quarta-feira, 9 de junho de 2010

Briga e dor entre Lacerda e Wainer

(Foto do Arquivo da Família Caymmi)


Festa-almoço em que Dorival Caymmi apresentou aos amigos a sua noiva, a mulher por quem se apaixonou à primeira visia e com quem teve tantos filhos maravilhosos.... Esta imagem numa varanda na Urca, casa de Jorge Amado, está na biografia que a querida Stellinha, filha de Nana, escreveu sobre o seu avô mágico, o mestre maior, Dorival Caymmi.

O curioso nessa imagem é que mostra como em nenhuma outra a profunda amizade que existia entre Carlos Lacerda e Samuel Wainer. Lacerda no primeiro plano, agachado, de suspensório, e ao fundo, o Samuel Wainer segurando no ombro o filhinho de Lacerda, Sérgio.


Meu Deus, Lacerda e Wainer eram amigos do peito, mas depois viraram inimigos figadais, aqueles lances de Última Hora, com dinheiro do BB e apoio a Getúlio, e Lacerda, dono da Tribuna de Imprensa e adversário de todo mundo que ousasse imaginar que ele não chagaria à Presidência.

No fim da vida, depois da Frente Ampla, aquele movimento eclodido dois anos e meio depois do golpe de 64, frente com a qual Lacerda acertou aliança com Jango exilado e JK cassado por causa do endurecimento dos generais, o ex-governador do tentou pedir perdão a Samuel, mas Wainer não quis.

A Frente Ampla foi o marco emblemático para se tentar evitar a longevidade do regime militar.,mas Brizola e Arraes não toparam. Ouriçados, os militares, que haviam prometido eleições em 1967 ao darem o golpe, ficaram no poder até 1985.

O livro de Guimarães Padilha, "Lacerda na Era da Insanidade", sobre esses tempos, vai ser lançado segunda-feira na ABI, às 18h. Padilha, pouca gente sabe, foi preso várias vezes pela ditadura e torturado.

Então estamos combiandos: na segunda democrática, tem festa com os grandes jornalistas do Brasil, como Cicero Sandroni, Mauricio Azêdo, Nilo Dante, Milton Coelho da Graça, Alberto Dines, Zuenir Ventura, Hélio Fernandes, Ely Azeredo,etc... E vai rolar a festa na véspera da estreia da Seleção contra a Coreia do Norte. Então o papo será saudade, futebol e democracia.

Se eu fosse Dilma, Serra ou Marina, eu aparecia por lá de supetão e entrava na fila de autógrafo.

A festa será no 11º andar. Tem um terraço belo, um varandão em que se pode fumar diante das luzes da paisagem noturna do Rio... Confraternizemo-nos...
Por Alfredo Herkenhoff