quinta-feira, 26 de março de 2009

UM POEMA: Tem Pará na Lapa


Tem Pará na Lapa

Alfredo Herkenhoff

(Inspirado por Beto Monteiro, Rita Ferradaes Beleza e Mario Lago Filho)


A boemia canta o que quer
o amor, o pai, o Nada Além
Confusão, aquela mulher
recém-chegada de Belém
A Nazaré parou no Capela
A deusa do restaurante agora é ela
Mas outra do Pará já estava lá
Uma é cheiro de tucupi
A outra, Baía de Guajará
As duas me azarando, logo eu, malandro
Uma se insinua com a boca arfando
A outra seduz, paparica, qualé?
Uma quer ver o peso da Lapa
Uma quer carimbó porque quer

Pisei nas minhas próprias dissidências
Tropecei em tantas coincidências
que parei, hesitei e desisti
Larguei a vida torta, abri a porta do Capela
Disse adeus e açaí
Deixei as duas paraenses ao-deus-dará
acreditando elas em tudo que há
na Avenida Mem de Sá