz dos botequins, na happy hour da meia-noite, registra: a maioria não é contra, mas apenas indiferente a essa campanha “fora Sarney” porque não acredita que vá chegar a bom termo.

Mas o Correio da Lapa na boemia lascada vê nesse foco de um culpado óbvio, único e prévio, o mais velho cacique do ramo, uma cortina de fumaça, uma jogada eleitoral ou eleitoreira, ou ambas, porquanto a prática é generalizada na Câmara Alta. Só Sarney não, que um Agaciel sozinho não faz verão. Se se investigar à vera, veremos uma rede, com diferentes níveis de renda, direitos e culpas, mas muitos, senão mais da metade, expandindo suas malhas numa matriz comum: dinheiro do governo tributador.


Nota do
Correio da Lapa: rola nos botequins do Rio de Janeiro um clima de indiferença, entre opiniões e gritos de raiva diante da crise de imagem do Senado. Este texto e os que mais à frente formam uma série refletem um nível crescente de chacota, galhofa, desprezo e até linguagem impublicável. O conteúdo não caracteriza nenhuma posição partidária, prévia ou cristalizada deste blogue-jornal até porque aqui no Correio da Lapa não existe opinião formada sobre nada. Experimente mandar uma opinião para ver se não sai na íntegra...

Por Alfredo Herkenhoff