sábado, 21 de janeiro de 2012

Eike Batista Verdades e mentiras sobre O X da Questão (3/12)



Se você quiser se dar ao trabalho de descobrir o que de fato significa um bilionário a mais no mundo, veja o que ele fez, o que faz e o que fará.
No mercado acionário, você compra e vende ações... São números frios que o computador exibe todo dia. Já na bolsa de mercadorias e futuros, os números são expostos como se fossem reais, quando não passam de expectativas.  Uma bolsa de futuro negocia valores 30 ou 60 vezes mais altos do que o total de negócios de uma bolsa acionária. Aqueles números altíssimos indicam apenas aposta: eu compro (aposto) 2 milhões de toneladas de trigo a tal preço daqui a seis meses.  E findo o prazo, alguém que apostou diferente, firmou contrato de venda de 2 milhões de toneladas a outro preço, se verá diante do seguinte quadro: o preço ficou mais alto do que supus e devo pagar a diferença. O preço ficou mais baixo do que eu quis comprar, devo receber a diferença. Esse mercado serve para avaliar expectativas, fornecer informações para que empresas e empresários tomem decisões. Mas não há compra e venda de nenhum quilo da farinha. Os valores altíssimos exibidos por bolsas de futuros representam valores módicos, os percentuais mínimos das diferenças de palpites sobre cotações futuras de tudo: comida, ouro, juros.
Essas revistas Forbes, no atacado, mostram números relativamente próximos da realidade no campo dos mais ricos do planeta. Mas no varejo das aparições, não, no varejo elas correm o risco de apenas endossar políticas de visibilidade de alguns nomes. Estas visibilidades, por sua vez, catapultam certos nomes, permitindo que façam maiores e melhores negócios no futuro imediato. Suspeitamos no Rio de Janeiro que em parte seja este o caso de Eike Batista. Mas não temos provas. Tão bom seria se as revistas Forbes e Fortune as tivessem.
Quem bota dois no um, quatro no dois e oito no quatro, sabe como chegará à casa 64 do tabuleiro do xadrez, chegará como uma fortuna máxima. Quem não guarda um tostão, não chegará a número algum. De grão em grão, a galinha enche o papo. O Rio de Janeiro, mais do que qualquer outra cidade do Brasil, observa a performance de Eike Batista na Forbes somente a partir de 2008. (continua)