terça-feira, 20 de abril de 2010

China não é azul. Amarelos chegam perigosamente


China, que já "invadiu" o Sudão dos genocídios, chega à Venezuela

O líder polêmico Hugo Chávez arrumou um empréstimo com Pequim equivalente a 20 bilhões de dólares. Mas o crédito de fato será desembolsado em moeda chinesa, ou seja, Caracas vai devolver em petróleo e dólares o que o líder Hu Jintao está armando com armas e bons negócios. Talvez a Venezuela devolva em território.

A China já é o maior parceiro comercial do Brasil, superando os EUA. Chineses estão investindo pesado também na África. Ou seja, em lugares onde há território amplo e pouca densidade demográfica. A China está, estrategicamente, fincando marcos numa possível expansão de sua população, hoje na casa de 1 bilhão e 300 milhões.

Hoje temos ongs estrangeiras administrando rincões brasileiros, nações indígenas quase soberanas.

Amanhã, nesta era de alta tecnologia, veremos que a decisão de Moscou de vender o Alasca a Washington século e meio atrás pode se repetir. Os chineses estão criando de fato uma nova moeda, ou melhor dizendo, estão internacionalizando a sua própria, o iuan. Vão inundar a Venezuela de que? De guarda-chuva a cinco reais como fazem no Brasil? De foguetinhos contra a Casa Branca? Ah! Sim, construirão estradas, usinas. E ecaminho não há melhor do que este quando os amarelos começarem a chegar em grandes navios repletos de operários com sacos de sementes, tratores, títulos de terra e energia in loco.

Essa reflexão não tem nada de clima de especulação conspiratória. Hoje há operários nas plataformas do petróleo do Rio de Janeiro que passam 15 dias no mar e 15 dias em Belém, ou Corumbá. Nas plataformas do Mar do Norte, com o petróleo quase acabando, há operários procedentes dos Açores, do Norte da África e do Leste Europeu. Mesmo esquema: 15 dias embarcado, e 15 pegando aviões para rever famílias em lugares distantes.

A globalização, desde o tempo das navegações, no Renascimento, não está internacionalizando apenas o comércio de especiarias orientais e hoje quinquilharia chinesa, mas também chips e massas de mão de obra.

A estrada Madeira-Mamoré no Acre foi feita assim, 100 anos atrás, com mão de obra quase toda importada.

Hoje os chineses estão já dominado o mercado de pasteis na Rua da Alfândega e adjacências cariocas. Amanhã estarão controlando o mercado de soja, de gado e de demagogos latino-americanos, como este fanfarrão do Hugo Chávez.

A chamada cooperação triangular, China, África e América do Sul, ou Hintao, Darfur - Sudão -, Caracas de Chávez e Dilma do Brasil será uma realidade ou uma fantasia? Não. Tudo isso não passa de fantasia de jornalistas... Porque no Brasil ainda há mecanismos democráticos para forjar parcerias decentes e claras com Pequim. Mas o papel dos chineses na África assusta por suspeitas de fornecer armas e garantir genocídios em troca de matéria-prima em grande escala no futuro próximo. É o que rola...
Por Alfredo Herkenhoff Correio da Lapa