Berlusconi não é Robert Gere, uma linda mulher são 33 lindas mulheres
Parte final- 5 de 5
Diversamente do filmaço Uma Linda Mulher, com a puta Julia Robert e o milionário se dando bem no fim, o Bunga Bunga poderia se chamar, se filme fosse, Trinta e Três Lindas Mulheres, que é o número até agora estimado de jovens que participaram das sessões noturnas de agrado ao premier. E em vez de um galã como Robert Gere, o protagonista do que está virando a primeira ópera italiana da era Reality Show, para fazer o papel do Berlusconi, que é ora de um deus, ora de um simples Velho do Cu Frouxo, bem que poderia ser um Lima Duarte, se fosse filme no Brasil, ou poderia ser um Sean Connery, se ópera cinematográfica, em Hollywood.
Outra protagonista do Bunga Bunga, a marroquina travessa que tem Ruby como seu nome de guerra, agora pousa de quase mártir. Assistiu a uma sessão de Bunga Bunga quanto tinha menos de 18 anos de idade. Mas garante que não dançou nua nem praticou sexo tradicional com Berlusconi (nem com ninguém na festa reunindo convidados importantes), que dirá o anal, o qual, segundo investigações mais aprofundadas, é como às vezes culmina este ritual Bunga Bunga, que o coronel Muamar Kadafi ensinou ao outrora amigo presidente da Itália.
E mais: Ruby, que ganhou 500 mil euros de Berlusconi (para abrir um negócio com cosméticos e salão de beleza e assim escapar da prostituição), afirma que foi expulsa de casa por seu pai muçulmano indignado porque ela queria se tornar católica. Hoje convertida ao catolicismo, ela se transformou - mesmo dando mais um nome ao escândalo, o Rubygate - na principal defensora de Berlusconi.
Onde tudo isso vai parar? Aí está o X da questão. Ninguém sabe. Nem a Fiat, nem a Ferrari. Nem a Mediaset (as “organizações Globo” de Berlusconi) nem os jornais de oposição, como La Reppublica, nem você, nem eu. Ninguém sabe como vai terminar. E enquanto não termina, a gente vai levando. (Por Alfredo Herkenhoff – Correio da Lapa – Rio de Janeiro, em 15 de abril de 2011)