A mãe de Eliza Samudio sumiu da vida quando esta mãe de Bruninho tinha apenas cinco meses de vida. O pai de Eliza, engenheiro, disse que o último contato com a mãe foi há uns dez anos. Eliza agora some da vida de Bruninho com cinco meses incompletos. Estranhíssima coincidência. Apesar das graves denúncias que Eliza então grávida fez contra o goleiro Bruno em outubro passado, via jornal Extra e TVs, ela botou o nome de Bruno no bebê, num sinal de querer a ligação paterna, não apenas o reconhecimento formal na certidão de nascimento e na pensão alimentícia.
Ora chamada por jornais e tstemunahs do caso de amante, ora namorada, modelo e até de mulher de programa, Eliza mostrou que é muito bem articulada. Disse mais ou menos assim: "Se eu tropeçar, se um fio de cabelo meu quebrar, todo mundo saberá que foi Bruno, ele é louco".
São inúmeros os casos na história da vida nascente em que os rebentos são deixados à própria sorte ou destruídos pelos pais e, especificamente, pelas mães. Mamãe-peixe come muitos filhotes - e que sobrevivam os mais fortes ou sortudos. Depressão pós-parto, desilusões, abandono de neném nas esquinas das cidades... No romance Canaã, de Graça Aranha, a parturiente deixa o rebento ser comido pelos porcos, ou não consegue evitar este fim trágico de uma vida em seu início mais inocente no interior do Estado do Espírito Santo no choque de tantas famílias migrantes no Século XIX.
O Caso Eliza Samudio está apenas começando. Se o goleiro Bruno passar de suspeito a autor de um assassinato, será o desfecho mais óbvio e deprimente.
Torço, fantasiosamente talvez, para que Eliza esteja nos pregando uma peça com cheiro de tragédia greco-tropical. mas que esteja viva para virar objeto de estudo, objeto da Justiça e objeto da nossa solidariedade. (Por Alfredo Herkenhoff)