terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pré-sal, marcos regulatórios, obstrução na Câmara

Oposição obstrui votações
na Câmara como protesto


Renan convenceu Lula a insistir em urgência para pré-sal


Governo acusado de fazer campanha eleitoral


Um dia depois de o governo federal enviar ao Congresso Nacional as propostas sobre o marco regulatório para a exploração do pré-sal, a oposição decidiu obstruir as sessões da Câmara, por ser contra os projetos. "As propostas são ruins e eleitoreiras", disse o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). Segundo ele, enquanto os projetos mantiverem o mesmo teor a oposição vai obstruir a pauta de votações.

O ponto principal que encontra resistência na oposição foi o fato de os quatro projetos terem sido encaminhados ao Congresso com pedido de tramitação em regime de urgência. O líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado(GO), classificou o pedido de urgência como um desrespeito ao Congresso. "Por que o governo não pede urgência para resolver questões como a gripe A e se preocupa com uma medida que só vai valer em 2022? Não tem sentido a urgência", afirmou Caiado.

Além do DEM, também o PSDB e o PPS decidiram obstruir as votações na Câmara em protesto contra a decisão do governo. Na tarde desta terça-feira, foi realizada reunião em que os líderes do PSDB, José Aníbal (SP), do PPS, Fernando Coruja (PPS-SC) e do DEM, Ronaldo Caiado (GO), discutiram a obstrução na Câmara.

"Esse açodamento só se justifica por interesses político-eleitorais", afirmou o líder do PSDB, José Aníbal (SP). O tucano afirmou que o governo fez muita "encenação". No mesmo sentido, o líder do PPS, Fernando Coruja (SC), disse que o Palácio do Planalto está fazendo muita propaganda para pouco efeito prático. "É muito barulho para pouco efeito. Isso provocou uma expectativa em demasia, o que levou à queda as ações da Petrobrás", disse Coruja.

Durante o lançamento do marco regulatório em grande evento realizado nesta última segunda-feira, 31, os discursos do presidente e dos ministros foram em tom de comício. O tempo todo, o novo marco foi apresentado como uma proposta que vai rever e aumentar o papel do Estado na indústria do petróleo, além de aumentar o poder da Petrobrás - contra as gestões tucanas que, na avaliação do governo Lula, trabalharam para reduzir o papel do Estado. "Nossa política é fortalecer, e não debilitar a Petrobrás."
Fonte : Marcelo de Moraes, da Agência Estado