Ted Kennedy apoiava Barack Obama, sempre apoiou uma reforma na saúde, sempre foi generoso com políticas sociais, direitos para minorias, questões raciais e de imigração. Ele deixa um buraco no Congresso.
O senador Edward Kennedy morreu na madrugada desta quarta-feira, 26 de agosto de 2009, aos 77 anos, vítima de um câncer no cérebro, diagnosticado em maio do ano passado. Ted era o caçula da família e uma memória de um tempo político extinto: a década de 60, que entrou para a História como uma das mais críticas do Pós-Guerra.
Nascido em 1932, em Boston, Ted era o mais jovem dos nove filhos de Joseph Kennedy e Rose Fitzgerald e o último homem da sua geração. Formou-se em Direito em Harvard e serviu no Exército de 1951 e 1953. Foi senador em 1962 na vaga de John Kennedy. Nunca mais saiu do Senado, só hoje.
Ted Kennedy foi uma luz opaca, ou pouco brilhante, fazendo lembrar o glamour e a tragédia da família e em especial dos dois irmãos assassinados, o presidente John em 1963 e o Robert em 1968, quando queria se tornar presidente.
Mas a carreira de Ted Kennedy também é uma história de grande dignidade, embora tenha começado com um escândalo. Em 1969, Ted voltava de uma festa com a secretária Mary Jo Kopechne. O carro caiu num canal numa ilha em Massachusetts. A polícia só foi avisada muitas horas depois. Cheiro de sexo no caso, que até hoje é um mistério total. Ted se divorciou de Joan, com quem teve três filhos, depois de 24 anos de casamento, em 1982, e se casou em 1992 com Victoria Reggie, com quem teve mais dois filhos.
Com tantos traumas, Ted parece que nunca levou a sério uma disputa presidencial. Seria assassinado também? Seu nome volta e meia era cotado no Partido Democrata, mas nada. Em 1980, tentou encarar Jimmy Carter numa disputa pela Casa Branca, mas perdeu feio nas prévias. Com o tempo, foi ficando de lado.
Sua morte, entretanto, obriga o mundo a pensar na saga dos Kennedy na política americana. E neste Correio da Lapa, logo a seguir, mais um pouco de tragédias, entre conquistas e fracassos do presidente John Kennedy.
Por Alfredo Herkenhoff