terça-feira, 6 de março de 2012

Casal gay de Recife, dois homens e criança sem mãe

Um casal gay de Recife, dois homens aparentemente bem sucedidos no mundo dos negócios, decide ter filho. Tiram no par ou impar para ver quem vai doar o esperma. Arrumam uma amiga que lhes cede óvulo. Feita a fecundação in vitro, arrumam outra mulher para lhes emprestar o ventre, a barriga de aluguel. Nasce uma menininha linda.

Na certidão os nomes:
Rosinha Pereira Couves.
Pai: Joaquim Pereira.
Pai: Eusébio das Couves.
Mãe: Foda-se.

Não achei nada bacana o que fizeram. Tivessem os dois adotado uma criancinha, dessas tantas mantidas nos abrigos públicos da desesperança e da burocracia legal, sim, aí seria um casal gay bacana, um casal de homens que desde o inicio diriam à criancinha abandonada pelos pais naturais e naturalmente irresponsáveis: Você, Rosinha, foi adotada por nós com muito amor. Isso, sim, seria um gesto de humanidade, a adoção.
Mas o que estes dois homens fizeram foi obter 15 minutos de fama com riscos inimagináveis. Não queriam uma vida nova e inocente, queriam e querem chamar a minha atenção. Não gostei mesmo nada deste experimentalismo. Uma menina com dois pais e a mãe Foda-se. O que será dessa criança quando descobrir que muitas não foram adotadas?
Por Alfredo Herkenhoff - Correio da Lapa - Rio de Janeiro, 6 de março de 2012