sexta-feira, 19 de junho de 2009

Cartilha com premissas básicas para José Sarney

(...) Outra vez o experiente (leia-se jurássico, atrasado, antiquado) senador José Sarney, presidente do Senado e do Congresso Nacional, ignora mais uma premissa da representatividade. Ele não tomou posição em nome da instituição, sequer tomou posição em seu próprio nome - uma vez que foi diretamente para o olho do furacão dos escândalos, e não só uma, mas várias vezes. Rolo com recebimento de auxílio-moradia sem usar sequer o apartamento funcional designado a ele e emprestado a outro de sua corriola, contratação de parentada a altos salários para funções-fantasma, contratação a título de pensão-cala-te-boca para uma das amantes de um dos filhos, justamente o braço empresarial da famiglia,
Fernando Sarney, que verte dinheiro pelos poros, conivência e outras coisinhas mais escandalosas com os seus diretores de confiança para execução de contratos de natureza duvidosa. E isso ainda diz pouco. Muito pouco do que é feito de escuso e espúrio naquela Casa de Leis, sob suas vistas e claro, sob seu interesse pessoal.

Pois nada disso mereceu uma tomada de posição do excelência Sarney. Revestido de sua empáfia de sempre, mesmo sendo um arremedo de imortal que deveria envergonhar a Academia Brasileira de Letras por aceitá-lo entre seus pares, surge na tribuna, faz um discurso tosco, covarde, medíocre, tatibitate, infantil e quase debilóide. Uma vergonha em rede nacional. Não sei, não sabia, não tenho culpa, não é comigo, o problema não é meu, é do Senado. Ou seja, não me interessa e farei de tudo para empurrar com a barriga e o bigode, para o esquecimento. E que tudo volte a ser como dantes no quartel de abrantes, debaixo do carpete azul que reveste o chão que me sustenta. Este sou eu, Sarney, um covarde.

Para não ofuscar o eco do imenso vazio que essa figura patética (e caquética) da política nacional com um mandato representativo que não honra nem jamais honrará, este texto encerra-se aqui. Que reverbere apenas a inutilidade da falta de credibilidade e de coragem de um homem que, se existe juízo no eleitorado, não receberá nunca mais a paga de seu objetivo: uma nova reeleição.