Outro dia levei uma bronca de um colega
desinformado numa mesa de bar, estava ótima a confraternização. Eu disse, no
meio da turma, que a Unilever era um dos maiores anunciantes de TV do mundo,
que esse grupo inglês/holandês era quase tão poderoso quanto o norte-americano
PeG. Mas, ligeiramente tocado pelo levedo, o cara me agrediu me chamando de
jornalista idiota que não sabia o que dizia, porque o azeite Gallo era de
Portugal e distribuído pela Cargill e tal. Caraca! Não deu pra explicar a ele
que a Unilever, multinacional com mais de 150 mil funcionários, comprara 55% do
grupo português Jerônimo Martins em 2007 e com isso levando o maravilhoso azeite
doce a aumentar a riqueza de suas marcas.
A Unilever, que é dona até da doce Ana Maria
Braga e do sabão OMO, o mais caro nas prateleiras, também nos vende os seguintes
produtos, dentre muitas outras marcas:
No setor de alimentos:
AdeS
Arisco
Becel
Karo
Doriana
Hellmann's
Knorr/ Cica
Maizena
Lipton Ice Tea
Slim-Fast
Kibon no Brasil, Olá em Portugal)
Chokito
Alsa
Ben&Jerry
Calvé
Flora
Azeite Gallo
Planta
Tulli Creme
Vaqueiro
No segmento dos produtos de higiene:
Ala
Brilhante
Cif
Comfort
Minerva
Omo
Surf
Skip
Fofo
Na higiene pessoal:
Axe
Clear
Close Up
Pepsodent
Dove
Gessy Cristal
LUX
Rexona
Seda
TRESemmé
Vasenol
Vinólia
Lifebuoy
Enfim, nunca mais toquei no assunto Azeite
Gallo como também nunca mais o fez meu colega que estava um tanto quanto
desesperado na calçada do Bar dos Itallanos, em Botafogo.
Quando o vir de novo, vou provocá-lo com
outros brands... A cachaça mais cara do mundo não é a Anísio/Havana como tantos
propalam por aí na internet. A mais cara se chama “Santa Cana” e é uma
exclusividade do Restaurante Aprazível, em Santa Teresa, no Rio. Pena que a
Santa Cana esteja em extinção, isso é, quando acabar o atual estoque, acabou,
não mais existirá, mas haverá seus sucedâneos, aliás, já existem os filhotes de
velhos barris de carvalho onde foi encontrada a preciosidade, a raridade em
extinção. Provei e gostei, mas pelo preço, 50 reais a dose, tipo pequena, tipo
na fita, não provo mais. Vai acabar antes que eu receba novo convite para
saboreá-la. Uma pena e uma absolvição...
Por
Alfredo Herkenhoff – Correio da Lapa, Rio de Janeiro, maio de 2012 –