Polícia Federal e o Ministério Público
pregaram uma peça no Congresso
O deputado federal UNEANIANO Lindbergh
Faria, ex-prefeito de Nova Iguaçu (na Baixada onde ele pouco permaneceu) e que
anda martelando contra a sanha arrecadadora e sombria do ECAD, está ganhando
uma chance de ouro de se eleger governador do Rio sucedendo a Sérgio Cabral, totalmente
enrolado com jovens milionários que andaram florescendo na esteira de contratos
com Petrobras, BNDES, PAC e obras de emergência, estas que não requerem
licitação.
A Policia Federal e o Ministério Público Federal
pregaram uma peça no Congresso Nacional, soltando à la Assange Wikileaks
gotinhas de áudio com autorização judicial nas quais o foco parecia incidir
inicialmente apenas sobre o escroto senador moralista Demóstenes Dem-Sem
Partido, ou hoje com o Partido Próprio, ou de partida pro opróbrio mais
execrável. E o conta-gotas da Operação Monte Carlo da Polícia Federal foi
trazendo a lume um senador tucano, o suplente Ataíde, um governador Perillo de
Merda Goiana PPPP, um governador Anvisa-petista no DF-Faz-Me-Rir, o Agnelo Anti-Cordeiro
de Deus e o Cabral que descobriu o PMDB Total.
Agora a CPI Mista está às voltas com o Caos dos Amigos.
Pano de fundo: ao contrário do Mensalão, suavizado na undécima hora pelo
surgimento do mensalete tucano dos anos 90, o atual escândalo fortalece Dilma
Rousseff. Ele já treinou a sua machadinha demitindo sete ministros em sete
meses para galgar 77 pontos de popularidade integral. Se Dilma topar no estilo
de punição eslava, qual búlgara pedetista, com apoio do adolescente ministro
neto de Leonel de Moura, passar fogo no atual ninho da Robauto Nacional, vai
entrar pra História como redentora do processo democrático. Assegurem-se os
diretos de defesa de todos os acusados e suspeitos.
Mas já não vejo muita diferença em reconhecer Charlie Waterfall
como um ministro de fato e dos direitos e das obrigações pecuniárias nos
contratos com o Poder Público, e o Gilmar Mendes como uma cachoeira de
solicitações tão judiciais quanto judiciosas.
Se por causa de um dissidente cego em Pequim o Grande
Palácio do Povo desafiou ontem a Casa Branca e ameaça hoje a reeleição quase
certa de Obama, imagina o que aconteceria se o Brasil fosse a China: nessa
altura do campeonato, a população do Plano Piloto estaria diminuindo,
literalmente.
A propósito, pra melhorar o Brasil, duas sugestões: a
primeira é uma reforma tributária pra valer: cobrar mais impostos do patrimônio,
especialmente da riqueza não produtiva, e menos da renda, isto é, dos salários
e ganhos por serviços prestados. E a segunda sugestão: não é tirar de Brasília
o status de Capital, mas promover um rodízio ou uma repartição. Exemplos dessas
possiblidades: Brasília seria capital do Judiciário, Rio de Janeiro, do Poder
Executivo e Sampa, do Legislativo. Se Brasília chiar, como dever chiar uma
cidade corrupta em que quase 90 pct da mão de obra recebe pela folha do Poder
Público, poderia pelo menos estender a sua solidariedade às cidades-satélites.
E assim, a capital do Poder Executivo poderia ser Luziânia, a capital do
Legislativo passaria a ser Tabatinga e o Judiciário ficaria lá mesmo diante do
Palácio do Planalto. Essas capitais seriam temporárias. Por apenas oito anos.
Será que melhoraríamos?
Plano Piloto, meio milhão de apaniguados cercados por 3
milhões de favelados. O sonho de Dom Bosco não vingou, virou pesadelo, virou
crack e corrupção. Até quando vai abusar da patientia nostra, ó DF, Capital Horrorosamente
Corrupta?
Na foto, mera ilustração, botada na net pelo nada
inocente Garotinho, Fundamentalista e Fundamentalmente anticarioca, vemos Delta
Cavendish num carnaval particular com dois poderosos secretários estaduais do
Rio, o da Saúde, Sérgio Côrtes, e o de Governo, Wilson Carlos. Farra em hotéis
e restaurantes na Cidade-Luz, os mais luxuosos do mundo, a exemplo do que
rolaria pouco depois em Monte Carlo.
Por Alfredo Herkenhoff
Correio da Lapa