Internauta envia email querendo colaborar com o Correio da Lapa, faz elogios a este blogue-jornal e, subsequentemente, autoriza a publicação da mensagem. Todos podem colaborar se acharem que é curtição séria... Virou uma colaboração o que se segue: Missiva Zangada, que aborda o que seria um desprezo dos grandes jornais pelos leitores.
Prezado Correio da Lapa
Vejo (não sei exatamente se para o bem ou para o mal) que o jornalismo passa por grandes transformações. Não apenas pelo fenômeno do virtual, que implica interação, mas também pela pobreza de jornalismo que se pratica nos meios tradicionais. Não é saudosismo não. É apenas uma constatação tão óbvia, tão evidente...
O jornalismo tradicional está vendido para as grandes corporações, elas é que mandam, não há (com raras e honrosas exceções) brilhantismo de texto, de pensamento e de colocações. Ficou tudo pasteurizado, tudo igual, exatamente igual.
Nesse sentido, blog ou "ponto com" parece um caminho sedutor apenas porque por eles se viabiliza o debate, e isso já é uma grande coisa. Mesmo de forma restrita, não atingindo tantas pessoas, promover o debate já é uma grande coisa porque permite que as pessoas falem, se expressem, se coloquem e leiam as colocações dos outros, pensem... Aprendam....
Um caso recente que aconteceu comigo expressa o que estou dizendo. Mandei email para a coluna de um grande jornal reclamando sobre uma nota a respeito da "indecente" (usei mesmo esse termo) festa dos militares em comemoração ao que chamam de 'Revolução Democrática' (a nota usava exatamente esse termo). Na condição de leitor (ou ex), chamei o colunista na chincha e disse-lhe que ele não devia ter dado aquela nota porque era vergonhoso para um intelectual e um jornalista. Sabe o que aconteceu? Nada, literalmente nada. Sequer respondeu ao email (e olha, eu não fui malcriado, fui até educado demais).
Por isso digo que há no jornalismo tradicional uma postura que despreza os leitores, não estão nem aí, eles tem poder, ou são os donos do espaço de suas colunas ou estão a serviço dos donos do veículo (e neste caso é melhor falar abobrinhas ou colocar uma nota a pedido do amigo do dono).
Gostaria de poder ajudar nesse novo jornalismo que vejo nascer a partir do Correio da Lapa. Não na condição disso ou daquilo, pois nem diploma de jornalista tenho (aliás, gostei do seu post a favor da não-restrição apenas a formados, os comunicólogos). Sou apenas 'um rapaz latino-americano'... Mas se quiser, estou a postos na medida que puder, pois trabalho para cacete!Vejo (não sei exatamente se para o bem ou para o mal) que o jornalismo passa por grandes transformações. Não apenas pelo fenômeno do virtual, que implica interação, mas também pela pobreza de jornalismo que se pratica nos meios tradicionais. Não é saudosismo não. É apenas uma constatação tão óbvia, tão evidente...
O jornalismo tradicional está vendido para as grandes corporações, elas é que mandam, não há (com raras e honrosas exceções) brilhantismo de texto, de pensamento e de colocações. Ficou tudo pasteurizado, tudo igual, exatamente igual.
Nesse sentido, blog ou "ponto com" parece um caminho sedutor apenas porque por eles se viabiliza o debate, e isso já é uma grande coisa. Mesmo de forma restrita, não atingindo tantas pessoas, promover o debate já é uma grande coisa porque permite que as pessoas falem, se expressem, se coloquem e leiam as colocações dos outros, pensem... Aprendam....
Um caso recente que aconteceu comigo expressa o que estou dizendo. Mandei email para a coluna de um grande jornal reclamando sobre uma nota a respeito da "indecente" (usei mesmo esse termo) festa dos militares em comemoração ao que chamam de 'Revolução Democrática' (a nota usava exatamente esse termo). Na condição de leitor (ou ex), chamei o colunista na chincha e disse-lhe que ele não devia ter dado aquela nota porque era vergonhoso para um intelectual e um jornalista. Sabe o que aconteceu? Nada, literalmente nada. Sequer respondeu ao email (e olha, eu não fui malcriado, fui até educado demais).
Por isso digo que há no jornalismo tradicional uma postura que despreza os leitores, não estão nem aí, eles tem poder, ou são os donos do espaço de suas colunas ou estão a serviço dos donos do veículo (e neste caso é melhor falar abobrinhas ou colocar uma nota a pedido do amigo do dono).
Mario M. Zaluar