sábado, 2 de maio de 2009

Digressões sobre Lula, Petrobras, contratos, vaidade, Itaipu, Maracanã e Pacaembu

Contratos se rasgam?
Ou são reformados?


Será que Lula fala de mais? Estará aproveitando as oportunidades da crise mundial? Por que ficou de fora da lista dos 100 mais influentes da revista Time? A Nigéria tem muito petróleo, mas não resolve prolema social nenhum. O Japão não tem nada de óleo e não se queixa. Vamos reduzir os preços pagos a Evo Morales e Fernando Lugo? Seá que os dois não estariam blefando contra o Brasil no auge do mercado especulativo de 2008, quando o barril era vendido a 145 dolares? O que fazer, o que pensar? Seguem digressões livres, lavradas sem compromisso algum com o certo ou errado da política. Apenas lembrando que contratos se rasgam... Ms devaneios custam caro...

“Eles sabem que, quando um contrato tem muita subserviência, alguém vai entrar um dia e quebrar (o contrato). Não tem um país no mundo que encontrou muito petróleo e não tenha mudado a regulamentação. A Petrobras, nos anos 70, descobriu talvez a maior reserva contínua do mundo no Iraque. Quando o Saddam Hussein soube, falou “bye, bye, Petrobras, o petróleo é nosso”.

O presidente Lula fez esta declaração durante o discurso de inauguração da produção no campo de Tupi, na área do Pré-Sal, “Bacia de Santos” e que quase toda a grande imprensa noticia, neste sábado 2 de maio, como se fosse petróleo sob o Pré-Sal, óleo abaixo da camada de dois quilômetros de sal que separa, bem abaixo do leito marinho, a tecnologia humana atual das enormes jazidas do precioso mineral preto. Tupi ainda é “lâmina rasa”, no sentido figurativo, comparativo com as grandes reservas descobertas a 7 mil metros. Mas é preciso reconhecer: ainda assim, a Petrobras é a campeã em perfuração e extração de óleo em áreas ultraprofundas, isso é, a mais de 2 mil metros abaixo do chão marinho.

O presidente-falso-bispo, o inca Evo Morales, o elitista Bismarck, o louco Sade, ameaças e vaidade

Lula deve conhecer a história do chanceler prussiano Otto von Bismarck, o político aristocrático e militarista que unificou a Alemanha mais de 100 anos atrás. Ou a história do Marquês de Sade. Ambos, o escritor e o estadista, consideravam que contrato é apenas um papel que a gente rasga. Claro que Bismarck não usou estas palavras literalmente. Claro, primeiro se faz um balão de ensaio, ensaia algumas palavras ameaçadoras. Como Fernando Lugo, o falso bispo presidente de Assunção. Buscou votos do Paraguai com promessas de rasgar o contrato da represa de Itaipu. Depois, ou antes, o tom ameaçador de Bismarck mantém o contrato de fortalecer as Forças Armadas de vários principados alemães. Depois, o ameaçador ameaça diretamente e, finalmente, sim, rasga o treco do papel. Faz de uma cláusula uma letra morta. Depois, bem por último, bem no fim, o ameaçador faz da dignidade uma nostalgia do nada, do absurdo do futuro.

No passado, foi sempre assim, ou mais ou menos, os que mais sofrem são os pequenos. No presente, é a mesma coisa. Todo mundo rasga os contratos, reforma-os... E que se lasquem os acionistas minoritários da companhia petrolífera...

Bismarck não controlava um grande estado. Era cercado por crises de impérios reinos e nações vizinhas que ele não controlava. Mas, quando estas crises eclodiam, o chanceler sempre tirava vantagem. É o que o Brasil de Henrique Meirelles do Banco Central e Lula está tentando fazer...

Quando o falso presidente bispo paraguaio, papai de várias crianças, ameaçou rasgar o contrato de Itaipu com o Brasil, o barril de petróleo estava a quase 150 dólares no mercado spot. Hoje está a apenas 49 dólares. Agora, o Brasil pode pagar até menos a Fernando Lugo e a Evo Morales, o reformador de uma Bolívia gasosa que explode em metano, butano e sulfídricos. em meio a ameaças de guerra civil. Já nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro, sobra gás com a recessão industrial. E nas represas, sobra a água benta de São Pedro...

Lula sem terno e fora dos 100 mais da Time

Ter muita saudade do passado é sofrer mais no futuro. Viver bem é viver o hoje como um regalo de Deus ou da inteligência. Ou como dizia um quase extinto livro de Norbert Wiener: viver bem é viver com a informação adequada.

Nem em nome da razão Lula gosta de dizer que o petróleo do verdadeiro Pré-Sal não vai vir à tona em menos de 10 ou, mais provável, 15 anos. ou até só daqui a uns 25 anos. E talvez nem seja preciso vir nunca à tona... Mas Lula não é bobo não. Apenas anda mais vaidoso do que precisa em sua campanha para eleger a ministra Dilma Rouseff a sua sucessora no Planalto.

Agora mesmo, por exemplo, o presidente está com mania de, em cerimônia formal, na qual todo mundo usa terno, só ele aparecer de camisa pólo. Lula virou astro pop, mas ficou de fora da lista das 100 personalidades mais influentes no mundo, publicada esta semana pela revista Time. Embora haja um lado lúdico nesta tradicional lista anual da revista americana, a ausência surpreendente de Lula é para fazer pensar. A ausência foi surpreendente até para o público da Time.

Mas por favor, nada disso aqui é para ser levado a sério. E só para fazer passar o tempo .. Que está chegando a hora de decisão de futebol no Maracanã, entre Flamengo e Botafogo, e no Pacaembu, entre um Santos precisando vencer de 4 e um Corinthians do ungido Ronaldo Fenômeno.

Por Alfredo Herkenhoff

Para ler matéria da
Newsweeek sobre petróleo barato para sempre, pelas próximas décadas, ver neste Correio da Lapa o texto sob o seguinte título publicado em abril (está tudo no Índice na faixa azul ao lado) " Petróleo barato no mundo pré-sal (1 de 2)". Ou então anote o endereço dentro deste blogue-jornal. Ei-lo>

http://correiodalapa.blogspot.com/2009/04/petroleo-barato-no-mundo-pre-sal.html