sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Wilman Villar aceitou em Santiago a fome que veio de Havana

CUBA URGENTE
Tirem-me tudo, menos a liberdade
Viva Willman Villar e Viva São Sebastião!

Wilman Villar morreu ontem com apenas 31 anos de idade. Morreu porque queria algo bem complexo, liberdade. Mas Wilman a queria em Cuba, um país que ignora uma máxima universal que diz: “Tirem-me tudo, menos a liberdade”. Wilman morreu 50 dias depois de iniciar greve de fome. Wilman havia sido condenado a quatro anos de prisão, acusado de desordem pública e desacato a autoridade. Wilman foi preso quando liderava um protesto político.

Triste Cuba, o último presépio socialista, um Natal sem ceia, que Wilman já jejuava à hora da Missa do Galo, um presépio em que, em vez de José e Maria com o filho ungido na manjedoura, tem Fidel Castro e Raul como ditadores siameses diante de mais um inocente, um Jesusritinho na pele de Wilman, o inocente que não teve dúvidas: melhor morrer diante desses dois que não sabem o que fazem. Morreu em 19 de janeiro de 2012, véspera do Dia de São Sebastião, outro que morreu por não aceitar a falta de liberdade, por não aceitar a ausência do direito de professar uma fé diferente da professada pelos dirigentes do seu tempo, morreu no ocaso do Capitólio romano. Wilman e São Sebastião morreram por motivos semelhantes. Wilman aceitou em Santiago de Cuba a fome que veio de Havana. Sebastião aceitou em Milão as flechas que vieram de Roma. A ambos, o meu respeito. Para ambos, a minha admiração. (Por Alfredo Herkenhoff, Correio da Lapa, 20 de janeiro de 2012)

(Na foto, parentes pegando o corpo de Wilman Villar)